Os delicados podem ter vocação para o piano. Para o teatro. Para a poesia. para o magistério. Vocação para a máquina, aquele que era um tremendo joalheiro. O primo era outro delicado, um físico raro que estudava a estrutura da bolha de sabão. Mas nenhum com vocação para viver. Minha colega de academia não contava as pílulas dos tubos que ia engolindo, um primo míope tirava os óculos para não ver o sangue enquanto ia cortando os pulsos com gilete azul. Todos os delicadíssimos saindo pela porta da morte que é a mais fácil. Sem olhar pra trás. E os fortes? Na classificação sumária, acho que somos fortes apenas porque estamos vivos. E fazendo tudo para seguir nesse estado, mais do que isso, lutando por essa vida.
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