Me visitam
dezembro 28, 2011
dezembro 12, 2011
“Para me dar força, escrevi no espelho do meu quarto: “Tá certo que o sonho acabou, mas também não precisa virar pesadelo, não é?” E o que estou tentando vivenciar. Certo, muitas ilusões dançaram — mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Também não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis, becos-sem-saída. Nada é muito terrível. Só viver, não é?”
dezembro 10, 2011
Amei uma pessoa, não pelo que ela realmente era, mas por tudo que representava pra mim naquele momento e nos momentos que segui amando-a, eu na verdade não queria a liberdade de viver outro amor, não queria esquecer aquela triste história que me fazia sofrer, eu poderia viver disso eternamente, porque duas semanas de um amor de verão foram meu refugio durante os longos 5 anos de faculdade, talvez eu pudesse levar sozinha aquele sentimento por toda a minha vida e ainda que soubesse que perderia grande parte do espetáculo, não queria me livrar desse amor.
Talvez eu fosse realmente uma daquelas pessoas que amam de verdade apenas uma vez na vida, ou criei alguém perfeito que pudesse amar sem questionar esse sentimento devido a sua inexistência, tive tempo de cultivar aquele sentimento, de podar todas os defeitos daquela pessoa, ele é claro não estava totalmente isento da culpa de me iludir, ele o fez por esse caminho, de maneira fina e delicada alimentava em mim a esperanças que os apaixonados precisam pra seguir amando, dando desculpas diversas por estarmos separados, dizendo que se fosse diferente seriamos um, e a tragédia estava completa, eu estava totalmente inebriada pela dor, eu queria sentir aquilo, afinal foram muitas comédias românticas pra chegar aquele nível de inocência em relação as homens.
Uma mescla dessa maliciosa impressão que às vezes degenera na necessidade de remexermos propositadamente na ferida, pelo desejo de nos distrairmos com o nosso próprio sofrimento, reconhecendo precisamente que no exagero de toda infelicidade há também um prazer.
dezembro 08, 2011
Hoje à noite lua alta, faltei e ninguém sentiu a minha falta.
Começar qualquer pedido com o maior de todos o " Eu quero ser Feliz", e quando me pergunto o que é ser feliz já não sei responder, não é como eu imaginei que seria, ter um emprego, um marido, filhos, uma carreira promissora, nada disso é a tradução da felicidade, palavra que confunde nossas cabeças e nos faz consumir coisas do que precisamos.
Eu realmente não busco aqui uma resposta para a pergunta do que seria essa felicidade, nem me pergunto qualquer coisa, as vezes prefiro ficar com os pensamento soltos sem questionamentos que não me levam a nada, as vezes nem quero o que a maioria quer, em outras sinto que desperdiço meu tempo tentando me poupar das aflições.
Sabe ando procurando justificativa para a inercia em que vivo, a resposta é uma só, eu não quero, diante de tudo que sei, das analises que fiz, a resposta só pode ser uma, eu realmente não quero uma vida diferente dessa, eu não quero esse amor, eu não quero esse sacrifício, eu não posso abrir mão do não saber o que acontece no fim da linha.
Eu poderia simplesmente admitir que ando muito só, mas eu não gosto de pessoas, sinceramente as pessoas tem me cansado, eu não consigo mais confiar nelas, eu não consigo mais parar de vê-las por de trás do que realmente são, eu não tenho mais a boa ilusão quanto ao que poderiam me parecer, isso me fere, porque sempre é mais do mesmo, inclusive eu.
Eu não quero alguém exatamente igual a mim, alguém que fez seu próprio destino, construiu sozinho sua história, conhece o árduo caminho que percorri, eu quero alguém livre de toda mágoa que acumulei, de toda a arrogância dos que foram abandonado e sobreviveram, eu quero alguém que tenha um porto, uma saída se eu der errado, na verdade quero uma história muito diferente da minha, mais fácil, mais doce e calma.
Eu não sou triste, nem estou, um pouco amarga quem sabe, mas ainda assim eu tento manter-me na linha, sem drama, sem tipo. Eu cresci esses dias, eu me afastei de umas pessoas, elas ainda me fazem falta, não farão daqui a pouco, eu fui embora e ninguém notou, eu prefiro assim, quem sabe o destino, o universo ou a vida volte a me surpreender algum dia, ai eu volto, sofro e sinto tudo outra vez, por enquanto o que eu quero e que o tempo continue passando.
dezembro 06, 2011
Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou váriamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros).
Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio. A minha perpétua atenção sobre mim perpétuamente, me ponta traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore e até a flor, eu sinto-me vários seres. Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada, por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.
dezembro 05, 2011
“Quanto a mim, não posso, dadas as tendências variadas do meu espírito, contentar-me com uma única maneira de pensar. Como poeta e artista sou politeísta, como naturalista, inversamente, sou panteísta, e uma coisa tão decididamente como a outra. Se eu tiver necessidade de um Deus para uma personalidade de ser moral, está tudo preparado para responder também a essa exigência. As coisas do Céu e da Terra são um domínio tão vasto que unicamente os órgãos de todos os seres reunidos são aptos para as envolver.”
dezembro 04, 2011
“Não foi à toa que Adélia Prado disse que ‘erótica é a alma’. Enganam-se aqueles que pensam que erótico é o corpo. O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele. A erótica não caminha segundo as direções da carne. Ela vive nos interstícios das palavras. Não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias. Um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo, do qual não sai melodia alguma. Por isso, Nietzsche disse que só existe uma pergunta a ser feita quando se pretende casar: ‘Continuarei a ter prazer em conversar com esta pessoa daqui a trinta anos?’”
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