É preciso falar, escrever, liberar, Trump foi eleito capitão do barco, já estavamos a deriva faz tempo, as coisas podem piorar, os ratos querem se salvar e vamos todos ter de andar na prancha.
Eu estou triste, muito triste, se voce chegar perto vai conseguir sentir a tensão que é minha presença de desespero, eu achei que ia melhorar o mundo, mas agora so penso que o pior está por vir, tristeza e solidão são coisas muito pesadas e todos estão se afastando.
Queria sentar em um grupo que estivesse disposto a mudar as coisas, mas as vezes acho que isso é so mais um ato autodestrutivo em nome de nada, a revolução não está a vistas, sinto cada vez mais vontade de não me mover.
Eu estou triste, mas ninguem pode me ajudar, é como se eu tivesse algo muito contagioso, o pessimismo não agrada ninguém, roubaram minha esperança em dias melhores e olham pra minha tristeza como se fosse doença, se eu morrer dirão que foi porque não me tratei, mas o mundo era minha ferida.
Eu não lembro como é viver sem esse peso, faz tempo que sinto meu pulmão sendo comprimido pelo meu torax, meus ombros pesam e quando alguem fala comigo sua voz parece muito distante, meus pensamentos dançam freneticamente e quando tento ordena-los eles fogem muito depressa, por isso eu escrevo, pra transformar essa realidade dolorosa numa escrita tão patetica quanto a vida.
Me visitam
novembro 14, 2016
outubro 06, 2016
Eu não escrevo, eu não consigo mais escrever sobre o que acontece, eu nem sei se sinto algo, é como se estivesse sendo alvejada por todos os lados e estivesse apenas esperando o tiro fatal, eu ainda acompanho com os olhos e quem sabe com o corpo o movimentos do som, mas eu não tenho mais fé na minha sobrevivência,
Passo o dia tentando me explicar, passo o dia tentando arrancar humanidade de quem não consegue ter empatia, passa o dia e eu chego em casa e só quero olhar para o teto e esquecer que não vale mais a pena. Eles vencem roubando o jogo, todos estão vendo, não há pudor, o odio possui seguidores fieis e vale muito, eles apontam pra nossa cara e riem da ética que tratamos com eles, eles matam porque não tem mais espaço pra todos, eles não escondem seus interesses em guerras santas ou ideologias vazias, o mercado pede, eles dão.
Caminho cabisbaixo pela rua, alguém vem em minha direção e grita para que saia do seu caminho, não acredito que estamos vivendo isso, não quero mais, eles dizem que é assim mesmo que tem ser, eles acham que temos que ficar silenciados, que até podemos ficar aqui desde que aceitemos seus acordos espúrios e sua violência institucionalizada, estão matando nosso cachorro e pisando nossa flores, Kafka ou Dostoiévski não teriam imaginado cenário tão distópico.
O que fizemos de errado? Onde foi que desistimos? Alepo, Bagdá, Sarajevo, a faixa de Gaza, seguimos ocidentais demais para não nos acharmos responsáveis por suas mortes, seguimos fingindo nossa civilidade, mas o sistema prisional, a guerra as drogas, o aborto clandestino, estão aqui batendo nossa porta e mostrando que agora é nossa vez de sentir a seletividade da justiça e dos justiceiros. Não estamos preparados, não saberemos lidar novamente com os anos noventa e toda austeridade prometida, não queremos ficar de fora da festa consumista que nos prometeram, não será fácil, não vai ser um festa armada com muitos camaradas barbudos denunciando a exploração capitalista nas portas de fabricas, eu romantizei o velho golpe de 64 como sendo um golpe da mentira, do que estava escondido e precisava ser denunciado, mas pra dar golpe não precisa de mentira, a maioria das pessoas sabem o que está acontecendo, elas querem se manter como peças do sistemas, não há denuncias a serem feitas, quando essas denuncias chegam na justiça eles mudam as leis, porque eles podem, não sobreviveremos.
Nós vos pedimos com insistência:
Nunca digam - Isso é natural!
Diante dos acontecimentos de cada dia,
Numa época em que corre o sangue
Em que o arbitrário tem força de lei,
Em que a humanidade se desumaniza
Não digam nunca: Isso é natural
A fim de que nada passe por imutável.
Passo o dia tentando me explicar, passo o dia tentando arrancar humanidade de quem não consegue ter empatia, passa o dia e eu chego em casa e só quero olhar para o teto e esquecer que não vale mais a pena. Eles vencem roubando o jogo, todos estão vendo, não há pudor, o odio possui seguidores fieis e vale muito, eles apontam pra nossa cara e riem da ética que tratamos com eles, eles matam porque não tem mais espaço pra todos, eles não escondem seus interesses em guerras santas ou ideologias vazias, o mercado pede, eles dão.
Caminho cabisbaixo pela rua, alguém vem em minha direção e grita para que saia do seu caminho, não acredito que estamos vivendo isso, não quero mais, eles dizem que é assim mesmo que tem ser, eles acham que temos que ficar silenciados, que até podemos ficar aqui desde que aceitemos seus acordos espúrios e sua violência institucionalizada, estão matando nosso cachorro e pisando nossa flores, Kafka ou Dostoiévski não teriam imaginado cenário tão distópico.
O que fizemos de errado? Onde foi que desistimos? Alepo, Bagdá, Sarajevo, a faixa de Gaza, seguimos ocidentais demais para não nos acharmos responsáveis por suas mortes, seguimos fingindo nossa civilidade, mas o sistema prisional, a guerra as drogas, o aborto clandestino, estão aqui batendo nossa porta e mostrando que agora é nossa vez de sentir a seletividade da justiça e dos justiceiros. Não estamos preparados, não saberemos lidar novamente com os anos noventa e toda austeridade prometida, não queremos ficar de fora da festa consumista que nos prometeram, não será fácil, não vai ser um festa armada com muitos camaradas barbudos denunciando a exploração capitalista nas portas de fabricas, eu romantizei o velho golpe de 64 como sendo um golpe da mentira, do que estava escondido e precisava ser denunciado, mas pra dar golpe não precisa de mentira, a maioria das pessoas sabem o que está acontecendo, elas querem se manter como peças do sistemas, não há denuncias a serem feitas, quando essas denuncias chegam na justiça eles mudam as leis, porque eles podem, não sobreviveremos.
Nós vos pedimos com insistência:
Nunca digam - Isso é natural!
Diante dos acontecimentos de cada dia,
Numa época em que corre o sangue
Em que o arbitrário tem força de lei,
Em que a humanidade se desumaniza
Não digam nunca: Isso é natural
A fim de que nada passe por imutável.
julho 04, 2016
Faz tempo, eu sei, mas é que ha algo de muito ruim acontecendo, acho que cresci, despertei da pueril inocência que me mantinha distante da realidade, a internet de hoje conta a historia de uma bagda com uma centena de mortes em nome de nada, conta também a historia de alguém que denuncia coisas absurdas sumindo, ninguém diz nada, todos ja esperávamos essas noticias.
eu tento fingir que esta tudo bem, se eu conseguir continuar comprando coisas então o mundo esta no seu lugar, não foi esse o combinado, eu sei, mas e que parece uma daquelas pestes de antes, a grande guerra ou qualquer coisa que a historia fez parecer ok porque teve seu lado positivo.
eu tenho um cachorro e me sinto satisfeita com a reciprocidade de seu amor, para o meus iguais não demonstro qualquer sentimento, pois isso denotara fraqueza, as pessoas estão morrendo por escolhas que não fizeram, mas assumiram, as crianças estão sendo alvejadas na cabeça, ja é literal a tentativa de matar o pensamento, as meninas são vendidas como produto de exportação, tudo vai mal.
disseram outro dia que é pra eu ter calma, que não ta tão ruim assim, afinal a diferença e que agora ficamos sabendo de tudo, o problemas é essa inercia,minha, diante de fatos que deveriam ser chocantes, não são, so fico preocupada se ainda poderei comprar na próxima liquidação as coisas que não preciso mas que seria um crime não levar por conta do desconto.
acordar e dormir, eu sei das coisas que acontecem, eu jamais poderei dizer que não sabia do frio e da fome, eu vejo, eu tento virar o rosto, mas do outro lado tem mais, tem uma guerra acontecendo na minha cara, crianças negras morrem por serem negras, eu ouço os helicópteros eu vejo as viaturas, o barulho dos tiros adentram meus sonhos, mas lá e festa de São Joao. ainda assim, eu so continuo pra poder pagar o aluguel.
eu fico um pouco triste, não vou negar, ninguem para pra conversar sobre uma possivel solução, estamos todos olhando pro abismo, o mais corajoso vai se atirar primeiro, as vezes eu preciso de um abraço, não tem ninguem aqui, voce esta certo em se afastar, estou me afogando e voce não sobreviveria se tentasse me salvar, as vezes acho que ja morri.
eu tento fingir que esta tudo bem, se eu conseguir continuar comprando coisas então o mundo esta no seu lugar, não foi esse o combinado, eu sei, mas e que parece uma daquelas pestes de antes, a grande guerra ou qualquer coisa que a historia fez parecer ok porque teve seu lado positivo.
eu tenho um cachorro e me sinto satisfeita com a reciprocidade de seu amor, para o meus iguais não demonstro qualquer sentimento, pois isso denotara fraqueza, as pessoas estão morrendo por escolhas que não fizeram, mas assumiram, as crianças estão sendo alvejadas na cabeça, ja é literal a tentativa de matar o pensamento, as meninas são vendidas como produto de exportação, tudo vai mal.
disseram outro dia que é pra eu ter calma, que não ta tão ruim assim, afinal a diferença e que agora ficamos sabendo de tudo, o problemas é essa inercia,minha, diante de fatos que deveriam ser chocantes, não são, so fico preocupada se ainda poderei comprar na próxima liquidação as coisas que não preciso mas que seria um crime não levar por conta do desconto.
acordar e dormir, eu sei das coisas que acontecem, eu jamais poderei dizer que não sabia do frio e da fome, eu vejo, eu tento virar o rosto, mas do outro lado tem mais, tem uma guerra acontecendo na minha cara, crianças negras morrem por serem negras, eu ouço os helicópteros eu vejo as viaturas, o barulho dos tiros adentram meus sonhos, mas lá e festa de São Joao. ainda assim, eu so continuo pra poder pagar o aluguel.
eu fico um pouco triste, não vou negar, ninguem para pra conversar sobre uma possivel solução, estamos todos olhando pro abismo, o mais corajoso vai se atirar primeiro, as vezes eu preciso de um abraço, não tem ninguem aqui, voce esta certo em se afastar, estou me afogando e voce não sobreviveria se tentasse me salvar, as vezes acho que ja morri.
Eu preciso escrever, porque por mais que voce negue minha condição de silenciada é assim que eu me sinto, eu não sei aonde vai levar toda essa dor, sinto que sou castigada por ser eu mesma, por agir como qualquer pessoa agiria diante da indiferença e do desprezo, todos os meus sentimentos são reduzidos a sintomas de uma uma doença que me faz menos humana, mais monstruosa e capaz de maldades indizíveis.
Quando me vejo implorando perco toda fé na vida, quando me vejo implorando sinto como se não devesse mais existir, que tipo de ser precisa tanto de amparo a ponto de temer a si mesmo, de abrir mão do que é pra que seja, mais uma vez, abandonado por aquele que ama? Que tipo de ser aceita amar sozinho? Quem disse que esperar afeto de alguém próximo é abusivo, quem disse que pensar em si mesmo te obriga a ser cruel com o outro, quem disse que aceitar crueldade e tortura é um ato de força? Só vejo fraqueza em mim, não há mais nada que possa tirar daqui, me envergonho do eu sou, porque parece que o que eu sou so faz mal a quem amo. Não quero mais ser eu, mas não sei ser outra, não sei, nao se aprende assim a deixar o passado que te moldou, não se aprende assim a secar as feridas e maquia-las pra que ninguém tenha que carregar contigo esse peso. Não conheço quem tenha seguido sozinho sem precisar de um braço, não quero ser a pessoa que implora, mas não quero ser a pessoa que fica só por não ser possível estar perto. Eu sou uma pessoa, é preciso saber sempre disso, que gosta de algumas coisas, que detesta outras, que faz associação de situações antigas as presentes, por que é assim que funciona nosso julgamento, eu posso ser racional e me esforçar, mas não sempre, não posso podar minha impulsividade sempre, a não ser que seja um robô programado pra isso. Eu sinto isso quando pergunto o que tenho que fazer pra que você fique, eu posso programar, não ser mais nada, ser uma peça decorativa naquele canto, eu não quero viver assim, mas não suporto a ideia de ficar sozinha, eu tenho medo. Eu sinto que estou sendo castigada muito desproporcionalmente, eu não entendo porquê, eu fico imaginando e me ferindo por ter feito alguma coisa, mas na verdade ainda não materializei a atitude condizente com a minha pena, eu estou muito cansada e envergonhada do que sou, ninguém devia se envergonhar do que é, eu não gosto mais de viver, nem sei se há cura pra isso, eu me sinto sob tortura. Um pedaço de carne pisoteado que nao serve pra mais nada. Eu sinto que nao sou mais amada por você, que estamos a km de distância e que fui facilmente substituída, descartada como as coisas são, por ser gente, por reagir, por sentir desconforto, por ter problemas, por não ser mais útil, so queria poder dizer que estou sendo machucada, eu sangro, como qualquer outra pessoas, sem manipulação, sem teatro, eu sangro o tempo inteiro. Eu nunca pensei em você como meu alicerce, eu nunca contei com voce pra me tirar do fundo poço, você sempre foi claro quanto a não estar disposta a fazer isso por mim, qualquer ser humano precisa de mais do que alguém pra dividir as despesas, um abraço na hora da dor, mesmo que a dor seja exagero, um elogio pra seguir a vida, eu sempre soube que sua mala estava pronta, mas eu nunca estive pronta, eu so queria a ilusão de família, esse amor que eu imaginei ter obrigatoriedade consanguinidade, esse era o único amor que me achei capaz de conseguir, mas nem esse, que espécie de pessoa devo ser. Eu nunca esperei de voce mais do que sua presença de humor flutuante, era o bastante, mas fui ficando pequena e pequena porque era assim que voce demonstrava que me via. É tudo tão violento, eu devo ter te machucado tantas vezes, mas eu nao sei se voce percebe que eu sou de carne e osso também. Eu estou tão cansada.
Quando me vejo implorando perco toda fé na vida, quando me vejo implorando sinto como se não devesse mais existir, que tipo de ser precisa tanto de amparo a ponto de temer a si mesmo, de abrir mão do que é pra que seja, mais uma vez, abandonado por aquele que ama? Que tipo de ser aceita amar sozinho? Quem disse que esperar afeto de alguém próximo é abusivo, quem disse que pensar em si mesmo te obriga a ser cruel com o outro, quem disse que aceitar crueldade e tortura é um ato de força? Só vejo fraqueza em mim, não há mais nada que possa tirar daqui, me envergonho do eu sou, porque parece que o que eu sou so faz mal a quem amo. Não quero mais ser eu, mas não sei ser outra, não sei, nao se aprende assim a deixar o passado que te moldou, não se aprende assim a secar as feridas e maquia-las pra que ninguém tenha que carregar contigo esse peso. Não conheço quem tenha seguido sozinho sem precisar de um braço, não quero ser a pessoa que implora, mas não quero ser a pessoa que fica só por não ser possível estar perto. Eu sou uma pessoa, é preciso saber sempre disso, que gosta de algumas coisas, que detesta outras, que faz associação de situações antigas as presentes, por que é assim que funciona nosso julgamento, eu posso ser racional e me esforçar, mas não sempre, não posso podar minha impulsividade sempre, a não ser que seja um robô programado pra isso. Eu sinto isso quando pergunto o que tenho que fazer pra que você fique, eu posso programar, não ser mais nada, ser uma peça decorativa naquele canto, eu não quero viver assim, mas não suporto a ideia de ficar sozinha, eu tenho medo. Eu sinto que estou sendo castigada muito desproporcionalmente, eu não entendo porquê, eu fico imaginando e me ferindo por ter feito alguma coisa, mas na verdade ainda não materializei a atitude condizente com a minha pena, eu estou muito cansada e envergonhada do que sou, ninguém devia se envergonhar do que é, eu não gosto mais de viver, nem sei se há cura pra isso, eu me sinto sob tortura. Um pedaço de carne pisoteado que nao serve pra mais nada. Eu sinto que nao sou mais amada por você, que estamos a km de distância e que fui facilmente substituída, descartada como as coisas são, por ser gente, por reagir, por sentir desconforto, por ter problemas, por não ser mais útil, so queria poder dizer que estou sendo machucada, eu sangro, como qualquer outra pessoas, sem manipulação, sem teatro, eu sangro o tempo inteiro. Eu nunca pensei em você como meu alicerce, eu nunca contei com voce pra me tirar do fundo poço, você sempre foi claro quanto a não estar disposta a fazer isso por mim, qualquer ser humano precisa de mais do que alguém pra dividir as despesas, um abraço na hora da dor, mesmo que a dor seja exagero, um elogio pra seguir a vida, eu sempre soube que sua mala estava pronta, mas eu nunca estive pronta, eu so queria a ilusão de família, esse amor que eu imaginei ter obrigatoriedade consanguinidade, esse era o único amor que me achei capaz de conseguir, mas nem esse, que espécie de pessoa devo ser. Eu nunca esperei de voce mais do que sua presença de humor flutuante, era o bastante, mas fui ficando pequena e pequena porque era assim que voce demonstrava que me via. É tudo tão violento, eu devo ter te machucado tantas vezes, mas eu nao sei se voce percebe que eu sou de carne e osso também. Eu estou tão cansada.
maio 15, 2016
Ja é bem tarde, quase de manhã na verdade, eu não tenho insônia, mas uma angústia não me deixa dormir. Já senti isso um milhão de vezes, isso passa, o pior é saber que sempre volta. Eu me sinto desamparada e só, acabamos de sofrer um golpe de estado, depois de mais de uma década de governo progressista o golpe nos leva a direita de uma vez só, as leis de Newton cumprem seu papel se recusando de início a mudar o curso, sofremos as leis da física no corpo.
Parece que havia algo pra acontecer previsto na conjunção astral do planeta nesse periodo, minha astróloga disse coisas do tipo você pode ser a geração que nada pra morrer na praia, mude isso. Sinto exatamente isso, venho de um esforço descomunal pra chegar a lugar nenhum, me sinto só, terrivelmente só, não quero acordar e ter que esconder minha dor, as pessoas não querem ter que apoiar essa dor, dizem que tenho que procurar ajuda profissional, que as adoeço com meu pesar continuo, sigo achando que não existe remédio pra curar a solidão. Acho que quem sabe algum remédio me ensine a não ver como estou só, cercada de gente preocupada com sua propria dor, sem tempo e disposição pra compartilhar, pronta pra machucar quem quer seja. Não tem cura para o que nos tornamos, torço pra que a vida passe rápido.
Parece que havia algo pra acontecer previsto na conjunção astral do planeta nesse periodo, minha astróloga disse coisas do tipo você pode ser a geração que nada pra morrer na praia, mude isso. Sinto exatamente isso, venho de um esforço descomunal pra chegar a lugar nenhum, me sinto só, terrivelmente só, não quero acordar e ter que esconder minha dor, as pessoas não querem ter que apoiar essa dor, dizem que tenho que procurar ajuda profissional, que as adoeço com meu pesar continuo, sigo achando que não existe remédio pra curar a solidão. Acho que quem sabe algum remédio me ensine a não ver como estou só, cercada de gente preocupada com sua propria dor, sem tempo e disposição pra compartilhar, pronta pra machucar quem quer seja. Não tem cura para o que nos tornamos, torço pra que a vida passe rápido.
maio 03, 2016
fevereiro 26, 2016
Há agora esse desejo novo, desejo da escrita, canalizando a dor, a verdade, o poder que ainda resta, mas se esvai. Eu espero que essa escrita não me escape, percebo que o caminho se afunila para uma dor real que está próxima, preciso criar esse válvula que me manterá viva, essa empatia asfixiante ainda vai me matar, eu sei.
Começo de dissertação, pesquiso a dor alheia, sinto a dor alheia, vivo a dor, não compreendo, desconforto, medo e distancia são as únicas coisas que possuo diante dessa realidade, mas ninguém pode me dizer que eu não sinto essa dor. essa é também a minha dor.
Eu preciso escrever, escrever, escrever, até que sai alguma coisa que faça finalmente sentido, eu preciso materializar essas ideias confusas e desembaraça-las como faria com um novelo de lã esperando ser blusa, eu preciso estancar essa sangue que jorra manchado as calçadas por onde passo, cegando minhas vistas, enfraquecendo meus movimentos, silenciando meu grito. Eu, preciso.
Começo de dissertação, pesquiso a dor alheia, sinto a dor alheia, vivo a dor, não compreendo, desconforto, medo e distancia são as únicas coisas que possuo diante dessa realidade, mas ninguém pode me dizer que eu não sinto essa dor. essa é também a minha dor.
Eu preciso escrever, escrever, escrever, até que sai alguma coisa que faça finalmente sentido, eu preciso materializar essas ideias confusas e desembaraça-las como faria com um novelo de lã esperando ser blusa, eu preciso estancar essa sangue que jorra manchado as calçadas por onde passo, cegando minhas vistas, enfraquecendo meus movimentos, silenciando meu grito. Eu, preciso.
fevereiro 05, 2016
Diário de Bordo da Vida Real
As redes socias tem nós dado a impressão de que o mundo está mudado, as pessoas tem discutido racismo.w homofobia, machismo, o mundo evolui, as pessoas estão sabendo seus direitos, tudo maravilhoso. Contudo, preciso contar pra vocês que no mundo real essas modernices ainda chegaram.
Eu por exemplo, sai da faculdade linda, cheia de ideais, pensando que ninguém jamais iria me humilhar como estava acostumada, tudo mentira. Venho tentando explicar pras pessoas com as quais convivo que não é preciso mais aceitar condutas ofensivas da chefia ou dos colegas de trabalho, que reclamações em relação à essas condutas não configuram em hipótese alguma estar quebrando as regras ou cometento algum ato ilicito, mas isso é balelaporque eu sou concursada, eu ainda tenho a estabilidade no trabalho como garantia, meus colegas ao contrário jamais poderiam se dar ao luxo de abrir mão desse trabalho, eles teriam de enfrentar realidade de um processo administrativo e a possibilidade de não ter ninguém que testemunhasse ao seu favor. Teriam de encontrar outro emprego com o estigma de quem tem processos trabalhistas. Essa é a realidade de um trabalhador fora das redes sociais, os seus chefes ainda estão com a chibata em punho, ainda tem um tronco como aviso do que vai acontecer se reclamar, ainda acham que fazem um favor aos colaboradores quando lhes oportunizam uma vaga com salários de fome e tratamento desigual.
É muito legal ter todas as informações referentes aos direitos que possuo, mas ao mesmo tempo e muito frustante nao ter coragem pra colocar esse direito em prática, a vida longe das redes e "fail", é triste, é enloquecedora.
Eu por exemplo, sai da faculdade linda, cheia de ideais, pensando que ninguém jamais iria me humilhar como estava acostumada, tudo mentira. Venho tentando explicar pras pessoas com as quais convivo que não é preciso mais aceitar condutas ofensivas da chefia ou dos colegas de trabalho, que reclamações em relação à essas condutas não configuram em hipótese alguma estar quebrando as regras ou cometento algum ato ilicito, mas isso é balelaporque eu sou concursada, eu ainda tenho a estabilidade no trabalho como garantia, meus colegas ao contrário jamais poderiam se dar ao luxo de abrir mão desse trabalho, eles teriam de enfrentar realidade de um processo administrativo e a possibilidade de não ter ninguém que testemunhasse ao seu favor. Teriam de encontrar outro emprego com o estigma de quem tem processos trabalhistas. Essa é a realidade de um trabalhador fora das redes sociais, os seus chefes ainda estão com a chibata em punho, ainda tem um tronco como aviso do que vai acontecer se reclamar, ainda acham que fazem um favor aos colaboradores quando lhes oportunizam uma vaga com salários de fome e tratamento desigual.
É muito legal ter todas as informações referentes aos direitos que possuo, mas ao mesmo tempo e muito frustante nao ter coragem pra colocar esse direito em prática, a vida longe das redes e "fail", é triste, é enloquecedora.
janeiro 28, 2016
Fico me perguntando por onde andei nos últimos tempos, volto a ter insônia, volto a ter angústia, volto a escrever, volto de onde? Fazia tempo que não me preocupava a solidão, esta chovendo a algumas horas, sinto que meu corpo não responde aos meu comandos, falta apenas tres horas para tocar o despertador, sou uma maquina de fazer rotina.
Uma xícara de chá, algumas gotas de rivotril, que morte horrível, uma conversa desconexa do outro lado do oceano e a dúvida de um mundo palpável, seguro, estável. Eu cresci e isso é muito chato, quero ferias de desejos, ferias de realização da prodigiosa criança que foi silenciada. Ela se foi, seis gotas de rivotril em uma xícara de chá, não se aguenta mais a dor como aguentava antigamente, não há glamour em sofrimentos abstratos.
Existe trabalho escravo no Brasil, os refugiados comem carne de cachorro, o Irã tem reatores nucleares, o ISIS, taliban, meu gato minha na cozinha, minhas mãos perdem força para o ansiolitico so tenho mais três horas de sono.
Uma xícara de chá, algumas gotas de rivotril, que morte horrível, uma conversa desconexa do outro lado do oceano e a dúvida de um mundo palpável, seguro, estável. Eu cresci e isso é muito chato, quero ferias de desejos, ferias de realização da prodigiosa criança que foi silenciada. Ela se foi, seis gotas de rivotril em uma xícara de chá, não se aguenta mais a dor como aguentava antigamente, não há glamour em sofrimentos abstratos.
Existe trabalho escravo no Brasil, os refugiados comem carne de cachorro, o Irã tem reatores nucleares, o ISIS, taliban, meu gato minha na cozinha, minhas mãos perdem força para o ansiolitico so tenho mais três horas de sono.
janeiro 05, 2016
Quase um ano, estava buscando conforto em algum lugar, não queria voltar ao ansiolitico, não terminei a análise numa boa com o analista, mas angústia é sempre pontual no pós festas de final de ano, quase um ano e cá estou tentando aliviar esse aperto e essa certeza de solidão que fere.
Esqueci que escrevia pra esvaziar, duvidei que pudesse voltar, voltei, o pior é saber que ainda sou eu. Acreditei por longa data que a mudança era questão de tempo, de conquistas, de esforço, de cura, hoje não sei mais o que é que muda, so sei o que repete.
Esse looping da angústia me move, não posso negar esse fato, faz com que eu busque um outro lugar quando estou me acomodando, mas na verdade eu só queria parar, fico pensando quando é que não serei mais intrusa, quando não mais me sentirei estrangeira, quando será minha vez de reinar.
Desde criança sinto que ocupo um lugar que não me pertence, me esforço muito para não fazer barulho, quase nao me movo pra que nao notem minha presença, tento seguir estática pra que não me vejam, mas é impossível sendo eu quem sou, eu sinto muitas coisas o tempo todo, eu temo tudo, existe uma vida que grita dentro de mim.
Volto a escrever na esperança de não mais tão só, na esperança de me olhar de fora, na esperança de que tenha ainda restado algo de bom. Volto escrever porque nao tenho mais fé, porque nao acredito no amor, porque não quero morrer.
Esqueci que escrevia pra esvaziar, duvidei que pudesse voltar, voltei, o pior é saber que ainda sou eu. Acreditei por longa data que a mudança era questão de tempo, de conquistas, de esforço, de cura, hoje não sei mais o que é que muda, so sei o que repete.
Esse looping da angústia me move, não posso negar esse fato, faz com que eu busque um outro lugar quando estou me acomodando, mas na verdade eu só queria parar, fico pensando quando é que não serei mais intrusa, quando não mais me sentirei estrangeira, quando será minha vez de reinar.
Desde criança sinto que ocupo um lugar que não me pertence, me esforço muito para não fazer barulho, quase nao me movo pra que nao notem minha presença, tento seguir estática pra que não me vejam, mas é impossível sendo eu quem sou, eu sinto muitas coisas o tempo todo, eu temo tudo, existe uma vida que grita dentro de mim.
Volto a escrever na esperança de não mais tão só, na esperança de me olhar de fora, na esperança de que tenha ainda restado algo de bom. Volto escrever porque nao tenho mais fé, porque nao acredito no amor, porque não quero morrer.
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