Porque, de repente, tudo o que eu tinha vivido (e acho também que a minha geração inteira) nesses anos todos de cinemania estava ali contado na vidinha de Cecilia. Que vai obsessivamente ao cinema para viver – viver o que a vida não dá, ou dá apenas em doses homeopáticas, simulacros. Qualquer pessoa viciada em cinema (como Cecilia e eu) sabe desse pequeno segredo, tão profundo quanto inconfessável: vai-se ao cinema para viver o que a vida não dá.

— Se eu, se você gostar de mim... E como saber se é o amor certo, o único? Tanto é o poder errar, nos enganos da vida... Será que você seria capaz de se esquecer de mim, e, assim mesmo, depois e depois, sem saber, sem querer, continuar gostando?


A meu Deus, será que voce poderia esquecer e mesmo assim continuar lembrando?

As coisas foram melhorando, quando você foi embora, já fazia algum tempo que levava comigo um certo medo que tivesse que sentir aquilo na pele para que pudesse aprender qualquer coisa. Pois é você foi eu fiquei e muitas coisas não foram ditas, nunca serão. você teve a coragem que fico ensaiando a vida toda, sinto sua falta.
Quando digo que as coisas melhoram você consegue entender que foi meio que no sentindo de que ficaram como todo mundo achava que deveriam ficar, assim, daquele jeito que nos tanto criticávamos, melhorou é verdade mas sem originalidade, você ainda faz falta.
As coisas que te conto, as verdades e as mentiras são só uma forma de te manter por perto, pra que você tenha uma ideia de como seria se tivesse feito outra escolha, quando fico triste lembro que um dia quem sabe né, nos vamos poder ficar mais juntos.
Acho que é uma forma de achar que há um cúmplice na minha vida, alguém que não ira me julgar, alguém que mesmo tendo ido ainda esta aqui. Sinto sua falta e sei que sentes a minha também, então de alguma forma temos um ao outro, pelo menos temos uma saudade reciproca.



Me mande mentalmente coisas boas. Estou tendo uns dias difíceis.

"Ma belle, viver bem não é para amadores. Puxe para si a responsabilidade de encerrar de vez essa inimizade estéril, esse desgaste emocional tão nocivo à pele e ao humor. Você não é uma menina, é uma mulher. E uma mulher deve saber discernir o que é, de fato, uma derrota e uma vitória. Derrota é quando a gente ganha dos outros, mas desiste de si mesma.”

"Você devia ter feito alguma coisa para me ter. ou me deter.

É fim de tarde. E, você sabe,

Eu te amava..."

“...uma cicatriz nunca é feia. Isto é o que aqueles que produzem as cicatrizes querem que pensemos. Mas você e eu temos de fazer um acordo e desafiá-los. Temos de ver todas as cicatrizes como algo belo. [...] Porque acredite em mim, uma cicatriz não se forma num morto. Uma cicatriz significa: Eu sobrevivi”

"Sonhará uns amores de romance, quase impossíveis? digo-lhe que faz mal, que é melhor, muito melhor contentar-se com a realidade; se ela não é brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir."

"-Não existe influência boa, Sr. Gray. Toda influência é imoral... imoral do ponto de vista científico. -Por quê? -Porque influenciar uma pessoa é transmitir-lhe a nossa própria alma. Ela já não pensa com seus pensamentos naturais, nem arde com suas paixões naturais. As suas virtudes não são reais para ela. Os seus pecados, se é que existem pecados, são emprestados. Ela se converte em eco de uma música alheia, em ator de um papel que não foi escrito pra ela. A finalidade da vida é o desenvolvimento próprio."

"Tiram fotos de escaladores no topo da montanha. Estão sorrindo, estáticos. Triunfantes. Não tiram fotos durante o trajeto. Quem quer lembrar do resto? Nos esforçamos, porque precisamos. Não porque gostamos. A subida cruel, a dor e a angústia de ser esforçar mais, ninguém tira foto disso. Ninguém quer lembrar disso. Só queremos lembrar a vista do pico. O momento de tirar o fôlego, no topo do mundo. É isso que nos mantem escalando...E a dor vale a pena. Essa é a maluquice...Tudo vale a pena..."

"(...) Esse anjo louco é o leitor, que se transporta para fora de si, ocupa o lugar do outro, se torna, um pouco, esse fascinante estranho - o escritor. Há uma dose inevitável de loucura (de delírio) em qualquer leitura. O leitor se apossa da palavra alheia. Acredita que lê o outro, quando lê a si. O outro é só um caminho. Palavras não são monumentos, são estradas."

Será que nós, será que algum de nós, jamais cessará de buscar um poder superior no qual possamos nos fundir e existir para sempre, parar de querer manuais de instruções dados por um Deus, de querer um desígnio maior, de buscar rituais e cerimônias?

Somos uma monte de dúvidas, que seguem e seguem com a arrogância da certeza.

“O mundo em que vivemos talvez seja um mundo de aparências. A espuma de uma realidade mais profunda que escapa ao tempo, ao espaço, a nossos sentidos e a nosso entendimento. Mas, nosso mundo da separação, da dispersão, da finitude, significa também o mundo da atração, do reencontro, da exaltação. E estamos plenamente imersos nesse mundo que é o de nossos sentimentos, felicidades e amores. Não experimenta-lo, é evitar o sentimento, mas também não haverá o gozo. Quanto mais estamos aptos a felicidade, mais nos aproximamos da infelicidade…”

"A vida inventa! A gente principia as coisas, no não saber por que, e desde aí perde o poder o poder da continuação -- porque a vida é mutirão de todos, por todos remexida e temperada."

Não é necessário sair de casa. Permaneça em sua mesa e ouça. Não apenas ouça, mas espere. Não apenas espere, mas fique sozinho em silêncio. Então o mundo se apresentará desmascarado. Em êxtase, se dobrará sobre os seus pés."

Quando doi um pouco em mim, penso " é tudo hormonal", mas será mesmo, será que meus hormonios só não liberam aquilo que há de dor em mim?
Ta doendo essa solidão, esse vazio, essa falta do que fazer com o que me tornei, ta doendo ver como as pessoas me julgam sem saber quem eu sou, de onde vim, doe saber que nem sempre eu tenho razão, mas sou sempre eu que fico sozinha no final da noite.
Eu só queria chorar desesperadamente e me livrar desse hormonios pelas lágrimas, acordar amanha e saber que é tudo mentira, e ver algum sentido, alguma esperança, não quero perder a esperança.



Se estou só, quero não estar, Se não estou, quero estar só, Enfim, quero sempre estar Da maneira que não estou.

"Alguns simplesmente desaparecem, mas desaparecimento era um dos codinomes da morte. Era outro jeito de pronunciá-la".



Acredito que vá sentir muita falta, e que podemos voltar a nos ver algum dia, como quem crê em uma vida depois desta, mas por hora estamos muito distantes para acharmos que caminhamos juntos.

Todas a revoluções devem ser travadas pelo amor que temos uns pelos outros, estamos sempre do mesmo lado, ainda que achemos que combatemos nossos verdadeiros inimigos. Me dou conta que só nos são contadas meias verdades e aqueles a quem combatemos, são os que deveriam ser, por nós protegidos, pra uma luta ser nobre é preciso antes de mais nada que amemos os homens.
A nossa única verdade, homens são as nossas dores, são nossos sentimentos e nossas sensações, descobri que em tcheco a palavra compaixão equivale a co-sentimento, diferente daqui em que ela nos coloca em uma posição mais favorável daquele ao qual nos compadecemos, pra eles o sentimento é compartilhado, quando amamos alguém suas dores são por nós sentidas, suas ideias, suas paixões, suas lutas, quando mudamos o foco da nossa revolução perdemos o que nos iguala, o que nos causa empatia, há nobreza sim nas lutas feitas pela ecologia, por Deus e deve haver muita nobreza em todas as outras lutas, mas o que não podemos esquecer é porque isso se torna importante e por quem.
Minha revolução é pelo individuo e sua liberdade de sentir e expressar, sua liberdade e crer ou não crer, sua liberdade e usufruir amanha do que não desperdiço hoje, não colocarei qualquer coisa a cima do amor que tenho pelo homem em qualquer luta é homem que estará sendo libertado, protegido, é o bem do homem que deverá ser preservado.





Três paixões, simples mas irresistivelmente fortes, governam minha vida: o desejo imenso de amar, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade.

Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.

"E para que não doesse demais quando não era capaz de,
apenas esperando, evitar o insuportável,
fazia a si próprio perguntas como:
se a vida é um circo, serei eu o palhaço?"

Tem sol, venta forte e é frio, um dia lindo, a noite foi tensa e agora não posso me concentrar, não consegui prender o choro e não controlo bem as emoções, doí quando penso direitinho nas coisas que acontecem e me pergunto se vale mesmo a pena, tem sido tão perigoso desde o começo e o preço a pagar nem sempre compensa.
Penso nisso como uma grande metáfora, daquilo de deveria ter sido e não foi, de com nos comportamos com tanta diplomacia pra não ferir ninguém e nem se quer entramos em conflito para que nossa verdade não seja ditas em voz alta, não queremos nos magoar. E por mais filosófico que pareça o "quem somos" jamais será respondido porque tememos a resposta.




É verdade que, como em todos os homens, cada comoção, cada dor, cada desesperada situação da vida despertava imediatamente o desejo de livrar-se de tudo por meio da morte. Mas, pouco a pouco, foi transformando em seu interior essa tendência numa filosofia que era, na verdade, propensa à vida. A profunda convicção de que aquela saída de emergência estava constantemente aberta lhe dava forças, fazia-o sertir a curiosidade de provar seu sentimento até as últimas instâncias. E quando se via na miséria, podia às vezes sentir como furiosa alegria uma espécie de prazer em sofrer: "Estou curioso por saber até que ponto um homem pode resistir."

"Eu quase consegui abraçar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo."

um dos primeiros recursos próprios de um escritor profissional que Isabella aprendera comigo era a arte e a prática de procrastinar. todos os veteranos do ofício sabem que qualquer ocupação, desde afiar o lápis até catalogar insectos, tem prioridade sobre o acto de se sentar a mesa a espremer o cérebro.

Ando falando de amor lindamente, como se houvesse um de verdade, ando fazendo de conta que amo, pra não esquecer como é que devo me sentir quando amar, ando triste, calada, quem me olha tem certeza que meu coração doí. É que aprendi como se faz, por muito tempo eu treinei emoções, aprendi como se comporta alguém que está ferido e ando representando, na verdade, sinto saudade do amor que ainda não chegou, do amor que idealizo, de qualquer amor, ando fingindo pra não desacreditar.



“Eram esperanças muito remotas, nascidas do desespero, mas quase sempre as esperanças são dos desesperados”.