Me visitam

agosto 07, 2014

Difícil admitir que a vida vai afunilando as coisas e o que parecia importante vai ficando de lado, pra trás, e não há mais espaço para o que não tem um certo sentido, é difícil admitir que as pessoas são as primeiras coisas que relegamos quando precisamos saber quem somos, selecionar amigos nem sempre é um ato tão ético como gostaríamos, mas quando precisamos usar a razão pra escolher quem nos acompanhará isso quer dizer que o coração não tem mais espaço para alguns.
Eu me sinto muitíssimo sozinha, mas acho que é um ato desleal manter por perto quem não está mais em sintonia comigo, talvez eu mesmo esteja em outra estação e por isso essa falta de contato com os que me rodeiam, talvez eu tenha mudado e eles não, talvez eles estejam em outra e não na minha.
O pior é pensar que não tem dor em certas decisões que antes pareciam impossíveis, que não há peso em escolher ficar só, o pior é achar que isso é um sintoma de uma conduta muito típica da minha época, esse individualismo louco que nos levará a extinção.
Mas não posso admitir viver ser amor, sem cumplicidade, sem que tenha alguém que torce e acredita que minha vitória vai gerar benefícios e eles também, quero mobilizar os que estão por perto, quero que suas vidas sejam tocadas pela minha, que cresçamos juntos, não essa competição desenfreada de uma corrida que todo mundo perde no final, não quero gente que não ama gente do meu lado.


A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.

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