Me visitam

outubro 31, 2011


Ai daqueles
que se amaram sem nenhuma briga
aqueles que deixaram
que a mágoa nova
virasse a chaga antiga

ai daqueles que se amaram
sem saber que amar é pão feito em casa
e que a pedra só não voa
porque não quer
não porque não tem asa

outubro 28, 2011


― Alguém disse uma vez que no momento em que paramos a pensar se gostamos de alguém, já deixamos de gostar dessa pessoa para sempre.

outubro 27, 2011


Sou filho da descrença e da dúvida, até ao presente e mesmo até à sepultura. Que terrível sofrimento me causou, e me causa ainda, a sede de crer, tanto mais forte na minha alma quanto maior é o número de argumentos contrários que em mim existe!

Sabe esse não é mais um ano como os outros, é para ser um ano diferente, mais tranquilo apesar das lutas já agendadas, é para ser um ano mais alegre, apesar das nuvens que sempre vem nos visitar nossos dias ensolarado, é para se ter esperança, qualquer que seja ela.
Sinceramente apesar de poder ver toda a verdade que há, toda desilusão que o mundo nos faz provar, eu realmente preciso me segurar no belo, no sutil, no lado positivo, é de esperança que eu preciso, pra vencer meus medos, para dar sentido aos meus dias, para não desabar de cansaço.
Eu conheço todos os argumentos da razão, mas é preciso despir-me desse meu orgulho e me dar ao luxo de crer no invisível de vez em quando, para não e me perder nesse vazio que é a vida, pra não para quando é preciso seguir, por curiosidade, por amor, por ser a única chance de experimentar desses sabores, pra conhecer todas as pessoas, pra duvidar desse destino, pra não ter nenhum controle e me surpreender, sempre.
Se eu estiver errada só eu mesma saberei ou não, se eu estiver errada a vida me corrige, quero uma vida mais fácil, mais leve, mais minha, sem certezas e com todo a fé que possa haver.

outubro 25, 2011


E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás.

outubro 20, 2011

Por 2012


Enquanto não encerramos um capítulo, não podemos partir para o próximo. Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora, soltar, desprender-se. As pessoas precisam entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.


Estive distante uns dias, férias talvez, eu nem lembro onde eu fui, nem sei se realmente eu vivi, estive dormindo sem sonho, acordando sem vida, estive cansada esses dias, cansada de não fazer nada. O ano finalmente chega ao FINAL, sem dor, sem mágoa, vou pensar que tudo aconteceu pra que eu esteja finalmente mais preparada pro que virá, e virá algo novo eu sei.
Para que meu ano seja melhor do que este, pra que eu seja uma pessoa melhor do que está, pra que eu aprenda a lidar melhor com a vida, com os problemas que vida me traz, com as pessoas que a vida me apresenta, por um 2012 feito exclusivamente por mim, pra que eu faça dele uma ano bom, das minhas resoluções para o ano novo a primeira é que eu mesma serei a guardiã do meu destino, do meu humor, do meu ponto de vista, sem comparações, sem ressentimentos, sem tantos rodeios.
Por um 2012 realmente transformador, é hora de virar borboleta, seguir viagem, sem esquecer de olhar pra trás e admitir que o que aconteceu não tem mais volta, mas o que eu aprendo com o que passou fará a pessoa que serei, por um 2012 em que eu me preocupe em construir mais coisas e não só em analisar situações, que eu me envolva mais com pessoas e que não tema as marcas que elas me deixarão, que eu consiga ver a verdade, não sinta apenas pena de mim, que eu abra o coração pra aprender o que tiver que ser aprendido, que seja um ano de evolução pessoal.
Por um ano em que eu finalmente seja a útil a alguém, a todos, a mim mesma, que eu finalmente entenda que não posso mudar o mundo e que isso não paralise meu ideal, que eu consiga caminhar com a mente aberta, que compreenda que nunca saberei o suficiente para não errar, que me contente em ser quem eu sou, que aceite o que eu sou, que eu realize pelo menos um dos meu desejos, que eu aprenda a dançar.

outubro 18, 2011

Joguei fora e lamentei. Sempre lamentamos ter jogado fora em certo momento da vida. Mas, se não jogamos fora, se não nos separamos, se queremos guardar o tempo, podemos passar a vida arrumando, arquivando nossa vida


Este ano eu disse pra alguém que eu o amava, eu disse sim, com muito receio, com medo de me machucar, com toda a cautela que se deve tem quando se declara sentimentos a alguém, eu arrisquei alto, eu perdi. Eu me joguei em um sentimento porque eu acreditei que ele era mais forte que tudo, eu achei que ele pudesse vencer qualquer barreira, que pudesse transmitir sensações, que soubesse interpretar palavras, eu estava enganada.
Se você me perguntar se depois de tudo isso eu deixei de acreditar, vou lhe ser sincera, sim, eu deixei de acreditar, foi frustrante, doloroso, humilhante, mas eu também aprendi que há uma coisa maior que o amor, há uma coisa que não sou eu que controlo, deve ser algum mecanismo que a vida criou pra que não desistíssemos assim tão fácil, há uma certa esperança em tudo ficar melhor.Essa esperança nos move, sem deixar que a certeza de um passado triste, nos impeça de crer em um futuro melhor, ela se instala até me corações como o meu, que já foram adaptados a solidão, que se habituaram a não ter fé, que não se comovem com facilidade.
Eu disse a alguém que eu o amava e não recebi um eu também de volta, mas eu estou livre desse sentimento em mim, eu estou livre de guardar algo até um dia em que já não seja tão bom quanto me parecia, eu tirei ele de mim e entreguei a quem devia, não sou mais responsável pelo que o outro fez com ele, eu me livrei da dúvida.
Eu me livrei de muita coisa esse ano, eu sou e estou outra, renovada como só a vida é capaz de me fazer, eu tenho esperança em uma coisa muito melhor, em amadurecimento, em confiança, em reciprocidade, eu tenho esperança de que o amor não seja apenas uma dor, que ele um dia seja leve, e que me transforme mais quantas vezes forem necessárias.

outubro 17, 2011


Mas ao contrário daquela vez não sentiu agora a comoção do amor e sim o abismo do desencanto. Num instante teve a revelação completa da magnitude do próprio engano, e perguntou a si mesma, aterrada, como tinha podido incubar durante tanto tempo e com tanta ferocidade semelhante quimera no coração.

outubro 16, 2011

Eu estava menos triste que de costume, porque a melancolia de sua expressão, a espécie de clausura que a violência da cor punha em torno dela e o resto do mundo, lhe davam alguma coisa de infeliz e solitário que me tranqüilizava.


Tem sido um ano difícil, já li vários textos começando com essa afirmação, mas tem mesmo sido um ano difícil, por esses dias possivelmente fecharei mais um ciclo de vida e por incrível que pareça não encontro entusiasmo pra comemorar, tem sido um ano cansativo.
Eu não sei o que o ano de 2011 representará na minha existência, a gente costuma lembrar pouco da horas nebulosas por que passa, os anos lembrados geralmente são os das conquistas, das vitorias, das perdas concretas e tangíveis, tem sido um ano de quebra interior.
Um ano de desesperos literalmente, de dissoluções, um ano em que me faltou o chão diversas vezes, em que eu tive de encontrar um caminho qualquer, foi um ano que me exigiu uma força que não sei se tenho, um ano de feridas abertas, onde sentir não foi pensar, um ano pra escolher continuar.
Tem sido doloroso, tediante, um ano de perguntas sem respostas, um ano sem afeto, de dureza, com fundamentos em areia, um paradigma existencial, será possível haver outro depois desse?
Tem sido um ano vazio, tem arrebentado as estruturas, tem destituindo verdades, tem feito querer parar, deveria ser o ano da aprendizagem, tem sido o ano do erro, dos errados, dos grandes grupos, da intolerância, da descrença, do ato violento em nome do normal, tem sido o ano do será.
Tem algo que ficou pra trás, lá no ano anterior, algo que não reconheceria como meu se encontrasse novamente, quem ficou no lado de lá não pertence ao lado de cá, tem sido um ano de adaptação sofrível, de rendimento zero, não tem evolução, não há compartilharmento ou comunhão, apesar da dor foi um ano de inercia.
Tem muitas de mim deixadas pra trás, umas partes de quem eu fui já me foram amputas em 2011, tem alguém aqui completamente estranho a tudo que vê, tem alguém aqui que talvez tenha crescido, mas acima de tudo envelheceu no espírito pelo ano cinza por qual passou, 2011 foi um agosto prolongado.
Talvez nunca tenha parado pra pensar em como corriam as coisas no período de um ano, saber que esse ciclo tem tempo determinado torna as coisas mais aceitáveis, pois ainda resta a esperança de que tudo melhore no ano seguinte, talvez nada esteja ligado ao calendário gregoriano, inventado simbolicamente para demonstrar a passagem do tempo, mas por mero costume prefiro achar que, findando um ciclo começa outro completamente diferente e assim consigo seguir na esperança de que o melhor me alcance.
Não quero o cinismo de saber que nada sobra da dor, quero a reação mais leve, quero manter-me conectada a vida, me surpreender com uma coisas novas, não quero que a humanidade da dor sirva de desculpa pra que eu não sonhe, que o medo não aprisione por muito mais tempo, quero liberdade pra ser inocente quanto ao que é real, quero a ilusão de que o tempo vá curar, mesmo que saiba que não há cura para o que sou.

outubro 13, 2011



"Às vezes os sentimentos melancólicos trazem consigo algum prazer também, um prazer suave, íntimo, consolador."

Provavelmente não me livrarei do estado de melancolia jamais, não porque tenha desistido de ser feliz mas principalmente porque esse é um traço que julgo importante na minha personalidade, meu psicanalista acredita que a personalidade poder ser modificada, se for assim prefiro mudar de analise.
Não gosto de ser dramatica, acho que isso chateia os outros, e acaba se tornando um fardo para os mais próximos, mas abrir mão que algo que diz quem sou a essa altura do campeonato, é me ver completamente sem rumo, a melancolia me aproxima da dor dos outros, me faz contemplativa e as vezes é charmosa, gostaria de ter uma medida que não extrapolasse a razão nem a paciência alheia, mas que permitisse que meus defeitos também fosse mantidos.
É óbvio que sei a importância das novas possibilidades e de como nos reinventamos diariamente, sei que posso ser quem eu quiser, me livrar das coisas que me causam mal, não tão facilmente como parece para alguns, mas julgo necessário admitir minhas falhas aceita-las como tal e conviver pacificamente entre elas, julgo necessário não me punir tantas vezes, nem me reprimir por não ter dado tão certo, por não levar a vida direito, por ser triste as vezes ou sempre, sem que haja uma razão especifica, me reinventar sabendo que o tempo traz mais coisas boas do que ruins, e que acima de tudo me ensina a me aceitar como sou, alegre não hilaria, melancolia não deprimente, madura não velha, me faz aceitar minha impotência diante de fatos da vida, diante de coisa que não tenho resposta, aceitar que não preciso de respostas, nem de manual, que a vida se encarrega dos meus erros.

outubro 12, 2011


O curioso sobre planos é que eles não levam o inesperado em consideração, quando lançamos uma bola com o efeito na vida temos que improvisar, mas alguns de nós são melhores nisso do que os outros, alguns de nós tem que pular para o plano "B" e fazer o melhor possível, as vezes o que nós precisamos é de um novo plano.

outubro 11, 2011


(…) E apesar de rir e fingir que não me importo, eu me importo sim. Tem dias que gostaria de ser diferente, mas isso é impossível. Estou presa ao caráter com qual nasci, e mesmo assim tenho certeza de que não sou má pessoa. Faço o máximo para agradar a todos, mais do que eles suspeitariam num milhão de anos.


É dificil saber se esse é um sentimento coletivo, ou algum tipo de doença emocional capaz de liquidar vidas, é difícil explicar que no contexto externo nada esta nos incomodando, mas que dentro fervilha de questionamentos vazios uma cabeça desequilibrada.
O importante é saber até onde resistiremos, até que ponto chegaremos sem que esses ferimentos nos matem, eles estão do nosso lado, mas ainda não nos consideram seus iguais, querem apenas ser legais e parecer politicamente correto, lutam para que eu esteja confortavelmente longe deles.
De tudo que não sei, as coisas que suponho não são nada encorajodoras, as vezes é preciso parar repensar a estratégia, ver quem é a massa de manobra, e fazer uma escolha pelo não, pela marcha em retirada, por jogar a toalha, alguém está me enganando e posso sentir isso a muitos quilometros de distancia, alguem me quer bem contente imaginando fazendo a diferença, a dor toma conta de uns, enquanto outros seguem sem ser atingidos, o que enlouquece alguns deles nem passa pela cabeça de outros, 7 biliões de seres produzidos em serie, poeira de espaço, sentimentos coletivos?

outubro 10, 2011



"Você me pergunta: que que eu faço? Não faça, eu digo. Não faça nada, fazendo tudo, acordando todo dia, passando café, arrumando a cama, dando uma volta na quadra, ouvindo um som, alimentando a Pobre. Você tá ansioso e isso é muito pouco religioso. Pasme: acho que você é muito pouco religioso. Mesmo. Você deixou de queimar fumo e foi procurar Deus. Que é isso? Tá substituindo a maconha por Jesusinho? Zézim, vou te falar um lugar-comum desprezível, agora, lá vai: você não vai encontrar caminho nenhum fora de você. E você sabe disso. O caminho é in, não off. Você não vai encontrá-lo em Deus nem na maconha, nem mudando para Nova York, nem.




Eu preciso avisa-los de que essa mudança não depende somente de mim, e que não espero salvar nada além da minha pele, diga a todos que não quero redenção do meus pecados, quero viver em paz, com eles. Não me doutrine, me ajude, não ensine, me ouça, eu não procurei o caminho, eu estou apenas tentando vencer as barreiras que me impedem de caminhar.
Eu quero apenas um abraço, não um sermão, é na vivência que quero aprender, não através da esperiencia alheia, não me de uma estrada, não me mostre a direção, apenas não me impeça de ver com meus próprios olhos. Não duvido de você, mas eu sei que o que existe e maior do nos dois, eu nao quero compreender nada disso agora, nem acho que será possível a mim algum dia essa compreensão, não me venda lotes no céu, não me mostre o caminho da luz, eu preciso me arranjar, eu preciso me reequilibrar, aprender na terra qualquer coisa que ela queira me ensinar, eu não vejo outra saída, que minha humanidade não se perca nessa purificação da minha alma, eu preciso das duas coisas para ser completa.

outubro 09, 2011


Estou aqui para dizer-lhes algo
que é absolutamente inacreditável:
que vocês são deuses e deusas.
Vocês se esqueceram disso.


Tenho experimentado novas sensações por assim dizer, tenho me conectado com o infinito se é que se pode chamar assim, estou tentando entender minha espiritualidade, ultrapassando a minha humanidade ferina, indo além pra ver no que dá. O universo vem brincando comigo, existe uma atmosfera diferente em tudo que busco, talvez tenha chegado no meu limite, a loucura agora é uma questão de ponto de vista.
11:11, é assim que vejo no relógio sempre que me pergunto que horas são, não, na verdade só me pergunto que horas são as 11:11, os que me procuram logo me trazem noticias de algum tipo de Deus, ando a flor da pele, acreditando em fantasmas, temendo a morte, querendo respostas, estudando física quântica, me perguntado por que, hoje em dia por que não, tenho medo do que desconheço.
Ando tendo outros questionamentos, outras vibrações, tenho feito outro tipo de plano, me arrependido de repente pelo tempo perdido, tenho visto coisas que nem sei se existem, tenho precisando de outra conexão e tenho a plena certeza de que isso logo vai mudar, eu posso esta apenas confusa demais pra ver o que realmente está acontecendo, posso estar somente triste e fingindo que existe outro mundo além desse que me parece tão frio e solitário, minha inteligência limitadora grita para que me cerque do que é real, manda que eu finque meus pés no chão, minha cabeça gira e já não mais quem eu sou.

Talvez isso permaneça de alguma forma em mim, talvez meu ceticismo vença no final, talvez eu investigue que tipo de poder a musica tem sobre a minha alma e a energia que sinto fluindo seja, explicada mais tarde de algum modo mais pratico, talvez eu mude de opinião amanha, eu não tenho as respostas, eu não tenho certezas, eu tenho pouquissimo tempo.


outubro 06, 2011


A argila fundamental de nossa obra é a juventude. Nela depositamos todas as nossas esperanças e a preparamos para receber a bandeira de nossas mãos.

A história já nos deu provas suficientes do quanto podemos estar errados quando acreditamos em tudo que nós é contado por um lado só da realidade, já não vimos que não existe causas menores, ideais pequenos quando não estamos dentro de situação, que não podemos julgar sem viver, não sabemos nós, o estado deve temer seu povo e não ao contrario.
Tenho medo da minha geração, que acha que todas as causas já foram ganhas, que todas as guerras deflagradas e que ilusoriamente acreditam que vivem em um mundo perfeito, tenho medo da minha geração que discursa em favor da ordem, da moral, da "paz", que acredita que criticas ao governo e piadas sobre políticos servem apenas para se curtir nas redes sociais, minha geração que não percebe a manipulação dos noticiários, que não filtra o discurso da verdade, que não questiona, minha geração que não para pra pensar, não percebe a própria hipocrisia, o caminho que segue.
Tenho medo dessa gente que canta em coro a verdade de quem já lhe subjugou, de quem não está do seu lado, dessa gente que tenta ser parte de algo que não a quer, tenho medo de gente que puxa-saco, pra fazer parte de uma elite que precisa dela no degrau de baixo, tenho medo dessa gente que tem voz e canta o hino sem entender a letra, dessa gente que se contenta a ter opinião formada pelos outros, que demonstra ódio quando lhe pedem ajuda, que age preconceituosamente sempre em beneficio próprio, que se torna aliada de quem lhe faz mal, que mata o que não entende.
Tenho medo dessa gente, muito limpa, muita sã, muito parecida com todo mundo, mal informada, tentando ser cópia de um pais que deu certo por um tempo as custa de do esforço alheio, mas que agora está a vendo seu império ruir, tenho medo dessa perda de identidade da minha gente, dessa falta de carater disfarçado de direito, do medo que eles sente do próximo, do outro, tenho quando dão voz a essa gente e seu grito de desespero, sua luta é pela estagnação, seu ideal é egoísta, minha geração é velha tendo menos de 30 anos.

outubro 03, 2011


Tu dizes «eu» e orgulhas-te desta palavra. Mas há qualquer coisa de maior, em que te recusas a aceditar, é o teu corpo e a sua grande razão; ele não diz Eu, mas procede como Eu. Aquilo que a inteligência pressente, aquilo que o espírito reconhece nunca em si tem o seu fim. Mas a inteligência e o espírito quereriam convencer-te que são o fim de todas as coisas; tal é a sua soberba. Inteligência e espírito não passam de instrumentos e de brinquedos; o Em si está situado para além deles. O Em si informa-se também pelos olhos dos sentidos, ouve também pelos ouvidos do espírito. O Em si está sempre à escuta, alerta; compara, submete; conquista, destrói. Reina, e é também soberano do Eu. Por detrás dos teus pensamentos e dos teus sentimentos, meu irmão, há um senhor poderoso, um sábio desconhecido: chama-se o Em si. Habita no teu corpo, é o teu corpo. Há mais razão no teu corpo do que na própria essência da tua sabedoria. E quem sabe por que é que o teu corpo necessita da essência da tua sabedoria?

outubro 02, 2011


As vezes parece que eu tenho muito medo
Às vezes parece que eu só tenho dúvidas
Às vezes parece que eu não tenho…
…Nenhuma chance de escapar

A noite eu não tenho como saber o que é real, a noite tudo parece que joga comigo, distinguir entre o que realmente está acontecendo e o que eu estou imaginando fica impossível, fale comigo, diga que entende como me sinto na insônia, na escuridão, dê alguma justificativa pra isso, vou aceitar durante a noite, no dia seguinte, duvido até mesmo que tenha passado a noite em claro, mas é isso que vem acontecendo desde então.
Se eu paro pra pensar agora, fico mesmo com uma espécie de vergonha, sei que aquilo jamais iria me alcançar, jamais acreditaria no invisível, mas é perturbador, é tão próximo daquilo que consigo tocar, não há como existir, tenho medo de estar dentro do meu medo, de uma forma completamente descontrolada, de uma forma que jamais qualquer um poderia entender.
Posso de dizer com absoluta certeza que doí, como se tivesse muitas agulhas pelo meu corpo, qualquer movimento me faz sangrar, doí mais do que eu posso suportar e quem vê de fora me olha com olhos de incompreensão, não posso lhes pedir entendimento, não posso se quer pedir-lhes ajuda, o que vem de mim e mais forte do que eu, meu mundo particular criando vida própria, se ao menos eu pudesse fingir que não está acontecendo, como eu sempre faço com as outras coisas.
Eu preciso colocar isso pra fora de algum jeito, eu preciso saber que ainda tenho controle da minha racionalidade, eu consigo admitir que algo muito estranho está acontecendo, que tenho medo de algo que eu não vejo, que não durmo a alguns dias, que não tenho conseguido ficar alegre por muito tempo, mas eu posso escrever sobre isso, porque de alguma forma isso ainda não está consumindo meu raciocínio, minha função de pensar claramente, de me perguntar até onde o que eu vejo e sinto existe realmente, até onde sou eu criando monstros de olhos verdes pra esconder a real problema que estou vivendo.