Me visitam

dezembro 10, 2011


Amei uma pessoa, não pelo que ela realmente era, mas por tudo que representava pra mim naquele momento e nos momentos que segui amando-a, eu na verdade não queria a liberdade de viver outro amor, não queria esquecer aquela triste história que me fazia sofrer, eu poderia viver disso eternamente, porque duas semanas de um amor de verão foram meu refugio durante os longos 5 anos de faculdade, talvez eu pudesse levar sozinha aquele sentimento por toda a minha vida e ainda que soubesse que perderia grande parte do espetáculo, não queria me livrar desse amor.
Talvez eu fosse realmente uma daquelas pessoas que amam de verdade apenas uma vez na vida, ou criei alguém perfeito que pudesse amar sem questionar esse sentimento devido a sua inexistência, tive tempo de cultivar aquele sentimento, de podar todas os defeitos daquela pessoa, ele é claro não estava totalmente isento da culpa de me iludir, ele o fez por esse caminho, de maneira fina e delicada alimentava em mim a esperanças que os apaixonados precisam pra seguir amando, dando desculpas diversas por estarmos separados, dizendo que se fosse diferente seriamos um, e a tragédia estava completa, eu estava totalmente inebriada pela dor, eu queria sentir aquilo, afinal foram muitas comédias românticas pra chegar aquele nível de inocência em relação as homens.



Uma mescla dessa maliciosa impressão que às vezes degenera na necessidade de remexermos propositadamente na ferida, pelo desejo de nos distrairmos com o nosso próprio sofrimento, reconhecendo precisamente que no exagero de toda infelicidade há também um prazer.

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