Me visitam

março 15, 2014

“Acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus, ou quando sua risada se confunde com a minha.”


Você precisa desse sentimento mais do que do objeto dele, você procura estar nessa condição porque não se reconhece longe dela, você conhece a formula, a receita, o caminho, você sabe por onde ir, só não sabe se isso é mesmo real ou mais uma fantasia que alicerça seu castelo nas nuvens.
Você já escolheu a trilha sonora desse episodio, e não crê num deus que não ri, então ai determina-se qual será a moeda de troca desse jogo perigoso, músculos faciais contraídos, dentes expostos, eis a anatomia do amor pra você. Na verdade o jogo vira por muito pouco, como se o ser mitológico pousasse naquele instante e acertasse o alvo, configurando ali essa nova realidade de busca por mais sinais, mais detalhes e alimento pra que isso cresça ate ter vida própria.
O real já se perdeu no meio da estrada, mas quem se importa, quem determina alias o que é real entre todas as abstrações que esse tipo de sentimento despertam em uma pessoa? Você sabe que precisa de um estimulo vital, de um pra que toda manha, agarrar-se à uma imagem do que você gostaria que acontecesse não te torna menos honesto dos os que preferem o cinismo da verdade, saber que não se trata de fato de matéria não deixa de liberar hormônios de satisfação no seu corpo, vida real e fantasia amalgamadas homogeneamente, ninguém nota onde uma começa e a outra acaba.

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