Me visitam

dezembro 08, 2010


Estou perdida, mais uma vez começando com essa frase mas desta vez espero sinceramente que alguém me encontre. Estou perdida em meio as referencia do passado que tenho, essa nostalgia do que não vivi, vendo de forma mais bonita o que também foi vazio e duro.
Estou perdida em uma geração que se perdeu faz tempo, onde o que se tem é mais importante do que o que se é, e já nem sei o que somos em meio a tudo que precisamos provar pra chegar a ser parte de algo. Estou perdida em um sábado a noite em casa sozinha, muda e triste, em umas ferias que começam hoje e que já não preciso mais, que me condena a liberdade de ficar só, estou perdida no mar de opções vazias que tenho, no que meu dinheiro pode comprar e que não quero, no quero e meu dinheiro não compra, estou perdendo meu tempo.
Minha geração caminha pra uma padronização, uma seleção natural, um refugio de questionamentos, um não sei que de verdade que é comica a alguns e fodida a outros, minha geração e filha da geração perdida, usa calça colorida, vai a festa pra ter fotos pra postar na internet, não pegamos sol pra evitar o envelhecimento precoce, estou tão perdida quanto todos os outros, não vislumbramos nada, não nos deixaram grandes descobertas a serem feitas ao acaso.
Estou perdida porque não sei como faz, não sei pra quem pedir ajuda porque perdi a fé, entre todas as coisas que tenho perdido, ando meio tonta sem que ninguém veja além do raso que transpareço e se for embora de uma hora pra outra, deixo claro a todos nunca amei ninguém, não da forma da que disseram que seria o amor, de tantas formulas que nunca foram seguidas ou alcançadas, acabo achando que nunca vivi, sinto falta de gente o tempo todo, sinto medo de gente de vez em quando. Me sinto perdida porque não ha um destino decidindo por mim.


"Eu me sinto às vezes tão frágil, queria me debruçar em alguém, em alguma coisa. Alguma segurança. Invento estorinhas para mim mesmo, o tempo todo, me conformo, me dou força. Mas a sensação de estar sozinho não me larga. Algumas paranóias, mas nada de grave. O que incomoda é esta fragilidade, essa aceitação, esse contentar-se com quase nada. Estou todo sensível, as coisas me comovem..."