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julho 31, 2010

Agosto

Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro- e também certa não-fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco.É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante:ir, sobretudo, em frente.
Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir,dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros angúrios , premonições.Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzche a Sidney Sheldon. Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem:qualquer problema , real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agostos. Claro que falo em agostos burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostianas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente, agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos- ou precauções-úteis a todos. O mais difícil:evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile a fantasia categoria originalidade…Esquecê-lo tão completamente quanto possível (santo ZAP!):FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já.
Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se avida não deu, ou ele partiu- sem o menor pudor, invente um.Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. emoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados. Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se , e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques-tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire , a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas- coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo, evasão, escapismos, explícitos.
Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente nãose deter de mais no tema. Mudar de assunto,digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco:

julho 30, 2010


"Não sei como me defender dessa ternura que cresce escondido e, de repente, salta para fora de mim, querendo atingir todo mundo. Tão inesperada quanto a vontade de ferir, e com o mesmo ímpeto, a mesma densidade. Mas é mais frustrante. Sempre encontro a quem magoar com uma palavra ou um gesto. Mas nunca alguém que eu possa acariciar os cabelos, apertar a mão ou deitar a cabeça no ombro. Sempre o mesmo círculo vicioso: da solidão nasce a ternura, da ternura frustrada a agressão, e da agressividade torna a surgir a solidão. Todos os dias o ciclo se repete, às vezes com mais rapidez, outras mais lentamente. E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim."


Não quero, com todas as forças, ferir mais que amar, mas as vezes o caminho do mal é mais facil.

julho 29, 2010


Tornei-me uma figura de livro, uma vida lida. O que sinto é (sem que eu queira) sentido para se escrever que se sentiu. O que penso está logo em palavras, misturado com imagens que o desfazem, aberto em ritmos que são outra coisa qualquer. De tanto recompor-me destruí-me. De tanto pensar-me, sou já meus pensamentos mas não eu. Sondei-me e deixei cair a sonda; vivo a pensar se sou fundo ou não, sem outra sonda agora senão o olhar que me mostra, claro a negro no espelho do poço alto, meu próprio rosto que me contempla contemplá-lo.


Não há comparação, mas as vezes me perco.

julho 28, 2010


Aquela gravidade calma não era nem um pouco o estilo dele, que sempre fora ao mesmo tempo carente e austero;ansioso para ter amigos, mas incapaz de encarar a amizade como natural

julho 27, 2010


Ando pensando em todas as mentira que me contaram na escola, e me pergunto porque?Tanta coisa mal resolvida na minha vida, tanta coisa que impuseram a mim conquistar, e pra que ter tanta coisa?
Não vou sem dúvidas atingir um terço do que esperam de uma pessoa bem sucedida, minha conduta não condiz em metade do que seria a de um homem médio, o que espero também não ter nunca que confrontar, isso limitaria em muito minha experiência de vida.
Aonde chegaremos com tudo que adquirimos, porque é fato que não vivemos tempo suficiente para gastar tudo que desejamos, não ache ingenuamente que eu seja desse tipo de gente idealista que deseja uma vida em comunhão igualitária a todos, e que acredito que menos seja mais, não é isso, o que me assusta é esse desejo incontrolável de coisa maiores, grandiosas e que não levam além do que já se atingiu, na verdade não posso ver senão a minha própria verdade, não estou bem alocada enquanto assisto esse espetaculo da vida e vejo tudo de um ponto que não favorece minha compreensão.
Para justificar essas maluquices que levam o homem a hostilizar, roubar, matar seu semelhante em nome de poder há uma justiça que favorece o que tem mais, o que adquiriu maior poder, e torna impune aquele que há ofende é isso que
Nietzsche chama de auto-destruição da justiça, o poder então está para além do bem e do mal. E nós simples mortais estamos a mercê de quem nos domina, tem dias que todos os nosso ideais e nossos sonhos vem ao chã, tem dias em que um choque de realidade nos congela, nesses dias é preciso ter uma pouco mais que fé é preciso passar por cima do que acreditamos pra seguir em frente, tem dias que é difícil ser humano.





Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti.

julho 26, 2010


Eu sei que atrás desse universo de aparências das diferenças toda a esperança é preservada. Nas xícaras sujas de ontem o café de cada manhã é servido. Mas existe uma palavra que eu não suporto ouvir e dela não me conformo. Eu acredito em tudo, mas eu quero você agora. Eu te amo pelas tuas faltas, pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes, pelas tuas loucuras todas. Minha vida, eu amo as tuas mãos mesmo que por causa delas, eu não saiba o que fazer das minhas. Amo teu jogo triste. As tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo. Eu amo a tua alegria mesmo fora de si, eu te amo pela tua essência, até pelo que você podia ter sido, se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas águas do equívoco. Eu te amo nas horas infernais, e na vida sem tempo.

Quando, sozinha, bordo mais uma toalha de fim de semana. Eu te amo pelas crianças e futuras rugas. Te amo pelas tuas ilusões perdidas e pelos teus sonhos inúteis. Amo o teu sistema de vida e morte. Eu te amo pelo que se repete e que nunca é igual. Eu te amo pelas tuas entradas, saídas e bandeiras. Eu te amo desde os teus pés até o que te escapa. Eu te amo de alma pra alma. E mais que as palavras. Ainda que seja através delas que eu me defendo, quando te digo que te amo mais que o silêncio dos momentos difíceis quando o próprio amor vacila!

julho 22, 2010


"Não sei se existe um destino, se alguém o fia, enrola, corta. Nos dedos de alguma fiandeira, provavelmente a linha da vida de Matilde seria de fibra melhor que a minha, e mais extensa. Mas muitas vezes uma vida para no meio do caminho, não por ser a linha curta, e sim tortuosa. Depois que me deixou, nem posso imaginar quantas aflições Matilde teve em sua existência. Sei que a minha se alongou além do suportável, como linha que se esgarça. Sem Matilde, eu andava por aí chorando alto, talvez como aqueles escravos libertos de que se fala. Era como se a cada passo eu me rasgasse um pouco, porque minha pele tinha ficado presa naquela mulher."

julho 21, 2010


De todas as coisa que perdi nas mudanças, algumas ainda me fazem muita falta, perdi muitas lembranças que mudariam quem sou agora, perdi meu primeiro livro e o primeiro presente que fiz para meu pai. Perdi a coragem de agir por impulso, perdi a base que me apoiava caso desse alguma coisa errada, perdi um colo logo no inicio quando ainda não sabia caminhar sozinha.
Perdi meu jogo de chá e minha boneca de porcelana, que me fazia companhia nas tardes depois da aula, perdi meu amigo imaginário e sua sabedoria pra me ajudar decidir na hora da escolha. Perdi na mudança a capacidade de decidir sem arrependimento, perdi meu cachorro que ganhei por entrar na escola e que abandonei quando mudei de cidade, perdi seu carinho e dedicação ninguém jamais me amou igual a ele.
Em todas essas mudanças perdi muitos amigos, que não me acompanharam nas novas jornadas, e em toda amizade perdida, pedi um pouco de mim que perdi na mudança também e não encontro no espelho, perdi meu vestido de festa e a sensação de felicidade e entusiasmo a cada festividade, perdi minha sapatilha vermelha e muitos caminhos que seriam percorridos por ela, perdi na mudança minhas pérolas de plástico e meus anéis de vidro, perdi muitos conceitos formados e toda minha ideologia.
"Eu não sabia, Senhor, que o mundo era tão vasto e doloroso. E que, desejando a vastidão do mundo, meu coração conheceria também a vastidão da dor. Por que, Senhor meu, permitiste que eu tentasse fugir da minha pequenez? Por que me deste todos esses sonhos muito maiores do que eu?"

julho 19, 2010


"Amar a pessoa errada não é mesmo das melhores coisas que nos pode acontecer, e acontece com tanta freqüência... Dante se esqueceu desse círculo no seu inferno: o dos rejeitados."

julho 16, 2010

Brasília



A primeira coisa que quis saber quando surgiu o convite para esta viagem foi que tipo de coisa teria pra ver e fazer, logo me veio a ideia de que em um dia já estaria entediada e ainda teríamos uns seis dias pela frente, na verdade nunca a desejei  de verdade e confesso que ela não estava no meu roteiro, mas digo com convicção que o que sempre existe nas cidades independentes de todos os seus pontos turísticos é seu povo, as pessoas devem ser visitadas sempre.
Fiquei bastante tempo sem postar nada, porque do nada na semana passada resolvi embarcar  com minha faculdade para Brasília, aqui estou eu agora, em um alojamento com mais de quinhentos estudantes de direito que mais parecem adolescentes em um acampamento,afora isso tudo está correndo maravilhosamente bem, estamos em um grupo grande, dividido em oito pessoas que na verdade eram amigos de minha irmã,  não os conhecia muito bem até agora, não sei o quanto isso vai revelar de cada um, mas quanto a mim descobri que relações humanas são mesmo complicadas.
Sai da minha redoma, ainda não tinha percebido como o Brasil é distinto em todos os aspectos, como as pessoas são diferentes, nem tinha me dado conta de tudo que se pode aprender ouvindo o que tem a dizer  cada pessoas, aqui as  pessoas te ajudam, dão informação e se dedicam sem querer qualquer coisa em troca. Ok, meio utópico isso, mas as pessoas foram muito solicitas nessa cidade. As pessoas correm como em todas as outras de grandes cidades, contudo,  desconfiam pouco de você, nesta cidade projetada para ser bonita,  que me fez eleger um ídolo, também me fez crer nas pessoas e repensar quem eu sou .
Não viveria aqui, não gosto do clima seco e quente, gosto da minha terra e cada vez que saio tenho mais certeza de que nasci no lugar ideal, apesar de saber que não virei em qualquer lugar um céu como este, não poderia viver sem ter um oceano no horizonte, minha gente é simples e boa também, minha gente me comove as vezes, mas o que mais me emocionou em Brasília além de JK e Niemeyer foi sem dúvida esse povo corajoso que um dia se aventurou no sonho de um presidente megalomaníaco e fez seu sonho realidade também.





"Você não gozará perfeitamente o universo enquanto o próprio mar não correr em suas veias, enquanto não se sentir vestido com o céu e coroado com as estrelas, e não viver como se fosse o único herdeiro de todo o mundo e, mais do que isso, não comungar com os homens que são de fato os únicos herdeiros do mundo, como você. Não gozará a existência plenamente até que acorde todas as manhãs, e olhe para a terra e o ar como alegrias celestiais, tendo por tudo amor tão reverente como se estivesse entre os anjos."







julho 13, 2010


Não, a maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre.

julho 09, 2010


Não sabem quem eu sou nem de onde eu vim. Só conseguem enxergar o que eu revelo. nunca olham por baixo do pano. se eu rio, acham que estou alegre. E não sabem que às vezes quando eu rio com força demais, é que estou à beira do desespero.

julho 08, 2010

A dor dos outros



Você já reparou como as pessoas doem, pare um dia em um sinal observe aquelas que caminham com menor pressa, aquelas e olham para o nada, observe bem aquelas que falam com você, e que param no meio de uma conversa para um pensamento que você não acompanha, sinta bem profundamente , elas doem, doem em você.É na verdade uma dor que você não percebe na hora, nem todos, é uma dor que te acompanha por alguma tempo e no meio de uma conversa com um amigo você vai se perguntar o que doí em mim agora, são as pessoas que doem em você, aquelas que de alguma forma apenas por sua aparição no seu cenário, fazem o dia tornar-se outro, diferente, dolorido não doloroso.
As pessoas me doem e desconfio que não imaginam o quanto, elas me tiram o sossego no meio de uma viajem, elas fazem imaginar seu caminho, quando descubro que dentro delas há algo que não pertence ao meu mundo, as pessoas me fazem sentir uma dor que não decifro, não curo, não entendo. Sabe, me doí quando entra aquela luz de final de tarde, um sol que se despede e alguém fica ali sentado olhado em volta sozinho em uma varanda, eu passo na estrada rapidamente ,vejo aquela dor que não é minha, que talvez nem seja dor é ai que as pessoas me doem, ou quando vejo duas pessoas juntas, mas definitivamente separadas, por gesto e olhares que não se cruzam, por ideias que viajam em destinos opostos, quando alguem me olha e reconhece, quando vejo em alguem alguma coisa minha que compartilhamos em segredo, as vezes sem mesmo sabermos. Quanto vejo que alguém jamais vai pedir minha ajuda e que ela nem seria tão oportuna assim, doem nas pessoas a despedida antes da chegada e doe que todos não compartilhem do mesmo mundo ainda que presas a esse que é tão difícil de entender, doem em mim qualquer um, doem aqueles que olham com verdade e que se vão sem que possam curam minha dor e eu a deles.



A gente cai, levanta, uns seguem de perna quebrada, outros de miolo mole, e muitos vão sem coração. Mas cada um vai como pode.


julho 07, 2010


Estava para abrir o gás ou me atirar da janela do quinto andar, nada disso resolveria qualquer coisa, tem coisas que não se justificam, por exemplo o medo, tenho surtos de medo as vezes, hoje caminhando no centro, começo da noite quando o lixo é colocado para o lado de fora, e as lojas já estão fechando, percebi que nada é maior que a visão de solidão que a cidade toma nesse horário, tive medo de minha própria solidão.
Tem dias que não acordo de bem com o mundo e hoje não acordei de bem comigo, fiquei pensando na imagem que eu passo para as pessoas e acho que não gosto nada do que elas podem ver em mim, fiquei este tempo todo tentando achar culpados pela minha inadequação e na verdade sou eu que estou sempre de expectadora de todas as coisas, eu não tenho gostado do que venho me tornando e não quero mais seguir por esse caminho, preciso de perspectiva de desafio e a vida anda tão chata.



"Uma inquietação sem objetvo no presente, um sacrifício contínou e e estéril no futuro -eis o que lhe restava no mundo. Grande coisa que dentro de oito anos só teria trinta e dois anos e poderia ainda recomeçar a vida! Viver para quê? A que almejar? A que dedicar seus esforços? Viver apenas por viver? Mas inumeras vezes estivera disposto a dedicar toda a existência a uma idéia, a uma esperança, até a uma fantasia. A mera existência não tinha muita importância para ele: sempre quisera mais. Talvez só a força de seus desejos lhe tivesse feito acreditar, outrora, que era um homem a quem é permitido mais que aos outros"

julho 05, 2010


Um domingo de tarde sozinha em casa dobrei-me em dois para a frente - como em dores de parto - e vi que a menina em mim estava morrendo. Nunca esquecerei esse domingo. Para cicatrizar levou dias. E eis-me aqui. Dura, silenciosa e heróica. Sem menina dentro de mim.


Pra onde s ela foi? Que terá feito ela se dar conta de que as coisas vão pra algum lugar que nós nunca saberemos onde fica?
Quanto desse meu heroísmo vale a perda, dessa menina que vivia dentro de mim? E hoje boçal e banal me encaro no espelho, eis que de tudo, falta a essência, aquilo que poderia ter sido e não fui, depois de tanto lutar por mais maturidade sobra em mim amargura.

julho 03, 2010



"Mas sei todas as palavras de ódio, do ódio mais profundo e mais mortal. Eles matam crianças e essa é a sua maneira de brincar o mais inocente dos brinquedos. Eles desonram a beleza das mulheres nos leitos imundos e essa é a sua maneira mais romântica de amar. Eles torturam os homens nos campos de concentração e essa é a sua maneira mais simples de construir o mundo. Eles invadiram as pátrias, escravizaram os povos, e esse é o ideal que levam no coração de lama."

julho 02, 2010

Nostalgia é saudade do que vivi, melancolia é saudade do que não vivi.

julho 01, 2010

Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender...