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dezembro 29, 2010


“Se não tinha amigos na redondeza, não tinha inimigos, e a única desafeição que merecera fora a do doutor Segadas, um clínico afamado no lugar, que não podia admitir que Quaresma tivesse livros: “Se não era formado, para quê? Pedantismo!”

Estou cansada de segurar essa barra sozinha e não sei como vai ser.


Como é que faz quando você já não chora ou quando você já brigou tanto com Deus que já não pode se quer pedir piedade, quando o problema é o mesmo a anos?
Como é que faz quando você para e olha pra trás e vê a sua vida passando sem fazer muito sentido, quando não tem colo, não tem fé, não tem sonho a ser conquistado?
Briguei com Deus a muito tempo, e o venho combatendo desde então, descobri que não faz nenhum sentido o que foi dito em igrejas e livros sagrados, sou uma cientista não posso vacilar, mas tem horas em que você não sabe o que fazer e espera alguma resposta, algum milagre, que pelo menos sua mãe te proteja, e veja só é você que tem que protege-la.
Uma hora você cresce as coisas ficam serias de verdade, e ai você decide se vai ou não acreditar em milagres, quando você está muito cansado é melhor largar de mão, seguir e deixar acontecer, esperar que algo inexplicável aconteça mas minha fé fica por aqui no inexplicável, porque não me interessa saber e nem me cabe questionar, Deus deve gostar de mim de algum jeito, entre todas as coisas sempre tentei ser a mais honesta possível com ele, todos o questionamento a respeito de sua existência, e todas formas de combate a quem se aproveita de seu nome foram em nome da busca pela minha verdade.
Então hoje depois de tantas negativas e tantas dúvidas a rendição vem racional, vem da vergonha de não saber a resposta pra tudo, de ter problemas insolucionáveis, de ter dor suficiente pra não querer mais seguir, a rendição vem da esperança de que o amanha tragá uma solução.


“Não és bom nem és mau: és triste e humano”

dezembro 27, 2010


"Acontecia-me às vezes pensar que se me desse alguma vez para perder-me completamente, para abater um homem, para castigá-lo com o mais horrível castigo, um castigo que metesse medo e fizesse tremer antecipadamente o criminoso mais valente, não precisava senão de dar ao seu trabalho o catáter de uma inutilidade e total e absoluta carência de sentido."

dezembro 26, 2010


“Onde estão as suas memórias, Ludmillah, e todas as suas culpas e arrependimentos, e tudo quanto lamenta, cada palavra dita ou imaginada ou desejada, e a nostalgia daquilo em que já não acredita, e a incômoda comichão daquilo em que gostaria de acreditar? Compreende o que digo com sua alma de poeta, ao menos?”

dezembro 24, 2010


Estou com muito medo, estou falando de um medo sem fundamento, aquele medo que as vezes bate medo de estar desperdiçando a vida, de estar no caminho errado, quando eu me dou conta que estou sozinha e muito solitária, estou com um medo que doí, medo de não saber bem o que sinto e medo das coisas que tenho deixado de sentir.
Consigo ver meu medo, ele é físico e palpavel, estou com medo de recomeçar, de seguir em frente, de fazer planos, parece que está escuro lá fora, parece que chove todo dia, parece que ninguém consegue me ouvir, ou que falo um lingua indecifravel, parece que o desconhecido me encontrou.


Todos os dias eu acordava e tomava banho, escovava os dentes e fazia todas essas coisas rotineiras, igual a alguém que aos trancos, mecanicamente, continua a viver

dezembro 23, 2010


Bem, estamos sempre pensando que um dia vamos ser felizes. Você sabe, nós vamos buscar o carro, ou aquele emprego ou aquela pessoa na nossa vida que vai resolver tudo. Mas a felicidade é um estado de espírito, e é uma condição, não um destino. É como estar cansado ou com fome. Não é permanente. Ela vai e vem, e que está tudo bem. E eu sinto como se as pessoas pensassem dessa maneira, eles encontrar a felicidade com muito mais freqüência.

dezembro 22, 2010



Amamos o que não conhecemos, o já perdido.
O bairro que já foi arredores
Os antigos que não nos decepcionaram mais
porque são mito e esplendor.
Os seis volumes de Schopenhauer que jamais terminamos de ler.
A saudade, não a leitura, da segunda parte do Quixote.
O oriente que, na verdade, não existe para o afegão, o persa ou o tártaro.
Os mais velhos com quem não conseguiríamos
conversar durante um quarto de hora.
As mutantes formas da memória, que está feita do esquecido.
Os idiomas que mal deciframos.
Um ou outro verso latino ou saxão que não é mais do que um hábito.
Os amigos que não podem faltar porque já morreram.
O ilimitado nome de Shakespeare.
A mulher que está a nosso lado e que é tão diversa.
O xadrez e a álgebra, que não sei.

dezembro 21, 2010


Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento

dezembro 20, 2010


" As coisas mais importantes são as mais difíceis de expressar... As coisas mais importantes estão muito perto de onde seu segredo está enterrado, como pontos de referência para um tesouro que seus inimigos adorariam roubar."

dezembro 19, 2010


"A vida deve te surpreender. Aposto que você tem uma imagem em sua mente de como tudo vai acontecer para você. O que você vai fazer, com que você vai estar. E tenho certeza de que seu pai tinha uma imagem também. Mas existem janelas que não permanecem abertas para sempre. Perdeu oportunidades que nunca voltam a você de novo. E esperar por elas não significa necessariamente que você é forte, ou mesmo certo. Às vezes apenas significa que você tem medo de mudar essa imagem..."

dezembro 18, 2010


"Primeiro as cores Depois os Humanos
Em geral, é assim que vejo as coisas

Ou pelo menos, é o que eu tento..."

dezembro 17, 2010


Lembrou-se de um dia de verão, quando tinha 10 anos. Naquele dia, numa clareira do bosque, sua mais querida companheira de infância lhe disse o que fariam quando crescessem. As palavras foram duras e brilhantes como os raios de sol. Ele ouviu admirado. Quando ela lhe perguntou o que desejaria fazer, ele respondeu de imediato: “O que for certo.” E acrescentou: “E preciso fazer alguma coisa que seja grande... Quero dizer, nós dois juntos.” E ela: “O quê, por exemplo?” Ele respondeu:
“Não sei. É o que nós devemos descobrir. Não o que você disse. Não é trabalho nem um modo de ganhar a vida. Mas algo como ganhar batalhas, salvar pessoas de incêndios ou escalar montanhas.” “Para quê?”, perguntou ela. E ele: “No último domingo, o pastor disse que devemos procurar alcançar o melhor de nós. O que você acha que há de melhor em nós?” “Não sei.” E ele concluiu: “Precisamos descobrir.”

dezembro 16, 2010


E quem disse que poderia ser mais duro do que já está sendo, ninguém, ao menos pra perguntar se haveria outra chance, quem decide essas coisas afinal? Quem decide que é você que vai responder esse tipo de pergunta?
Depois daquilo tudo, depois de ter chego até ali, em meio a tantas ameaças e desafetos, até onde chegaríamos, até onde pagaríamos para ver, o que esperávamos daquilo tudo? Ninguem nunca tinha me perguntado qual era o meu limite, mas tem sempre alguém apostando alto na minha paciência, já fui longe demais e o tempo agora é curto, se eu fugir não diga que fraquejei, estou tomando uma decisão, se eu lutar não diga que fui precipitada, estou apenas tomando uma decisão, creio que o que não possa mais fazer é esperar.






"a velha deveria de estar contente, desta maneira não terá de dividir com os outros as suas galinhas e os seus coelhos, deveria de estar e não está, dos olhos cegos saem-lhe duas lágrimas , pela primeira vez perguntou se tinha alguma razão para viver. Não achou resposta, as respostas não vêm sempre que são precisas, e mesmo sucede muitas vezes que ter de ficar simplismente à espera delas é a única resposta possível"

"O meu entusiasmo magoa-te, leio-te a ofensa na voz enquanto me dizes coisas banais e sensatas, que não crie demasiadas expectativas, que ninguém consegue regressar ao lugar onde foi feliz. (...) Como se alguém pudesse regressar ao lugar onde foi infeliz. Não se é duas vezes infeliz da mesma maneira, e ninguém é feliz de maneira nenhuma. Inventamos aquilo de que nos queremos lembrar, isso sim".


Talvez entre tantos arrependimentos, o de ter deixado que partisse, o de ter gostado mais do que devia, o de ter interpretado o personagem errado, o maior entre eles é sem dúvida o de ter inventado um passado mais bonito do que realmente foi, um passado do qual não quero me desfazer, um passado ao qual desejo mais do que gostaria.

dezembro 15, 2010


" O verdadeiro amor é excepcional, dois ou três em cada século, mais ou menos. No restante do tempo, há a vaidade ou o tédio"

Morrendo de tédio.

dezembro 14, 2010


Queridíssimos nascemos na época errada ou não sabemos bem avaliar de longe a geração que nos antecedeu, falta muito tempo para que possa ser dita qualquer coisa à respeito da realidade a qual pertencemos, fingir que não somos responsaveis por essa falta de ideal e ideologia não expia nossa culpa.

Vida
Sempre a indesencorajada alma do homem
resoluta indo à luta. (Os contingentes anteriores falharam? Pois mandaremos novos contingentes e outros mais novos.) Sempre o cerrado mistério de todas as idades deste mundo antigas ou recentes; sempre os ávidos olhos, hurras, palmas de boas-vindas, o ruidoso aplauso; sempre a alma insatisfeita, curiosa e por fim não convencida, lutando hoje como sempre, batalhando como sempre.

dezembro 12, 2010


Ao ver o corpo de Diadorim – ainda sem a revelação de sua nudez –, Riobaldo recusa aceitar a morte do ser amado. Se a realidade é apenas o que pode ser nomeado pelas palavras, ele emudecerá para sempre: “Não escrevo, não falo – para assim não ser: não foi, não é, não fica sendo! Diadorim.” (...)


Eu estendi as mãos para tocar naquele corpo, e estremeci, retirando as mãos para trás, incendiável; abaixei meus olhos. E a Mulher estendeu a toalha, recobrindo as partes. Mas aqueles olhos eu beijei, e as faces, a boca. Adivinhava os cabelos. Cabelos que cortou com tesoura de prata.... Cabelos que só, no só ser, haviam de dar para baixo da cintura... E eu não sabia por que nome chamar; eu exclamei me doendo:
- “Meu amor!...” "

dezembro 11, 2010

Com o passar do tempo a gente ve que a vida segue, pra todo mundo de algum jeito, para aqueles a gente quer bem, para aqueles que você quer mal, você vai ver que o verão tem essa coisa mágica de renovar tudo, que a divisão do tempo nos dá uma oportunidade de crer que temos outras chances, que apesar de todos os erros que já foram cometidos o que a gente sempre quis foi encontrar uma maneira de acertar. Apesar de toda a certeza de que estão nos enganando de alguma forma e de que não faz nenhum sentido é preciso continuar, achar alguma dignidade nisso tudo, alguma razão e seguir em frente, se comover, se sensibilizar, porque dor mesmo a gente não para de sentir, ela só muda de lugar, os problemas só mudam de tipo, eles sempre veem, com ou sem propósitos esclarecidos ou esclarecedores, eles estão ali porque no fundo não sabemos lidar muito bem com os outros nem com nós mesmo.
E mais uma vez estamos perto de uma chance de fazer tudo diferente, uma chance de se reinventar, mais uma esperança de que desta vez de certo, as vezes acho que essa fé que todo ser humano cultiva é bonita e pueril, é algo que faz com seis bilhões de pessoas ainda resistam a tanta coisa louca que acontece, e não estou falando de política, de governos mal intencionados, de desastres ambientais, estou falando dos desajustes que temos dentro de nós mesmo, das dúvidas freqüentes de quem somos e pra onde vamos, dos nosso relacionamentos que nunca são racionais ou matemáticos, estou falando dessa nossa incapacidade de compreender bem o que ou outro diz, da nossa fragilidade e insegurança diante do outro, nos resistimos apesar de não sermos aceitos, apesar de estarmos na contra-mão, resistimos porque cremos que há uma chance de felicidade mesmo na incerteza.
Seis bilhões de pessoas ainda resistem, algumas delas não tem amor, umas não tem um deus, algumas não tem nem pão, outras ainda não tem niguém, é ai que me pergunto porque resistem? Quanto podemos alimentar nossa fé? esse tipo de fé que precisa ser alimentada, essa, que nos faz continuar apesar de toda verdade que já conhecemos e apesar de todo desconhecido que nos atormenta, não importa porque, nem para que, ainda assim renova-se de alguma forma, no verão, no ano novo, em uma noite de sono, em algum lugar do caminho, nossa fé na vida e resistimos apesar de tudo.



"E talvez não fosse tarde demais, afinal, pois começou desesperadamente outra vez a ter essa coisa sôfrega: a esperança."

dezembro 08, 2010


Estou perdida, mais uma vez começando com essa frase mas desta vez espero sinceramente que alguém me encontre. Estou perdida em meio as referencia do passado que tenho, essa nostalgia do que não vivi, vendo de forma mais bonita o que também foi vazio e duro.
Estou perdida em uma geração que se perdeu faz tempo, onde o que se tem é mais importante do que o que se é, e já nem sei o que somos em meio a tudo que precisamos provar pra chegar a ser parte de algo. Estou perdida em um sábado a noite em casa sozinha, muda e triste, em umas ferias que começam hoje e que já não preciso mais, que me condena a liberdade de ficar só, estou perdida no mar de opções vazias que tenho, no que meu dinheiro pode comprar e que não quero, no quero e meu dinheiro não compra, estou perdendo meu tempo.
Minha geração caminha pra uma padronização, uma seleção natural, um refugio de questionamentos, um não sei que de verdade que é comica a alguns e fodida a outros, minha geração e filha da geração perdida, usa calça colorida, vai a festa pra ter fotos pra postar na internet, não pegamos sol pra evitar o envelhecimento precoce, estou tão perdida quanto todos os outros, não vislumbramos nada, não nos deixaram grandes descobertas a serem feitas ao acaso.
Estou perdida porque não sei como faz, não sei pra quem pedir ajuda porque perdi a fé, entre todas as coisas que tenho perdido, ando meio tonta sem que ninguém veja além do raso que transpareço e se for embora de uma hora pra outra, deixo claro a todos nunca amei ninguém, não da forma da que disseram que seria o amor, de tantas formulas que nunca foram seguidas ou alcançadas, acabo achando que nunca vivi, sinto falta de gente o tempo todo, sinto medo de gente de vez em quando. Me sinto perdida porque não ha um destino decidindo por mim.


"Eu me sinto às vezes tão frágil, queria me debruçar em alguém, em alguma coisa. Alguma segurança. Invento estorinhas para mim mesmo, o tempo todo, me conformo, me dou força. Mas a sensação de estar sozinho não me larga. Algumas paranóias, mas nada de grave. O que incomoda é esta fragilidade, essa aceitação, esse contentar-se com quase nada. Estou todo sensível, as coisas me comovem..."

dezembro 07, 2010


"Por fora, já desistiu. Por dentro, sempre descobre alguma desculpa para recomeçar."

dezembro 06, 2010


"(...) ás vezes me parece que estou perdendo tempo, ás vezes me parece que, pelo contrário, não há modo mais perfeito, embora inquieto, de usar o tempo: o de te esperar."

dezembro 05, 2010


"Sonho com um amor que fará até o tempo se curvar a ele."

dezembro 04, 2010


“Dissimular o que sentimos, conter, diminuir para que ninguém possa penetrar no bunker pessoal: isso não é amor, mas plano estratégico. O curioso é que o meu paciente se lamentava da solidão. Para alguém assim, qualquer relação estável é pouco menos que se trancar num quarto com Hannibal Lecter”.

dezembro 03, 2010


Quanto mais as coisas mudam, mais elas parecem iguais....

Eu não tenho certeza de quem foi a primeira pessoa a falar isso..provavelmente Shakespeare ou talvez Sting.
Mas é a frase que melhor explica um grande defeito: a incapacidade de mudar.
E eu não acho que estou sozinha nisso, quanto mais eu conheço as pessoas, mais eu percebo esse tipo de defeito.
Permanecendo exatamente iguais enquanto for possível, permanecendo perfeitamente imóveis..essas pessoas se sentem bem de alguma forma.
E se estão sofrendo, a dor é pelo menos familiar
Porque se você se agarrar a um salto de fé, saindo da caixa, fazendo algo inesperado quem saberá que outra dor poderá estar te esperando lá fora?
As chances podem ser ainda piores...
Então você mantém seu atual status, escolhendo a estrada conhecida e isso não parece tão ruim, não tanto quanto o defeito pode chegar...afinal você não está matando ninguém, apenas você mesmo algumas vezes, talvez.
Quando finalmente mudamos, não acredito que aconteça como um terremoto ou uma explosão ou subitamente o que somos vira uma pessoa diferente.
Acho que é muito menor que isso...é o tipo de coisa que as pessoas não vão nem perceber ao menos que olhem de perto, extremamente de perto...o qual, elas nunca fazem...
Mas você nota essa diferença, dentro de você essa mudança parece um mundo de diferença e você espera que assim seja para que esta seja a pessoa que você será para sempre...
Para que você nunca mais tenha que mudar novamente...

dezembro 02, 2010


"E quanto a mim? Eu continuo acreditando em paraíso.
Mas pelo menos sei que não é um lugar que possa procurar.
Porque não é para onde vai, é como se sente por um instante na sua vida enquanto é parte de alguma coisa.
E se achar esse momento, ele pode durar para sempre.

dezembro 01, 2010


"Mãe, o que é que é o mar, Mãe?" Mar era longe, muito longe dali, espécie duma lagoa enorme, um mundo d´água sem fim, Mãe mesma nunca tinha avistado o mar, suspirava. "Pois, Mãe, então mar é o que a gente tem saudade?"