Me visitam

junho 02, 2011




E essa vergonha de sentir, e essa deficiência racional de controlar emoções, de tentar engana-las como se fossem passiveis disso, lendo Caio e ouvindo Renato, quando vou admitir que estou tomada por sentimentos que não são necessariamente reciproco, quando vou me convencer de que rejeição é a resposta certa e objetiva que possuo?
Na contra mão, no caminho sem sentindo e sem volta de quem ama só, por que lágrimas ? como a morte irrevogável, o fim do amor doí mais, insubstituível doloroso e a cima de tudo cruel o fim do amor unilateral derruba edificações racionais de anos, o fim de um amor que nunca ocorrera realmente, destroi e emudece.
Eles, aqueles que viveram dentro dessa esfera sentimental, os maiores morreram sós, por que dessa ilusão de algo que é tão subjetivo ser eterno? Eles, que inventaram esse nó no peito, esse pulsar frenético, essa umidecimentos nas mãos, se foram apáticos e silenciosos morrer na casa de seus pais. Esses se foram sem responder aquela pergunta que me mata todos os dias, houve um dia quem tenha vivido realmente um grande amor?



Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode praver, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera. Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? A moça...ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. As vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera? E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário...por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.

Nenhum comentário: