Eu resolvi parar um pouco, é preciso chorar de vez em quando, eu resolvi parar de crescer, de ser paciente, de tomar o controle das coisas, eu resolvi que era hora de me desesperar e ver no que dava. Não deu em nada, no outro dia tive que acordar de manha com a mesma cara e seguir em frente, o analista ainda acha que fui eu quem criou essas regras, mas eu sei dentro de mim que elas já estavam ali quando eu cheguei.
Eu tento me sentir bem, eu faço de conta que isso é normal pra todo mundo, mas eu me sinto sozinha na maior parte do tempo, eu sinto que se fosse embora demoraria pra me acharem entre os gatos com os quais eu vivo, eu sinto que no final vou mesmo ter certeza que não tinha pote de ouro nenhum depois do arco-iris.
Eles não entendem com é ser vazio, nem tem ideia de como é
pesado carregar esse corpo de um lado pro outro sem saber muito bem o que fazer, eles não percebem que eu descobri a verdade, que depois de muitas conquistas e muitos fracassos não sobra mais nada pra querer. Eles até acham que eu estou mesmo seguindo a caravana, mas eu me perdi já faz tempo, eu sei que atravessar o deserto não trará a redenção que esperam, eu fui até lá e voltei.
Cheguei numa fase da minha vida que vejo que a única coisa que fiz até agora foi fugir, fugir de mim mesmo, do meu nada, e agora não tenho mais para onde ir, nem sei o que vou fazer, fui péssimo em tudo
Me visitam
abril 15, 2013
março 22, 2013
março 21, 2013
Deixo Sísifo no sopé da montanha! Encontramos sempre o nosso fardo. Mas
Sísifo ensina a fidelidade superior que nega os deuses e levanta os
rochedos. Ele também julga que tudo está bem. Esse universo enfim sem
dono não lhe parece estéril nem fútil. Cada grão dessa pedra, cada
estilhaço mineral dessa montanha cheia de noite, forma por si só um
mundo. A própria luta para atingir os píncaros basta para encher um
coração de homem. É preciso imaginar Sísifo feliz.
março 12, 2013
"No decorrer dos séculos, a História dos povos não
passa de uma lição de mútua tolerância, e assim, o sonho último será
envolvê-los todos numa ternura comum para os salvar o mais possível da
dor comum. No nosso tempo detestar-se e ferir-se porque não se tem o
crânio construído exactamente da mesma maneira, começa a tornar-se a
mais monstruosa das loucuras."
Não se trata de estar certo ou errado, as vezes mesmo estando certa fui eu quem pediu desculpas primeiro, pra acabar com um conflito, pra aliviar uma ambiente, pra não perder um amigo, mas nesse momento da minha vida preciso rever essas coisas que me causam gastrite, porque eu to sem saco pra relevar gente estúpida e ignorante ditando a verdade enquanto eu fico aqui parada fingindo que é só de paz que eu preciso.
Eu vi Django Livre hoje no cinema, a pergunta que um dos personagens se faz e exatamente a que eu sempre me fiz, por que diabos aquelas criaturas não se rebelaram, por que sendo mais fortes não tomaram o poder? Por que nós não nos rebelamos, mantemos a diplomacia e relevamos que riam da nossa cara todo dia porque isso faz com que eles se sintam melhores, eu to cansada de gente com uma bíblia embaixo do braço justificando a barbárie, eu to cansada de acusação de perseguição e uso pelo demônio toda vez que resolvo pensar por conta própria, eu to cansada de gente sem argumento pedindo respeito a sua fé quando não respeita a minha, quando não quer saber de onde vem o que eu acredito, quando se tranca na sua verdade e aponta o erro dos outros sem admitir que não tem idéia do que esta fazendo.
Eu tenho amigos maravilhosos, de todas as crenças, até os sem nenhuma, mas eu convivo, e me livrar disso sem dúvida vai ser uma das resoluções de ano novo, com gente que não me ouve quando eu falo, não me pergunta de onde vem o que acredito, que não esta interessado senão em apontar erros dos outros, com intenção é claro de que a mediocridade de sua vida seja aliviada pelo julgamento ignorante que faz da vida alheia, eu preciso não me importar mais com essa gente, lembrar que gente também passa na nossa vida.
Eu me torno mais uma intolerante diante a alienação desse tipo de gente, eu fico violenta, sem limites, não consigo ser civilizada quando gente do século XXI me diz que racismo é coisa de gente escandalosa, que os negros se usam dessa tática pra se beneficiar, que é algo que obviamente não existe, esse individuo na mesma conversa consegue expor sua observação social dizendo que é moda ser gay, e que em posição profissional a qual almeja jamais deixaria uma criança ser adotada por uma casal de homossexual devido aos efeitos maléficos que isso causaria na pobre criança, preferível é mesmo que está continue em um desses abrigos que servem sempre de palanque políticos ou religioso de esmola e arrecadações, gente que paga dizimo todo mês e diz que não se importa com fim dado ao seu dinheiro, pois seu pacto é com Deus, gente que não julga pastor corrupto porque essa é uma tarefa divina, mas que se importa com como é usado o órgão sexual de cada uma das pessoas do mundo, pois ela é conhecedora eximia de todas as regras que regem o universo a esse respeito.
Diante dessas coisas que me doem, machucam e tiram o sono, que posso fazer se sou minoria?
Tenho tanto medo de onde pode chegar o poder dessa gente, tenho medo do quanto ainda vão se usar de sua verdade para machucar gente inocente, tenho medo de ficar parada aqui sem fazer nada porque não é a mim que combatem, tenho horror de ver gente que sofre com essa atitude ficar calada esperando a poeira baixar. Eu grito, esperneio, choro, mas não vejo a mudança que o mundo precisa não nos vejo caminhando pra algum ponto mais tolerante, porque nem mesmo eu tolero com facilidade esse tipo gente.
Acho que não estamos maduros o suficiente para discutirmos de forma civilizada nosso ponto de vista, porque nem eu nem eles queremos fazer parte de outro grupo que não seja o nosso, porem, temo que os adeptos da fé cega ainda queiram interferiam bruscamente na vida dos que não crêem, a mudança que eu busco nega a fé dessas pessoas, assim sendo ajo eu exatamente como eles, essa contradição me mata, não quero interferir na escolha das pessoas, mas não preciso que suas escolhas ditem como eu devo agir.
De qualquer forma ainda é ódio que esse tipo de atitude gera em mim, deveria ser piedade pela burrice que tais pessoas demonstram, porque limitações como essa não pode ser culpa das pessoas, deve ser algum ponto do caminho que ela percorreu pela estrada diferente da minha, essa dependência de um manual que ela precisa deve ser falta de confiança em criar sozinho um mundo melhor pra se viver. Gostaria de deixar claro que tenho amigos que maravilhosos que creem na bíblia sagrada, eu mesma já li muitas passagens desta, o que assusta é gente sem argumento nenhum que justifica todo sua ignorância baseado nesse livro antigo, buscam justificar a dor de seus iguais para fingir que não podem ou deve se rebelar contra seus algozes por tratar das palavras de Deus, a escravidão foi justificada por ela, as cruzadas foram justificadas por ela, quanto mais vamos deixar que a ignorância de alguns alimente o ódio entre nós?
Não se trata de estar certo ou errado, as vezes mesmo estando certa fui eu quem pediu desculpas primeiro, pra acabar com um conflito, pra aliviar uma ambiente, pra não perder um amigo, mas nesse momento da minha vida preciso rever essas coisas que me causam gastrite, porque eu to sem saco pra relevar gente estúpida e ignorante ditando a verdade enquanto eu fico aqui parada fingindo que é só de paz que eu preciso.
Eu vi Django Livre hoje no cinema, a pergunta que um dos personagens se faz e exatamente a que eu sempre me fiz, por que diabos aquelas criaturas não se rebelaram, por que sendo mais fortes não tomaram o poder? Por que nós não nos rebelamos, mantemos a diplomacia e relevamos que riam da nossa cara todo dia porque isso faz com que eles se sintam melhores, eu to cansada de gente com uma bíblia embaixo do braço justificando a barbárie, eu to cansada de acusação de perseguição e uso pelo demônio toda vez que resolvo pensar por conta própria, eu to cansada de gente sem argumento pedindo respeito a sua fé quando não respeita a minha, quando não quer saber de onde vem o que eu acredito, quando se tranca na sua verdade e aponta o erro dos outros sem admitir que não tem idéia do que esta fazendo.
Eu tenho amigos maravilhosos, de todas as crenças, até os sem nenhuma, mas eu convivo, e me livrar disso sem dúvida vai ser uma das resoluções de ano novo, com gente que não me ouve quando eu falo, não me pergunta de onde vem o que acredito, que não esta interessado senão em apontar erros dos outros, com intenção é claro de que a mediocridade de sua vida seja aliviada pelo julgamento ignorante que faz da vida alheia, eu preciso não me importar mais com essa gente, lembrar que gente também passa na nossa vida.
Eu me torno mais uma intolerante diante a alienação desse tipo de gente, eu fico violenta, sem limites, não consigo ser civilizada quando gente do século XXI me diz que racismo é coisa de gente escandalosa, que os negros se usam dessa tática pra se beneficiar, que é algo que obviamente não existe, esse individuo na mesma conversa consegue expor sua observação social dizendo que é moda ser gay, e que em posição profissional a qual almeja jamais deixaria uma criança ser adotada por uma casal de homossexual devido aos efeitos maléficos que isso causaria na pobre criança, preferível é mesmo que está continue em um desses abrigos que servem sempre de palanque políticos ou religioso de esmola e arrecadações, gente que paga dizimo todo mês e diz que não se importa com fim dado ao seu dinheiro, pois seu pacto é com Deus, gente que não julga pastor corrupto porque essa é uma tarefa divina, mas que se importa com como é usado o órgão sexual de cada uma das pessoas do mundo, pois ela é conhecedora eximia de todas as regras que regem o universo a esse respeito.
Diante dessas coisas que me doem, machucam e tiram o sono, que posso fazer se sou minoria?
Tenho tanto medo de onde pode chegar o poder dessa gente, tenho medo do quanto ainda vão se usar de sua verdade para machucar gente inocente, tenho medo de ficar parada aqui sem fazer nada porque não é a mim que combatem, tenho horror de ver gente que sofre com essa atitude ficar calada esperando a poeira baixar. Eu grito, esperneio, choro, mas não vejo a mudança que o mundo precisa não nos vejo caminhando pra algum ponto mais tolerante, porque nem mesmo eu tolero com facilidade esse tipo gente.
Acho que não estamos maduros o suficiente para discutirmos de forma civilizada nosso ponto de vista, porque nem eu nem eles queremos fazer parte de outro grupo que não seja o nosso, porem, temo que os adeptos da fé cega ainda queiram interferiam bruscamente na vida dos que não crêem, a mudança que eu busco nega a fé dessas pessoas, assim sendo ajo eu exatamente como eles, essa contradição me mata, não quero interferir na escolha das pessoas, mas não preciso que suas escolhas ditem como eu devo agir.
De qualquer forma ainda é ódio que esse tipo de atitude gera em mim, deveria ser piedade pela burrice que tais pessoas demonstram, porque limitações como essa não pode ser culpa das pessoas, deve ser algum ponto do caminho que ela percorreu pela estrada diferente da minha, essa dependência de um manual que ela precisa deve ser falta de confiança em criar sozinho um mundo melhor pra se viver. Gostaria de deixar claro que tenho amigos que maravilhosos que creem na bíblia sagrada, eu mesma já li muitas passagens desta, o que assusta é gente sem argumento nenhum que justifica todo sua ignorância baseado nesse livro antigo, buscam justificar a dor de seus iguais para fingir que não podem ou deve se rebelar contra seus algozes por tratar das palavras de Deus, a escravidão foi justificada por ela, as cruzadas foram justificadas por ela, quanto mais vamos deixar que a ignorância de alguns alimente o ódio entre nós?
fevereiro 27, 2013
Chegou o dia do fim, esse blog teve origem na terapia depois no primeiro semestre da faculdade, devido as grandes dificuldade que eu tinha para me relacionar com as pessoas da nova vida que a universidade me trouxe. O maior objetivo dele foi o de que eu pudesse exteriorizar meus sentimentos e que controlasse meu desejo de atirar nos meus colegas, ele cumpriu seu objetivo satisfatoriamente.
O que é mais estranho nisso tudo, é que hoje, a um dia da minha formatura, tudo o que sinto é um terrível vazio que a faculdade vai deixar, eu tive muita sorte em relação a minha turma de faculdade, eu tropecei em gente maravilhosa nesse caminho, eu não encontrei a direção que eu pensava que ia encontrar, mas descobri mais coisas sobre mim do que em toda a minha vida. Acabou a faculdade e obviamente não serei eu a oradora da turma,devido a falta de jeito que sempre tive com pessoas e com as palavras, mas é preciso dizer que não consigo lembrar das coisas ruins que aconteceram.
A dor não me toca de tão longe, já as coisas boas me encantam nesse momento, a tentativa a todo custo de me afastar da pessoas durante quase cinco anos da minha vida deram muitíssimo certo, duvido que sejam muitas as pessoas que saibam sequer o tom da minha voz depois te tanto tempo que estiveram comigo, duvido que alguns deles saibam que meu pai morreu quando eu estava na quarta fase da faculdade, que minha avó adoeceu e eu não tinha com quem compartilhar a minha dor e chorava ao telefone sempre que recebia alguma noticia vinda da minha cidade, duvido que saibam que eu fiquei imensamente feliz quando recebi a noticia de que seria madrinha de uma menininha linda que fez quatro anos outro dia ou que perceberam que minha timidez me impedia de ser mais simpática com qualquer um deles, eu não os culpo, foram lindos sempre que puderam, não sabiam que eu fiz todo tipo de terapia, acupuntura, reike, yoga e até sem saber escrever nada escrevia um blog pra me tornar menos neurótica e me adequar a nova situação.
Acabou a faculdade e aprendi que pudia amar as pessoas mesmo sem que elas soubessem, que amor talvez seja energia, e que espalhada no ar faz algum bem ao universo, eu pensei muitas vezes que esse dia não chegaria, eu não sabia que era capaz de atravessar tanto o meu próprio limite, o que estou sentindo hoje vai passar bem rápido amanha, e quando chegar um novo desafio nem vou mais lembra de como me senti nesse momento, mas é preciso registrar cada emoção ou então ela se perde, desvia seu caminho e se transforma em mais uma coisa que eu não sei lidar.
Eu não sei se esse blog seguirá daqui, talvez sim, mas ele só tem razão em função do seu papel diário de classe, diário de vida e agora é hora de se despedir, quando você faz parte de alguma coisa especial você também se torna especial, é assim que me sinto hoje, especial por fazer parte desse momento, tenha um sentido também especial nisso tudo, pra que nada se perca que cinco anos de vida sejam alicerce seguro pra algo muito maior.
janeiro 20, 2013
Trauma, muda tudo. Depois de um choque, nada jamais é igual. Você se adapta à dor, mas não é mais o mesmo. Mas talvez seja bom, que as coisas mudem. Talvez elas tenham que mudar. Porque podemos ficar emperrados, como uma coisa só, uma identidade só. Mas nós não somos uma coisa só. Nós nunca somos uma coisa só. Nem para nós mesmos, nem para os outros.
janeiro 19, 2013
As vezes voce olha para o telefone, procura a lista de contatos e não encontra ninguém pra quem ligar a quem voce possa chorar, ninguém que voce realmente saiba que vai se importar, que vai mandar a policia na sua casa com medo que voce faça alguma loucura, porque você está tão dentro de si mesma, que ninguém percebe qual é o seu limite, e no fim das contas não é culpa da sociedade egoísta que nada percebe e nada ve alem de si mesma, não é culpa sua por não se permitir confiar a ninguém suas dores, frustrações traumas, não há culpa, é apenas a certeza que em algum lugar dentro de você, tudo é tão frio e tão escuro que a ninguém é permitida entrada, algum lugar que voce acessa sem querer onde há um espelho que só voce é refletido, uma figura que você não queria ter que conhecer, mas conhece, uma figura que voce não queria ter que encarar, mas que encara.
Chorar sozinho não faz sentido, é tão patético quanto reclamar dor quando não tem alguém por perto pra te ajudar, a minha existência só faz sentido quando reconhecida no outro, não existindo o outro não existo, porque não há quem afirme essa existência, a solidão não mata, o estar em so não mata, mas confunde, desestabiliza e não deixa perceber até onde vai o real, estar sozinho é não estar ou quando esta não se reconhecer, reconhecendo não admitir ser quem é.
Talvez eu já não esteja completamente aqui. Nem lá, seja onde for. Antes de viajar, fico pairando. Talvez a alma parta antes e não saiba direito aonde ir sem o corpo. Na morte deve ser parecido".
Chorar sozinho não faz sentido, é tão patético quanto reclamar dor quando não tem alguém por perto pra te ajudar, a minha existência só faz sentido quando reconhecida no outro, não existindo o outro não existo, porque não há quem afirme essa existência, a solidão não mata, o estar em so não mata, mas confunde, desestabiliza e não deixa perceber até onde vai o real, estar sozinho é não estar ou quando esta não se reconhecer, reconhecendo não admitir ser quem é.
Talvez eu já não esteja completamente aqui. Nem lá, seja onde for. Antes de viajar, fico pairando. Talvez a alma parta antes e não saiba direito aonde ir sem o corpo. Na morte deve ser parecido".
janeiro 01, 2013
Não há previsões, apenas lembranças, não sei diferenciar direito dentro de mim, estou me sentindo um tanto pesada, sem chão, mas nada é uma premonição do que virá, só um certo olhar e um clima de que ja aconteceu algo desse jeito e foi difícil.
O ano começou bem, estive feliz, com muita esperança de um novo começo, o dia tava lindo perfeito, acabamos com uma chuva sem fim, discussões e uma certa melancolia habitual, preciso amadurecer essa ideia que tenho de mim, lembro que rejeição é uma coisa recorrente, não mata, mas hoje doeu.
Não tenho ideia do irá acontecer nos próximos anos, tudo esta diferente, isso assusta muito, desestabiliza, mas não quero parar, coisas acontecem todos os dias, boas ou ruins dão dinamismo à minha vida, vou lidando com elas com as armas que tenho, sinto que estive em stand by nos últimos anos, não lembro muito precisamente do que aconteceu ou de como eu vivi cada coisa, não sei se algo concreto realmente se formou, mas disseram que acabou e tenho de seguir em frente, deixo eles decidirem pra não pensar a respeito.
Não fiz nenhum pedido, não existem resoluções de ano novo, mergulho no desconhecido ano de 2013 de olhos fechados, sem caminho, sem razão, tudo que está por vir é novo, sem expectativas, mas com muito medo, como sempre tem sido, então torço para que como a vida, o ano, encontre seu caminho por si só, encontre um sentido em si mesmo, que seja leve, seja firme e produtivo.
“Arranca metade do meu corpo, do meu coração, dos meus sonhos.
Tira um pedaço de mim, qualquer coisa que me desfaça.
Me recria, porque eu não suporto mais pertencer a tudo, mas não caber em lugar algum.”
Tira um pedaço de mim, qualquer coisa que me desfaça.
Me recria, porque eu não suporto mais pertencer a tudo, mas não caber em lugar algum.”
dezembro 19, 2012
Eu só queria poder dar uma caminhada pela cidade, em paz, sentir o cheiro que está no ar nessa época do ano, eu só queria não ter que encontrar em todas as esquinas algo que me lembre que estamos perto de uma data que tem muita importância comercial, mas eu não posso, porque é natal e ele sempre me faz ficar muitíssimo triste.
Eu lembro de um natal em que eu devia ter três ou quatro anos, estou sentada no colo do meu pai em frente a arvore, minha mãe tinha ido para o banho e alguém bate na porta, corro pra abrir e uma luva branca me entrega meu presente, é a ultima boa lembrança do natal, não que tenha acontecido coisas horríveis nos outros anos, mas com o passar dos anos essa data foi se carregando com a responsabilidade de ser feliz, com ela ficou carregada de frustração.Não sei como superar o natal, não sei com superar a vida, ela te traumatiza de um jeito que fico imaginando o que sobra de magico e doce em uma pessoa de 80 anos.
De qualquer forma gostaria mesmo de caminhar sozinha por ai, sem medo, sem crise, sem essa dor que sinto, por sentir pena das pessoas que se aventuram diariamente avidas a gastar seu pouco dinheiro em algo que com certeza não preencherá o seu vazio.
A vida é dura demais pra ser cintilante em uma data especifica, família é complicada demais pra ser unida em uma data especifica, as pessoas são frias demais para você ama-las em uma data especifica, não me obriguem a gostar do natal, não me obriguem a agir como se não fosse difícil demais ser sozinha durante o ano inteiro, não julguem minha atitude amarga, é o que me resta de uma ano cansativo como esse.
"O que torna as pessoas sociáveis é a sua incapacidade de suportar a solidão e, nela, a si mesmos."
Eu lembro de um natal em que eu devia ter três ou quatro anos, estou sentada no colo do meu pai em frente a arvore, minha mãe tinha ido para o banho e alguém bate na porta, corro pra abrir e uma luva branca me entrega meu presente, é a ultima boa lembrança do natal, não que tenha acontecido coisas horríveis nos outros anos, mas com o passar dos anos essa data foi se carregando com a responsabilidade de ser feliz, com ela ficou carregada de frustração.Não sei como superar o natal, não sei com superar a vida, ela te traumatiza de um jeito que fico imaginando o que sobra de magico e doce em uma pessoa de 80 anos.
De qualquer forma gostaria mesmo de caminhar sozinha por ai, sem medo, sem crise, sem essa dor que sinto, por sentir pena das pessoas que se aventuram diariamente avidas a gastar seu pouco dinheiro em algo que com certeza não preencherá o seu vazio.
A vida é dura demais pra ser cintilante em uma data especifica, família é complicada demais pra ser unida em uma data especifica, as pessoas são frias demais para você ama-las em uma data especifica, não me obriguem a gostar do natal, não me obriguem a agir como se não fosse difícil demais ser sozinha durante o ano inteiro, não julguem minha atitude amarga, é o que me resta de uma ano cansativo como esse.
"O que torna as pessoas sociáveis é a sua incapacidade de suportar a solidão e, nela, a si mesmos."
dezembro 07, 2012
novembro 06, 2012
De todas essas coisas que acontecem todos os dias eu tiro apenas uma conclusão, eu gosto muito do que eu sou, eu não queria ser mais bonita, nem mais inteligente, não queria ser mais interessante, nem mais charmosa do que eu sou, eu assumo minhas impossibilidades, todos os limites que tenho em relação a vida e aos padrões que o mundo cria, mas eu queria que houvesse Deus, que existindo Deus, houvesse amor e um destino traçado por ele, eu queria que tivesse alguém feito na medida certa pra mim, ou então não precisava de tudo isso, poderia ser que assumindo meus defeitos, convivendo com eles eu tivesse o direito de ser amada apesar de.
"Tudo que eu precisava era o sol quente da manhã seguinte que não viria, aquecendo minha cabeça confusa. Cobri o rosto com as mãos e comecei a chorar."
"Tudo que eu precisava era o sol quente da manhã seguinte que não viria, aquecendo minha cabeça confusa. Cobri o rosto com as mãos e comecei a chorar."
novembro 04, 2012
Notavelmente as relações humanas tomam outra configuração, como eu poderia estar amando uma ideia de alguém? E não fora sempre assim? com a única diferença de materialização da pessoas, não que amasse algo imaterial, abstrato, mas por hora intocável devido a distancia que estávamos um do outro, amava, com todos os sintomas que o amor manifestava em mim na ocasião de sua presença.
Experimentei uma sensação de com disse Caio Fernando Abreu estar sendo amada por aquilo que escrevia, não exatamente uma carta ou um poema, mas ali a escrita era a coisa que nos mantinha unidos, sem nunca sequer poder nos tocar. A mágica disso me envolve mais do que gostaria, me sinto tomada pelo desejo de tornar o sonho realidade, mas como e quando?
Isso pode acabar , eu sei, a qualquer momento, como qualquer coisa abstrata que vive apenas no lúdico que invetamos para não nos acostumarmos com a dureza da vida real, eu invetei o amor pra me salvar da vida, ele teria a forma que eu desse, então era perfeito.
Só se ama o que não se possui completamente.
Experimentei uma sensação de com disse Caio Fernando Abreu estar sendo amada por aquilo que escrevia, não exatamente uma carta ou um poema, mas ali a escrita era a coisa que nos mantinha unidos, sem nunca sequer poder nos tocar. A mágica disso me envolve mais do que gostaria, me sinto tomada pelo desejo de tornar o sonho realidade, mas como e quando?
Isso pode acabar , eu sei, a qualquer momento, como qualquer coisa abstrata que vive apenas no lúdico que invetamos para não nos acostumarmos com a dureza da vida real, eu invetei o amor pra me salvar da vida, ele teria a forma que eu desse, então era perfeito.
Só se ama o que não se possui completamente.
outubro 31, 2012
outubro 26, 2012
A noite
desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tão pouco os rumores que outrora me perturbavam.
A noite desceu. Nas casas, nas ruas onde se combate,
nos campos desfalecidos, a noite espalhou o medo e a total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda, sem esperança...
Os suspiros acusam a presença negra que paralisa os guerreiros.
E o amor não abre caminho na noite.
A noite é mortal, completa, sem reticências,
a noite dissolve os homens, diz que é inútil sofrer,
a noite dissolve as pátrias, apagou os almirantes cintilantes!
nas suas fardas.
A noite anoiteceu tudo... O mundo não tem remédio...
Os suicidas tinham razão.
Aurora, entretanto eu te diviso,
ainda tímida, inexperiente das luzes que vais ascender
e dos bens que repartirás com todos os homens.
Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações,
adivinho-te que sobes,
vapor róseo, expulsando a treva noturna.
O triste mundo fascista se decompõe ao contato de teus dedos,
teus dedos frios, que ainda se não modelaram mas que avançam
na escuridão
como um sinal verde e peremptório.
Minha fadiga encontrará em ti o seu termo,
minha carne estremece na certeza de tua vinda.
O suor é um óleo suave, as mãos dos sobreviventes
se enlaçam,
os corpos hirtos adquirem uma fluidez, uma inocência, um perdão
simples e macio...
Havemos de amanhecer.
O mundo se tinge com as tintas da antemanhã
e o sangue que escorre é doce, de tão necessário
para colorir tuas pálidas faces, aurora.
desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tão pouco os rumores que outrora me perturbavam.
A noite desceu. Nas casas, nas ruas onde se combate,
nos campos desfalecidos, a noite espalhou o medo e a total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda, sem esperança...
Os suspiros acusam a presença negra que paralisa os guerreiros.
E o amor não abre caminho na noite.
A noite é mortal, completa, sem reticências,
a noite dissolve os homens, diz que é inútil sofrer,
a noite dissolve as pátrias, apagou os almirantes cintilantes!
nas suas fardas.
A noite anoiteceu tudo... O mundo não tem remédio...
Os suicidas tinham razão.
Aurora, entretanto eu te diviso,
ainda tímida, inexperiente das luzes que vais ascender
e dos bens que repartirás com todos os homens.
Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações,
adivinho-te que sobes,
vapor róseo, expulsando a treva noturna.
O triste mundo fascista se decompõe ao contato de teus dedos,
teus dedos frios, que ainda se não modelaram mas que avançam
na escuridão
como um sinal verde e peremptório.
Minha fadiga encontrará em ti o seu termo,
minha carne estremece na certeza de tua vinda.
O suor é um óleo suave, as mãos dos sobreviventes
se enlaçam,
os corpos hirtos adquirem uma fluidez, uma inocência, um perdão
simples e macio...
Havemos de amanhecer.
O mundo se tinge com as tintas da antemanhã
e o sangue que escorre é doce, de tão necessário
para colorir tuas pálidas faces, aurora.
outubro 25, 2012
“Com franqueza, não me animo a dizer que você não vá.
Eu, que sempre andei no rumo de minhas venetas, e tantas vezes troquei o sossego de uma casa pelo assanhamento triste dos ventos da vagabundagem, eu não direi que fique.
Em minhas andanças, eu quase nunca soube se estava fugindo de alguma coisa ou caçando outra. Você talvez esteja fugindo de si mesma, e a si mesma caçando; nesta brincadeira boba passamos todos, os inquietos, a maior parte da vida — e às vezes reparamos que é ela que se vai, está sempre indo, e nós (às vezes) estamos apenas quietos, vazios, parados, ficando. Assim estou eu. E não é sem melancolia que me preparo para ver você sumir na curva do rio — você que não chegou a entrar na minha vida, que não pisou na minha barranca, mas, por um instante, deu um movimento mais alegre à corrente, mais brilho às espumas e mais doçura ao murmúrio das águas. Foi um belo momento, que resultou triste, mas passou.”
Eu, que sempre andei no rumo de minhas venetas, e tantas vezes troquei o sossego de uma casa pelo assanhamento triste dos ventos da vagabundagem, eu não direi que fique.
Em minhas andanças, eu quase nunca soube se estava fugindo de alguma coisa ou caçando outra. Você talvez esteja fugindo de si mesma, e a si mesma caçando; nesta brincadeira boba passamos todos, os inquietos, a maior parte da vida — e às vezes reparamos que é ela que se vai, está sempre indo, e nós (às vezes) estamos apenas quietos, vazios, parados, ficando. Assim estou eu. E não é sem melancolia que me preparo para ver você sumir na curva do rio — você que não chegou a entrar na minha vida, que não pisou na minha barranca, mas, por um instante, deu um movimento mais alegre à corrente, mais brilho às espumas e mais doçura ao murmúrio das águas. Foi um belo momento, que resultou triste, mas passou.”
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