Me visitam
abril 23, 2012
“(…) Amar também é bom: porque o amor é difícil. O
amor de duas criaturas humanas talvez seja a tarefa mais difícil que nos
foi imposta, a maior e a última prova, a obra para a qual todas as
outras são apenas uma preparação. Por isso, pessoas jovens que ainda são
estreantes em tudo não sabem amar: têm que aprendê-lo. Com todo o seu
ser, com todas as suas forças concentradas em seu coração solitário,
medroso e palpitante, devem aprender a amar. Mas a aprendizagem é sempre
uma longa clausura. Assim, para quem ama, o amor, por muito tempo e
pela vida afora é solidão, isolamento cada vez mais intenso e profundo. O
amor, antes de tudo, não é o que se chama entregar-se, confundir-se,
unir-se a outra pessoa. Que sentido teria a união de algo esclarecido,
inacabado, dependente? O amor não é uma ocasião sublime para o indivíduo
amadurecer, tornar-se algo em si mesmo, tornar-se um mundo para si, por
causa de um outro ser; é uma grande e ilimitada exigência que se lhe
faz, uma escolha e um chamado para longe. Do amor que lhes é dado, os
jovens deveriam servir-se unicamente como de um convite para trabalhar
em si mesmos “escutar e martelar dia e noite”. A fusão com o outro, a
entrega de si, toda espécie de comunhão não são para eles; … são de aço
acabado para o qual, talvez, mal chegue atualmente a vida humana.”
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