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agosto 08, 2011

Que pena de nós, que ainda acreditamos em fadas


Você deve ter visto uma reportagem que desvendou o mistério da fada no México, uma pena, multidões estavam visitando a casa do desempregado que disse ter encontrado o pequeno ser mitológico, multidões em busca da magia, da fé, do direito de ter concedido algum desejo, como estamos carentes de crenças, como estamos carentes de fantasia.
Devo dizer que as vezes me pergunto se não está na hora de abrir mão de toda essa minha racionalidade e me jogar até Guadalajara em busca dessa fada, não suporto a ideia de ter como maior desejo ver se meu corpo suportará a primeira tonelada, as pessoas estão enlouquecendo, eu estou enlouquecendo, talvez sempre tenhamos sido tão loucos como agora, mas quem sabe precise apenas de um norte, um porto onde posso jogar minha ancora, ou um ideal difícil de ser alcançado, a evolução da minha consciência ou a redenção da minha alma.
Que pena de nós que procuramos uma explicação mágica pra essa existecia vazia, pra essa falta de sentido, pra essa confusão ordena, essa ordem que exclui quem não se enquadra, que pena de nós que queremos grande missões, projetos pré definidos por um ser superior, qie pena de nós que não temos coerência, façamos terapia pra assumir que viver é decepcionante.



Se, como os homens e as hienas, os dragões tivessem o dom ambíguo do riso. Você o acharia talvez irônico, mas ele estaria impassível quanto perguntasse assim: mas então você só acredita naquilo que vê? Se você dissesse sim, ele falaria em unicórnios, salamandras, harpias, hamadríades, sereias e ogros. Talvez em fadas também, orixás quem sabe? Ou átomos, buracos negros, anãs brancas, quasars e protozoários. E diria, com aquele ar levemente pedante: "Quem só acredita no visível tem um mundo muito pequeno. Os dragões não cabem nesses pequenos mundos de paredes invioláveis para o que não é visível".

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