Me visitam

dezembro 25, 2017

Particularmente nunca gostei de festas de final de ano, acho que as pessoas, inclusive eu, são tomadas por uma especie de histeria coletiva nesse período, isso faz com que vários acontecimentos desastrosos tomem forma.
De modo geral nos últimos anos essas datas tem sido comemoradas por mim e pela minha família com muita paz e serenidade, mas as lembranças da infância não são nada fáceis e associação de natal com desgraça e confusão é inevitável.
Eu fico meio sem saber onde colocar as mãos nesses eventos, não somos muito de nos tocar, nem expressamos com facilidade nossas emoções boas, as ruins são mais impetuosas, mas o importante é que quando passa tenho a sensação de dever cumprido e roteiro finalizado.
Queria falar mais sobre como isso se dá na cabeça das pessoas que amo, de como elas se sentem nesses dias, gostaria de estar mais perto de verdade, mas entendo em parte a distancia e o isolamento que cada uma escolheu.
Eu me sinto só, mas não acredito que nenhuma relação humana seria capaz de habitar comigo essa solidão, eu invento objetivos que pudessem curar nossas feridas no próximo natal, mas acho bem pouco provável  que no intervalo de 1 ano tudo que nos afetou durante uma vida cicatrizasse como milagre.
No fundo eu só gostaria de dizer, sem que fosse preciso escrever em segredo, que os amo, que sei que estamos longe da plenitude, que gostaria de ser mais responsável por suas alegrias do que por suas lagrimas, mas eu também sou espinhosa e quando me aproximo muito machuco mais do que curo.


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