Me visitam
março 08, 2011
— Por que é que foi, que só hoje é que o senhor sonhou com ela, Primo Ribeiro?
— Não sei não... Só sei é que se ela, por um falar, desse de chegar aqui de repente, até a febre sumia...
— É... Se ela chegasse, até a febre sumia...
— Também, não sei: eu hoje cansei de sofrer calado... Vem um dia em que a gente fica frouxo e arreia... Também, eu só estou falando é com você, que é p’ra mim que nem um irmão. Se duvidar, nem um filho era capaz de ser tão companheiro, tão meu amigo, nesses anos todos... E não quis me deixar sozinho, mesmo tendo, como tem, aquelas suas terras tão boas, lá no Rio do Peixe. Não precisava de ter ficado... O sofrimento era só meu.
— Eu também senti muito, Primo Ribeiro.
Primo Argemiro falou olhando para o coqueiro cintado, erguido lá adiante do cruzeiro, com as palmas recurvas remando o vento.
— Eu sei, Primo. Você tem bom coração...
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