Me visitam
abril 21, 2011
Ele é um monstro: metade pagão, metade cristão. Individualista por natureza e socialista por força de raciocínio. Pensamento filosófico? Não tem. É dotado de cinco sentidos muito agudos, gosta das formas das cores, dos sons e dos perfumes, e delicia-se com as combinações que pode fazer com esses elementos. Não é tão doentio que leve a vida a pensar seriamente na culpa ou pecado que possa haver na prática despreocupada desse jogo, nem tão fútil que esteja convencido de que não existe nada mais além desse mero brinquedo.
Ontem ainda acreditei que o mundo era dividido entre o bem e mal, ontem ainda as coisas eram claras e bonitas porque eu caminhava promissoramente por um caminho de certezas e verdades, ontem tinha muitos ao meus lado, tinha quem me protegesse, que estaria lá sempre que quisesse, mas vejam só hoje depois de todas essas dores descobri uma coisa horrível, posso ser o mal na em alguns casos, posso estar indo por um caminho que ninguém mais irá, e esse caminho nem sempre é reto.
A verdade dura em tudo isso, é que perdi todas as ilusões, é que a magia não passa de um truque bem feito, a verdade é que o bolo mais bonito já não tem um sabor tão bom e que o que importa pra muitos ou senão pra todos é mesmo como ele se parece, você pode parecer feliz, parecer satisfeito, pode parecer que seu bolo é o mais gostoso mas não tenho encontrado ninguém disposto a expor suas verdadeiras sensações em relação a nada. O visual esta acima de tudo em nossos dias, acreditei ontem que enchendo tudo bem direitinho hoje seria mais fácil, descobri que preocupando-se com o recheio você pode esquecer da cobertura, as coisas tem gosto de plástico.
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