Me visitam

setembro 27, 2012

Leite, leitura
letras, literatura,
tudo o que passa,
tudo o que dura
tudo o que duramente passa
tudo o que passageiramente dura
tudo, tudo, tudo
não passa de caricatura
de você, minha amargura
de ver que viver não tem cura.

setembro 25, 2012

Não me digas nada, vejo que me entendes, mas tenho receio dessa compreensão, tenho medo de encontrar alguém semelhante a mim e ao mesmo tempo desejo-o. Sinto-me tão definitivamente só, mas tenho tanto medo que o isolamento seja violado e eu não seja mais o cérebro e a lei do meu universo. Sinto-me no grande terror do meu entendimento, meio por que penetras no meu mundo; e que, sem véus, tenha então que partilhar o meu reino!

setembro 13, 2012


Creio apenas saber que o romance não pode já viver em paz com o espírito do nosso tempo: se quer ainda continuar a descobrir o que não está descoberto, se quer ainda «progredir» enquanto romance, só pode fazê-lo contra o progresso do mundo.
A vanguarda viu as coisas diferentemente: estava possuída pela ambição de estar em harmonia com o futuro. Os artistas de vanguarda criaram obras, corajosas é verdade, difíceis, provocatórias, apupadas, mas criaram-nas com a certeza de que o «espírito do tempo» estava com eles e que, amanhã, lhes daria razão.
Outrora, também eu considerei o futuro como único juiz competente das nossas obras e dos nossos actos. Foi mais tarde que compreendi que o flirt com o futuro é o pior dos conformismos, a cobarde lisonja do mais forte. Porque o futuro é sempre mais forte que o presente. É ele, de facto, que nos julgará. E certamente sem qualquer competência.

setembro 05, 2012

Jesus, por que as pessoas não são mais simples, por que se defendem tanto, por que não riem de si mesmas com mais frequência, estou cansada de gente falando padronizadamente, andando sempre na linha, não deixando ninguém chegar, não se jogando nem sequer em uma conversa de bar.




Vasculhei minha alma e descobri que não havia nada na minha criação, experiência ou até nos meus instintos básicos me dizendo como reagir diante de alguém que, sentado na minha frente, simplesmente, calmamente, rouba uns dos meus biscoitos.




setembro 04, 2012


I’m tired, boss. Tired of being on the road, lonely as a sparrow in the rain. I’m tired of never having me a buddy to be with, to tell me where we’s going to or coming from, or why. Mostly, I’m tired of people being ugly to each other. I’m tired of all the pain I feel and hear in the world every day. There’s too much of it, it’s like pieces of glass in my head, all the time. Can you understand?”

setembro 03, 2012


Não vou mais tentar, nem vou me mover daqui e você pode ficar aí, cansei, porque isso é muito maior do que nós, eu sei que talvez você nunca venha a saber o quanto foi importante pra mim, nem eu sei efetivamente quanto a sua existência no mundo mudou a minha vida, mas com certeza posso dizer que sem a esperança de um dia eu não teria resistido a tantos anos.
É mais bonito do que parece, é mais sincero do que eu gostaria, não depende tanto assim de nós, e nós e algo tão distante. Qualquer sinal me desestabiliza, me renova, me prova que o que mais importa nisso é como eu me sinto diante disso, é meu milagre, minha fé reestabelecida, é crer que não sou eu que está no controle, a culpa não existe mais. E como te dizer essas coisas sem parecer desespero?
Como dizer que não preciso da tua permissão pra te amar, nem da tua presença, eu só preciso de saber que voce sabe que estarei sempre aqui, e voce sabe, voce sempre soube.




"Nesses dias, estava presente como nunca, tão pleno e perto que estava dentro do que chamaria - tivesse palavras, mas não as tinha ou não queria tê-las - vaga e precisamente de: A Grande Falta."