Da próxima vez eu juro, paro no primeiro ato, não dou continuidade, quando souber a verdade não sigo a mentira, pra alimentar meus sonhos e preencher o vazio do meu roteiro.
Da próxima vez eu digo o que penso, não vou mais me fantasiar, vou tentar ser livre e vou ver se é real.
Da próxima vez escolherei não escolher, não vou procurar, não vou deixar ninguém entrar em cena de gaiato e fazer papel de vilão.
Da próxima vez, se houver próxima vez, na hora do beijo eu decido, o beijo é o grand finale ou o melhor começo.
Da próxima vez eu confio no corpo, ele não mente, ele sente e manda todos os sinais.
Da próxima vez vou fazer exatamente como desta, quando se tratar de me jogar, tem de ser com a vida, ou então não tem folhetim que dure ou que se faça lembrar.
Da próxima não me economizarei, colocarei todas as falas no seu tempo, interpretarei como se vivesse, viverei.
Da próxima vez quando as cortinas baixarem ouvirei aplausos ou vaias e ainda me sentirei como se cumprisse meu dever.
Da próxima vez quando vestir o personagem vou lembrar de quem eu era antes, pra não me perder numa cena que não sei o final.
Da próxima vez vou estar mais a vontade com esse publico exigente, que sempre quer mais e mais, que acha que a vida tem um script a ser seguido e que se as coisas não saem como se espera é incompetência do artista.
Da proxima vez errarei tudo de novo, nunca é igual, é sempre um começo de uma historia que não fui eu quem criou.
“Mas seria amor? (...) Não seria a reação histérica de uma menina que, compreendendo em seu foro íntimo sua inaptidão para o amor, começa a representar para si própria a comédia do amor?”
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