Ok, se temos mesmo que tratar desse assunto deixe eu explique melhor meu ponto de vista.
Não se trata unicamente de de aversão, é antes de qualquer coisa uma falta de habilidade incrível para tanto, o que existe antes de tudo no campo dos sentimentos é a sensação de violação da intimidade, uma certa inadequação para que haja troca, quesito básico nesse assunto. É claro há desejo, que a evitação vai muito além da insegurança com o corpo, o que assusta é o outro, o mistério que ronda cada um, a incapacidade do contato, o medo da dependência e rejeição que sempre parece tão certa.
As questões são sempre as mesmas, o que tem de desejável em alguém, que não seja exatamente igual ao que há no outro? O que tem pra amar em quem em alguém que nunca amou?
Racionalizar tudo isso torna a coisa mais sacra, mais santa, a ciência é a nova religião, ela nos livra do outro, o torna menor, nos coloca acima dos animais que se entregam à seus instintos, a razão nega a pele, nega o toque, controla a vida. A razão cura a demência, mantém a ordem, exorciza os demônios, é Deus.
A verdade liberta, mas fere, endurece, nem sempre cura, a verdade é super valorizada, seria mais leve sem essa busca por uma verdade por tras de tudo, mas agora já não tem como negar a que a ternura se foi. Não procuro provar que estou certa, quero apenas que minha atitude não seja interpretada como arrogância, descuido, quero apenas que não seja eu a causadora de alguma mal àqueles que ainda acreditam, quero voltar para casa sem deixar feridas em alguém, mesmo que o preço disso seja
não deixar nenhuma marca no mundo.
"Sou demasiado orgulhoso para acreditar que um homem me ame: seria supor que ele sabe quem sou eu. Também não acredito que possa amar alguém: pressuporia que eu achasse um homem da minha condição."
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