Fico me perguntando por onde andei nos últimos tempos, volto a ter insônia, volto a ter angústia, volto a escrever, volto de onde? Fazia tempo que não me preocupava a solidão, esta chovendo a algumas horas, sinto que meu corpo não responde aos meu comandos, falta apenas tres horas para tocar o despertador, sou uma maquina de fazer rotina.
Uma xícara de chá, algumas gotas de rivotril, que morte horrível, uma conversa desconexa do outro lado do oceano e a dúvida de um mundo palpável, seguro, estável. Eu cresci e isso é muito chato, quero ferias de desejos, ferias de realização da prodigiosa criança que foi silenciada. Ela se foi, seis gotas de rivotril em uma xícara de chá, não se aguenta mais a dor como aguentava antigamente, não há glamour em sofrimentos abstratos.
Existe trabalho escravo no Brasil, os refugiados comem carne de cachorro, o Irã tem reatores nucleares, o ISIS, taliban, meu gato minha na cozinha, minhas mãos perdem força para o ansiolitico so tenho mais três horas de sono.
Me visitam
janeiro 28, 2016
janeiro 05, 2016
Quase um ano, estava buscando conforto em algum lugar, não queria voltar ao ansiolitico, não terminei a análise numa boa com o analista, mas angústia é sempre pontual no pós festas de final de ano, quase um ano e cá estou tentando aliviar esse aperto e essa certeza de solidão que fere.
Esqueci que escrevia pra esvaziar, duvidei que pudesse voltar, voltei, o pior é saber que ainda sou eu. Acreditei por longa data que a mudança era questão de tempo, de conquistas, de esforço, de cura, hoje não sei mais o que é que muda, so sei o que repete.
Esse looping da angústia me move, não posso negar esse fato, faz com que eu busque um outro lugar quando estou me acomodando, mas na verdade eu só queria parar, fico pensando quando é que não serei mais intrusa, quando não mais me sentirei estrangeira, quando será minha vez de reinar.
Desde criança sinto que ocupo um lugar que não me pertence, me esforço muito para não fazer barulho, quase nao me movo pra que nao notem minha presença, tento seguir estática pra que não me vejam, mas é impossível sendo eu quem sou, eu sinto muitas coisas o tempo todo, eu temo tudo, existe uma vida que grita dentro de mim.
Volto a escrever na esperança de não mais tão só, na esperança de me olhar de fora, na esperança de que tenha ainda restado algo de bom. Volto escrever porque nao tenho mais fé, porque nao acredito no amor, porque não quero morrer.
Esqueci que escrevia pra esvaziar, duvidei que pudesse voltar, voltei, o pior é saber que ainda sou eu. Acreditei por longa data que a mudança era questão de tempo, de conquistas, de esforço, de cura, hoje não sei mais o que é que muda, so sei o que repete.
Esse looping da angústia me move, não posso negar esse fato, faz com que eu busque um outro lugar quando estou me acomodando, mas na verdade eu só queria parar, fico pensando quando é que não serei mais intrusa, quando não mais me sentirei estrangeira, quando será minha vez de reinar.
Desde criança sinto que ocupo um lugar que não me pertence, me esforço muito para não fazer barulho, quase nao me movo pra que nao notem minha presença, tento seguir estática pra que não me vejam, mas é impossível sendo eu quem sou, eu sinto muitas coisas o tempo todo, eu temo tudo, existe uma vida que grita dentro de mim.
Volto a escrever na esperança de não mais tão só, na esperança de me olhar de fora, na esperança de que tenha ainda restado algo de bom. Volto escrever porque nao tenho mais fé, porque nao acredito no amor, porque não quero morrer.
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