Me visitam

janeiro 31, 2010

Eu não superei


“Eu queria odiar você, falei: ‘Por que veio? Porquê?´. Eu desejava tua companhia. Passava das onze; fui até a porta com ele e saí na noite fria de Agosto. ‘Venha cá’, ele me disse, ‘Preciso falar uma coisa bem baixinho: Gosto de você, mas não muito. Não quero gostar muito de ninguém’. Então levei um choque e revidei: ‘Eu gosto muito das pessoas ou as detesto. Tenho que ir até o fim, fundo, mergulhar, conhecê-las de verdade!’. Ele foi claro: ‘Ninguém me conhece!’. Então acabou, ponto final. Naquela noite foi duro dormir.”



Minha perna bambeou, tremi feito vara verde e voce estava tão distante, que bom que não viu.

janeiro 29, 2010

Eu não quebro




Coloquei em mim o peso da responsabilidade de fazer durar, não cabe a mim decidir por você e você não dá sinal, nem uma pista, não sou frágil, não quebro. Diga-me algo, qualquer coisa, queira me conhecer pra ver até onde aguento.
Estou amando o sentimento que desenvolve-se em mim, estou amando ficar triste por causa dele, isso me tira da minha acomodação, da minha quase vida e faz com eu tenha uma vida que pulsa e sente, sente dor as vezes também. Venha diga-me qualquer coisa, diga-me a verdade, não preciso de migalhas, piedade ou pouco tempo, sou madura, adulta e sentimental sim, mas não quebro.
Amo estar com você, desde de que isso não se torne para você um peso, gostaria que fosse reciproco, se no entanto não estiver sendo vá e não olhe para tras, eu não quebro, eu serei inteiramente grata por despertar qualquer coisa que me tirasse do limbo, de uma vida tranquila e acomodada, uma velinha com gatos, um não sei que de aconchego que aflige, você me tirou o sossego e vai demorar pra que eu volte a estabilidade, por isso vá e não fique porque é tranquilo, fique porque é real e doloroso, porque é mais forte que você, se não for, vá e busque sensações mais vivas, pulsantes, sanguíneas, a vida merece mais.








Pedi uma definição ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas que me diga logo pra que eu possa desocupar o coração. Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida. E não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranqüilidade possível que estou só do que ficar a mercê de visitas adiadas, encontros transferidos. No plano real: que história é essa? No que depende de mim, estou disposto e aberto. Perguntei a ele como se sentia. Que me dissesse. Que eu tomaria o silêncio como um não e ficaria também em silêncio. Acho que fiz bem."

janeiro 28, 2010

Eu acredito porque quero acreditar









"De repente me passa pela cabeça que você pode estar detestando tudo isso e achando longo e choroso e confuso. Mas eu não quero ter vergonha de nada que eu seja capaz de sentir. Tento não ficar assustado com a idéia que este tempo aqui é curto"

janeiro 23, 2010

Como atormenta


Como pode alguém viver nesta contradição? Quando escrevi sobre sentimentos na maioria das vezes usei o conselho de Pessoa e fingi, agora tudo se esclarece e consigo sentir algo que possui um gosto agridoce, um universo de duvidas que não depende mais de ninguém a não ser de mim mesma, uma coisa de estar em transe em êxtase, acho que gosto mesmo é desta sensação.
Estou vivendo um momento complicado que provavelmente me foi abrandado com a presença desse sentimento contraditório, que não me permite pensar na dor de forma agressiva, um sentimento calmo e devastador, que tem prazo de validade curto e que me faz sentir saudade antes de ir, posso dizer com certeza que nasci pra esse tipo de sensação, fui feita pra isso, toda dramaticidade que encontro em mim, toda essa interiorização não caberia a quem não se permitisse ser tocada desta forma, um sensibilidade exasperada doentia e alegre.
Encontro-me com graves sintomas da cólera.






E também percebi que era válida a verdade contrária: não trocaria por nada neste mundo as delícias do meu desassossego. Havia perdido mais de quinze anos tratando de traduzir os cantos de Leopardi, e só naquela tarde os senti a fundo:Ai de mim, se for amor, como atormenta."

janeiro 22, 2010

Dois ou três almoços, uns silêncios


Há alguns dias, Deus — ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus —, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de "minha vida". Outros fragmentos, daquela "outra vida". De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos.Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector "Tentação" na cabeça estonteada de encanto: "Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível". Cito de memória, não sei se correto. Fala no encontro de uma menina ruiva, sentada num degrau às três da tarde, com um cão basset também ruivo, que passa acorrentado. Ele pára. Os dois se olham. Cintilam, prometidos. A dona o puxa. Ele se vai. E nada acontece.De mais a mais, eu não queria. Seria preciso forjar climas, insinuar convites, servir vinhos, acender velas, fazer caras. Para talvez ouvir não. A não ser que soprasse tanto vento que velejasse por si. Não velejou. Além disso, sem perceber, eu estava dentro da aprendizagem solitária do não-pedir. Só compreendi dias depois, quando um amigo me falou — descuidado, também — em pequenas epifanias. Miudinhas, quase pífias revelações de Deus feito jóias encravadas no dia-a-dia.Era isso — aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome.
(Publicado no jornal "O Estado de S. Paulo", 22/04/1986)

janeiro 21, 2010

Eu quero uma verdade inventada


Ou estou enganada ou tentando me enganar, voce me vem como um mistério e não te leio, quando a regra é simples e os sinais óbvios não posso te decifrar porque sinto fome de voce, te devoraria. Espero não estar cometendo os mesmo erros do passado, outra pessoa sempre é uma chance de uma nova história de um novo começo e que demorado esse começo.

Existe algo que não consigo saber em voce ou algo que não estou querendo ver, existe um grande problema de comunicação entre nós e se formos nos medindo até o fim sairemos sem saber o que realmente um quer do outro, existe fragilidade desde o inicio e esta fragilidade não quer ser exposta.

Estou confusa mas certa não quebro, sei me virar, sei o que quero e não me machuca a verdade, o tempo passa rapido é melhor não desperdiçarmos. Qualquer coisa precisa ser dita ou silenciada e é preciso que sejamos diretos o tempo está passando.





Na maior parte das vezes, aquilo que você mais quer é aquela coisa que você não pode ter. O desejo nos parte o coração, nos esgota. O desejo pode ferrar com tua vida. E por mais duro que seja querer muito uma coisa, as pessoas que sofrem mais são aquelas que sequer sabem o que querem.

janeiro 20, 2010

Hoje


As vezes depende tão pouco de nós um tantinho de alegria, e como gosto destas sensações de descontrole , como me comovo com a criança que ainda habita meu interior e brinca, com o que encontra no caminho.
E feliz é um estado tão raro e passageiro, que quando sinto fico imaginando que quando se for jamais conseguirei descrever como me senti mas ele volta sempre que pode e me faz sentir viva outra vez, ainda que rapidamente . A vida é essa montanha russa de sensações e que não tem explicações lógica nenhuma, voce se da ao luxo de não querer mais nenhuma explicação, voce acredita sim que pode aprender com cada coisa mas nem sempre o que vem depois é uma evolução.
Hoje eu to feliz ...




"Tenho agradecido por estar vivo e ter andado por todos os lugares onde andei e ter vivido tudo o que vivi e ser exatamente como eu sou."

janeiro 14, 2010

Esperas


Uma criança na porta a espera de alguém que nunca chega, é preciso paciência e imaginação para esperar, alguém que se foi sem uma explicação convincente, uma criança com uma dúvida apenas que não pode ser resolvida.
Essa espera pode ser de horas, pode ser de dias e meses, essa duvida adormece na vida da criança e ela nunca mais vai saber qual era a pergunta, ela nunca mais vai saber quem esperava, ainda assim ela ira esperar a vida inteira e vão entrar e entrar outras pessoas por essa porta, a criança não verá.





Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo -
quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo,
não sei me entregar à desorientação

janeiro 07, 2010

O tempo Corre

















De vez em quando pare, isso, voce ja se deu conta do que esta acontecendo conosco, não vivi muitas vidas e as vezes achava que cada geração acreditava realmente que a sua era a ultima que existiria, mas voce ja se deu conta do que esta acontecendo, não temos guerras é verdade e nem matamos um milhão de judeus ou ciganos em câmaras de gás e nem dizimamos armênios por quase nada, não somos mais vitimas de grandes pragas causadas por nossa falta de higiene e essa coisas, mas agora é a vez da natureza diminuir nosso ritmo dizer quantos podem ficar e isso nos bota a mercê de algo que não temos tanto controle.


O cinema nos mostra algumas coisas todos os dias do que sera o nosso possível futuro se é que haverá algum, na verdade não acredito realmente que sera o fim e talvez seja uma seleção mais justa e quem sabe nem haja uma verdadeira seleção so haverá sorte de quem vai ou não sobreviver, mas uma coisa é certa, a gente vai ter se reinventar e não sei se estamos prontos ou onde erraremos depois.


Bom essa coisas que tem sido dita à minha geração, na verdade acredito que sempre acharemos uma solução, o que sempre vem por trás de tudo isso é que a vida tem de ser vivida da melhor forma possível aproveitada porque nada fica pra sempre e todo dia nos esquecemos disso, esquecemos que fomos abençoados com sentimentos e devemos nos abrir a eles e sentir a vida, não precisamos acumular coisas acabando ou não o mundo não viveremos ainda muito mais que uns 80 anos. E é melhor viver aproveitar e sentir o máximo possível dizer o que sentimos todos os dias as pessoas pra não sair daqui com impressão de que não foi cumprida a nossa missão que era viver, porque o depois isso ninguém sabe se sera ou não o fim.






“Você disse? Eu te amo. Eu não quero viver sem você. Você mudou a minha vida. Você disse? Faça um plano, tenha um objetivo. Trabalhe para alcançá-los, mas de vez em quando, olhe ao seu redor e aproveite, porque é isso. Tudo pode acabar amanhã.”

janeiro 05, 2010

Sinto voce ainda aqui



Ano novo a vida deveria querer ser renovada e adivinha eu ainda querendo rever umas coisas que tinha deixado lá atrás, da pra acreditar em mim?



Tenho sentindo uma saudade de voce como nunca senti antes, tento me anganar pensando que deve ser por que voce tambem pensa em mim, preciso de um sinal uma luz, qualquer coisa que me faça seguir em frente esperando ou não.



Tenho a impressão de que agora seria tudo tão diferente, que agora seriamos maduros o suficiente pra aguentarmos uma relação a distancia, que agora poderia me entregar de vez a nós, e fica essa espera de que o destino nos unisse de novo por um segundo, uma única vez pra que a chama voltasse ascender e eu conseguisse crer.



O caminho ta seguindo, o mundo virou, a fila ta andando e tenho medo de te deixar para tras, voce sem duvida, agora vendo como foram as coisa, foi o que chegou mais perto do maior amor da minha vida se eu já tive um, eu não posso dar continuidade a vida sem te consultar, pra saber se voce ainda não espera o nosso momento, como fiz esse tempo todo, talvez isso tudo seja por puro medo, medo da vida seguindo e te deixando num passado que maquiei de mais belo que realmente foi, medo de perder a grande oportunidade de te ter por perto, medo do novo que é desconhecido e que assusta sempre.



Esse talvez seja um desabafo pra voce pra entender que ainda existe algo em mim que ficou de voce, existe muito mais que gostaria de voce em mim, então tente me dar uma chance de provar so mais uma vez disso pra ter certeza que foi um erro e pra ter certeza que não era o melhor caminho, tente me fazer ver que voce foi so a primeira impressão que eu tive do sentimento que eu mesmo crio e que o objeto amado nem sempre tem muita importância, o importante é o amor.

Dê uma chance a nós por um instante me deixe provar que ainda ha muito sentimento, me deixe provar que agora aprendi com meus erros a ler o que voce me dizia, dê uma chance a nós por um instante pra ver no que da. Por favor me deixe seguir se não for isso mas ainda estou esperando a nosso tempo certo a estrada em que vamos no reencontrar e a vida ta passando rápido preciso de sua resposta pronta vinda de dentro pra sempre definitiva o mais rápido que voce puder. o amor não pode esperar mais.








Das lembranças Que eu trago na vida
Você é a saudade Que eu gosto de ter
Só assim! Sinto você bem perto de mim Outra vez...
Me esqueci! De tentar te esquecer Resolvi!

Te querer, por querer Decidi te lembrar Quantas vezes
Eu tenha vontadeSem nada perder...