Me visitam

agosto 30, 2010


Mas não escrevi para isso, escrevi para salvar a minha própria vida. Sempre estive por fora, nunca me adaptei. Descobri isso nos pátios das escolas. E outra coisa que aprendi foi que eu aprendia muito devagar. Os outros caras sabiam tudo; eu não sabia merda nenhuma. Tudo estava imerso em uma luz branca e estonteante. Eu era um idiota. No entanto, mesmo quando eu era um idiota, sabia que não era um idiota completo. Eu tinha algum cantinho em mim que eu estava protegendo, havia alguma coisa lá. Não importa. Aqui estava eu na piscina e minha vida estava terminando. Não me importava, já tinha visto o circo. Ainda assim, sempre haverá mais coisas para escrever até que me atirem na escuridão ou seja o que for. Isso é que é legal sobre as palavras, permanece indo em frente, buscando coisas, formando frases, se divertindo. Eu estava cheio de palavras e elas ainda saíam em boa forma. Eu tinha sorte. Na piscina. Garganta ruim, dor de cabeça, eu tinha sorte. Velho escritor na piscina, meditando. Legal, legal. Mas o inferno está sempre lá, esperando para se abrir.


Desculpem a falta de jeito e esta fase Bukowski, não é etilica mas é como se fosse, tão nauseante quanto, as vezes os caminhos ficam um pouco mais escuros e a fuga é inevitável, deve ser algum tipo de rompimento com o presente e a realidade, alguma coisa me faz falta e não sei bem o que é, essa coisa grita sua ausência e não sei onde procurar, alguma coisa me enlouquece as vezes e não consigo mais disfarçar.

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