Há agora esse desejo novo, desejo da escrita, canalizando a dor, a verdade, o poder que ainda resta, mas se esvai. Eu espero que essa escrita não me escape, percebo que o caminho se afunila para uma dor real que está próxima, preciso criar esse válvula que me manterá viva, essa empatia asfixiante ainda vai me matar, eu sei.
Começo de dissertação, pesquiso a dor alheia, sinto a dor alheia, vivo a dor, não compreendo, desconforto, medo e distancia são as únicas coisas que possuo diante dessa realidade, mas ninguém pode me dizer que eu não sinto essa dor. essa é também a minha dor.
Eu preciso escrever, escrever, escrever, até que sai alguma coisa que faça finalmente sentido, eu preciso materializar essas ideias confusas e desembaraça-las como faria com um novelo de lã esperando ser blusa, eu preciso estancar essa sangue que jorra manchado as calçadas por onde passo, cegando minhas vistas, enfraquecendo meus movimentos, silenciando meu grito. Eu, preciso.
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