Me visitam

outubro 02, 2013

Um dor física que parece prever algo ruim, uma sensação de estar presa a esse corpo, aquele velho desencaixe agora é também interno. Meu corpo dói, não há mais prazer em nada, não tem luz na fim do túnel, só essa vontade de não fazer parte de mais nada, o que vejo em volta é um vazio, mas a dor física agora grita mais alto do que qualquer desilusão com o mundo.
A velha sensação de depressão pós-coito, o mundo gira mais lentamente, ninguém nota o desequilíbrio com que vagueio, tudo é apatia, tudo é insalubre, não quero nada e faço muita força pra alcançar meu objetivo. Não há o que querer, mas ficar pra trás é uma derrota, meu corpo dói, preciso dormir, mas não quero sonhar, o mundo dos meus sonhos é pior que  realidade, é la que me encontro comigo mesma, não é saudável o que vejo.
É muita lamentação pra um destino tão pequeno, é muito abismo pra pouco peso, tudo parece tão escuro e frio como sempre, a distancia é cada vez maior, já não vejo mais ninguém.




Não são os males violentos que nos marcam, mas os males surdos, insistentes, toleráveis - aqueles que fazem parte de nossa rotina e nos minam meticulosamente, como o tempo.

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