Me visitam

maio 20, 2011


Eu fui assaltada, não se preocupe está tudo bem agora mas veja só, não fui assaltada de repente, sem chances de reação ou porque caminhava por em lugar perigoso, fui assaltada porque sempre penso que não está realmente acontecendo algo comigo, eu estava lá, essa coisa não precisava ter acontecido, demorou muito até que fosse abordada, demorou muito até que chegasse até mim, não fosse minha eterna distração do mundo, não fosse minha falta total de interesse no que acontece ao meu redor, não fosse meu "nunca é comigo".
As consequências disso provavelmente serão anos de terapia, será esse medo do que na verdade não existe mais, será esse torpor causado por pílulas que não te deixam pensar, mas há o que realmente me aconteceu por trás de toda esse realidade social que me atingiu, por trás de tudo isso há o que me torno, alguém com total falta de noção de que esta vivendo, porque se tivesse ao menos naquele momento atenta a minha própria vida, saberia ou preveria o que me aconteceu, esqueço que minha bolha só existe pra mim mesma, a minha bolha não me protege de ser vista, só de ver, a minha bolha estoura se tocada do lado de fora, na verdade sou eu que estou presa.
Enquanto o tempo estiver passando de pressa, me levando todo dia para um outro dia seguirei, e quando me darei conta de que a as coisas não estão acontecendo dentro de mim? E quando perceber que vivi uma vida de vazios preenchidos com a pressa de chegar sempre no próximo capitulo da história? Será muito tarde?
Quando fui tocada com violência algo se rompeu em mim, algo que não consigo definir ainda, algum tipo de proteção que acreditava possuir mas que não me protegeu da realidade, é como se o mundo por mim criado tivesse ruído um pouco e esse limbo que existe entre o estar sonhando e o estar acordado fosse agora meu novo endereço.




já me matei faz muito tempo me matei quando o tempo era escasso e o que havia entre o tempo e o espaço era o de sempre nunca mesmo o sempre passo morrer faz bem à vista e ao baço melhora o ritmo do pulso e clareia a alma morrer de vez em quando é a única coisa que me acalma

Um comentário:

Jeferson Cardoso disse...

Olá Liana!
"Um dia...pronto!...me acabo.
Pois seja o que tem que ser.
Morrer que me importa?
O diabo é deixar de viver."
(Mário Quintana
Colha bons dias e bom final de semana!

Convido para que leia e comente meu texto “Armelau fica para o almoço” no http://jefhcardoso.blogspot.com Espero que curta. Valeu!

“Que a escrita me sirva como arma contra o silêncio em vida, pois terei a morte inteira para silenciar um dia” (Jefhcardoso)