Me visitam

maio 22, 2011


A vida é toda um processo de demolição. Existem golpes que vêm de dentro,
que só se sentem quando é demasiado tarde para fazer seja o que for,
e é quando nos apercebemos definitivamente de que em certa medida
nunca mais seremos os mesmos.



Eu desisti, não da forma que as pessoas pensam que é desistir mas desisti de achar um culpado, uma cura, um motivo, as pessoas ao meu redor estão caindo, despencando, eu não consigo os ajudar, é como se eu estivesse a kil0metros de distancia, em um lugar que observar e a única forma de viver.Não tenho me perguntado por que, nem mesmo tento pedir ajuda, estou apenas seguindo, me tortura saber que muitos já não suportam, que muitos seguem em frente, que outros nem sequer percebem o que está acontecendo, expectadora de tudo isso sigo congelada, como se não me atingindo as coisas me ferissem ainda mais.
Preciso pedir paciência, preciso acreditar que isso passa, eu acredito mas aqueles que amo? Como salva-los nesse barco furado que me precipitei em mar aberto, como salva-los se nem sei se ainda eu estou a salvo, o que dizer se fui quem puxou o gatilho. É hora de cuidar da dor do outro, mas com que experiência senão está que carrego, é hora da dar mão mas como não levar o outro para o abismo que procuro, quando não tenho o que dizer, quando não consigo mais sentir, como posso carregar alguém pra frente se não enxergo o futuro?
A única coisa que tenho a oferecer a meus amigos é meu amor, e minha compreensão de suas escolhas, a única coisa que posso saber é que é preciso aceitar o absurdo da vida porque se há algum sentido nisso tudo nos foi escondido, preciso faze-las enteder que nem mesmo eu sei como lidar com isso mas que sozinha não quero ficar.

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