Me visitam

setembro 30, 2011


"Olho pra frente e não vejo você;
Eu sigo em frente e você não me vê.
Não mais."



Não mais, ainda bem que não tem mais você na minha vida, pra que ela abra todas as portas que deixei fechada enquanto te esperava, que bom que não tem mais você no meu caminho, bloqueando as estradas para os que me esperavam, que bom que você foi um tempo neutro, nulo, de indiferença disfarçada de coração, foi meu sossego, minha dúvida, minha calma angustiante que agora se esvai e que vem é o novo, o belo, o vivo.
Fostes o retrato da vida de antes, eras esboço do que viria a ser, nada mais do que mero rascunho de sentimento, mal feito, mal quisto, mal visto, nem sei se vivido verdadeiramente no instante entre o dormir e acordar.

setembro 29, 2011


Há meses não havia sol, ninguém mandava notícias de lugar algum, o dinheiro estava no fim, pessoas que eu considerava amigas tinham sido cruéis e desonestas. Pior que tudo, rondava um sentimento de desorientação. Aquela liberdade e falta de laços tão totais que tornam-se horríveis, e você pode então ir tanto para Botucatu quanto para Java, Budapeste ou Maputo — nada interessa. Viajante sofre muito: é o preço que se paga por querer ver “como um danado”,feito Pessoa. Eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio.


Outra terapia começando hoje, entre tantas, essa já não me assustou tanto de início, é sempre a mesma dica, é sempre o mesmo diagnostico, sempre sou eu quem tem que resolver esse problema. Eu comecei escrever o blog para aprender a descrever fatos, ele acabou servindo de escape para minha tristeza muleta, hoje ja uso mais para descarregar minha fantasia, tantas vezes confusa e esquizofrenica, não sei onde todas essas coisas vão me levar, nem sei se sairei daqui algum dia, mas tem horas em que é difícil tirar toda a sujeira que está debaixo do meu tapete.
Eu minto para o meu terapeuta, talvez nem seja mentira, eu omito fatos que mudariam completamente a visão dele do meu "problema", eu omito coisas de mim mesma, coisas que fazem eu ser que eu sou, eu não acredito na minha "cura". Hoje diante de todas as coisas que contei, todos os sintomas que descrevi, toda a vida que narrei, a única recomendação que trouxe para casa foi a de que eu devia aprender a RESPIRAR, sim respirar, eu esqueço de respirar, eu falo e vivo sempre parecendo que vai me faltar tempo ou fôlego, eu sempre me apavoro, de olhos fechados eu vejo um mundo que não existe e que sempre está pronto para cair sobre mim.
Talvez, esteja exatamente ai toda a questão pratica da minha vida, as coisas básicas e fisiológicas as quais eu não dou devida importância estão saindo do meu controle, viver um amor, realizar um grande sonho, fazer grandes coisas que nem sei quais são, estão tomando uma energia desnecessária, quando respirar é algo que não poderia viver sem e faço errado, ando triste comigo, ando triste com a minha vida, mas preciso aprender a fazer o mínimo para continuar, porque afinal já passou tempo demais e existe sempre aquela curiosidade, de saber até onde eu aguento, até quando eu respiro, ate quando vão julgar a dor alheia sem jamais poder quantifica-la.

setembro 28, 2011


O último esforço da razão é reconhecer que existe uma infinidade de coisas que a ultrapassam.


E eu realmente acho, que já chega de toda essa hipocrisia da minha parte, o amor é importante é verdade, mas é que esse amor romântico, tem sido algo para o que tenho dado muito mais importância do que realmente tem. Tem coisas pelas quais já passei e que não consegui viver direito, tem coisas que deixei passar, olhando um horizonte que não é assim tão real, o amor que procurei, não era, sem dúvidas o qual eu precisava.
Eu nunca perdi uma coisa, que sem a qual não saberia viver, eu não sei o tamanho da dor realmente, eu fantasio e fantasio, porque no fundo a vida é entediante e chata, eu fantasio e fantasio, porque no fundo falta um pouco de boa vontade com vida que levo. Então por hora tentarei ser prática com minha própria crise existencial, serei mais sensível com a dor alheia, serei mais racional com meu medo da solidão. Não me falta amor, não me falta afeto, falta a mim um pouco coragem para interagir sem mascaras e sem armaduras.
Que por hoje eu possa pensar menos naquilo que deveria ser, para poder pensar mais no sou, fazer com isso o que melhor puder, levar mais tombos, porque ando muito apatica e não sinto meus pés nos chão. Que o sol que voltou a brilhar ilumine minha descrença, minha falta de fé seja preenchida por algum alento que traga pureza, que a beleza do mundo não me seja negada, que racionalize mas não racione a vida.

setembro 27, 2011


E percebo que não importa onde eu esteja, seja em um quartinho repleto de idéias ou nesse universo infinito de estrelas e montanhas, tudo está na minha mente. Não há necessidade de solidão. Por isso, ame a vida como ela é e não forme idéias preconcebidas de espécie alguma em sua mente”

Você estava na minha mente, você na verdade nunca existiu além de lá, da sua forma, na sua concepção você é o que é, da minha forma, no meu amor você nunca saberá o que é ser aquilo. Passou, dizer adeus é difícil, mas necessário as vezes, passou e nem saudade mais vai deixar, dizer adeus é bom.

setembro 26, 2011


Ah, fico me rindo. O senhor nem não diga nada. ‘Vida’ é noção que a gente completa seguida assim, mas só por lei duma idéia falsa. Cada dia é um dia.

setembro 24, 2011


Mas, o que é o amor? Existe uma regra, uma forma, uma receita? Ou é tudo casual e você só deve esperar ter sorte?

setembro 23, 2011


E então ela lamenta. Ela lamenta pela garota animada e vivaz que uma vez foi e pela mulher solitária em que se tornou. E acima de tudo, ela lamenta pelo amor que nunca irá sentir, pelo amor que ela nunca entregará.

setembro 22, 2011


Existem aqueles dias radiantes que a gente acha que sente que chegou a hora. Só que na maioria deles, a realidade tem preguiça de superar os sonhos mágicos desse meu coração, esse que também serve de depósito para restos de amores que me acertam de raspão. Olha, não sei qual dói mais. Quando acaba, quando sentimos que acabou, ou quando a gente precisa cair na real que acabou e já faz tempo.

setembro 20, 2011


"A memória guardará o que valer a pena.
A memória sabe de mim mais que eu;
e ela não perde o que merece ser salvo".

setembro 19, 2011


Que a gente siga assustando as pessoas que não merecem se encantar. Que a gente siga afugentando quem não merece ficar. Que a gente siga!


1134 dias, 37 meses, 3 anos, umas 700 postagens, todos esses números para uma pessoa só, passou tanto tempo, desde a primeira vez, que me senti culpada por ter deixado você ir sem que eu tivesse dito a palavra mágica dos relacionamento, aquela instantânea dos dias de hoje, todas essas horas passei me odiando, por ter te deixado inseguro quanto a nossa relação, você se entregara mais do eu, com isso te perdi. Perdi?
Levou todo esse tempo, para eu me dar conta do que realmente aconteceu ali, eu estava vivendo uma história de verdade, você, um conto de fadas impossível de ser real e facílimo de ser inventado, é fácil dizer coisas que realmente não sentimos, difícil é entregar sentimentos reais pra alguém que você não conhece tanto assim, demonstrar que está no chão para alguém que representa um papel a cada dia, criar todas as expectativas com alguém tem prazo de validade curto.
Todos esse tempo foi um monte de coisa pra mim, menos o tempo perdido que me parece ser agora, me arrependi cada dia desses, por não ter demonstrado todos os meus sentimentos, me arrependo hoje de todos aqueles que você notou, com os quais brincou, e nunca pode entender. A vida seguirá sem você, pra qualquer lugar, sem amor também, esse amor barato, pequeno e fácil que depositou em mim, sem um amor novelesco, ciumento e assentimental, a vida fica mais leve sem mais essa farsa.
Talvez nada novo aconteça, talvez nada cure esta ferida, mas agora eu consigo enxergar além da minha culpa, porque esse amor era culpa acima de tudo, se voce me perguntar se vou falar de outra coisa agora, eu não sei, mas falarei das coisas como realmente são, se voce me quisesse voce saberia desde o começo, sem eu ter dito, sem eu ter feito qualquer coisa, espero que a vida compense de alguma forma esse amor bonito, dramatico, real que eu senti esse tempo todo, que vida te mostre que não só de palavras são feitos os sentimentos.

setembro 16, 2011


Costuro o infinito sobre o peito
e no entanto sou água fugidia e amarga
e sou crível e antiga como aquilo que vês:
pedras, frontões no Todo inamovível.

Terrena, me adivinho montanha algumas vezes.

Recente, inumana, inexprimível.

Costuro o infinito sobre o peito.

Como aqueles que amam.

setembro 15, 2011

O alívio se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer.


"O verdadeiro amor é suicida. O amor, para atingir a ignição máxima, a entrega total, deve estar condenado: a consciência da precariedade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vivê-la enquanto morre e morrê-la enquanto vive, como numa desvairada montanha-russa, até que, de repente, acaba. E é necessário que acabe como começou, de golpe, cortado rente na carne, entre soluços, querendo e não querendo que acabe, pois o espírito humano não comporta tanta realidade, como falou um poeta maior. E enxugados os olhos, aberta a janela, lá estão as mesmas nuvens rolando lentas e sem barulho pelo céu deserto de anjos.O alívio se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer.

setembro 14, 2011


If death meant just leaving the stage long enough to change costume and come back as a new character, would you slow down?

setembro 13, 2011


"Salvo esse amor que tenho por você e que sei ilusório e que através da aparente preferência que lhe dedico amo apenas o próprio amor não desmantelado pela escolha de nossa história."

A sabedoria não se transmite, é preciso que nós a descubramos fazendo uma caminhada que ninguém pode fazer em nosso lugar e que ninguém nos pode evitar, porque a sabedoria é uma maneira de ver as coisas."

setembro 12, 2011


O problema todo: hoje estou querendo ser compreendido.

setembro 11, 2011


“Dizem que a paciência é uma virtude, e como a maioria das virtudes nós não sabemos se a possuimos até que sejamos testados. Se tivermos sorte, termos alguém para fazer o teste conosco. E se pudermos passar no teste, se pudermos esperar tempo suficiente nós poderemos ter uma recompensa maior do que esperávamos. O engraçado sobre a espera é que parece que quanto mais queremos uma coisa, mais tempo teremos que esperar por ela. Decidir esperar por um longo período não deveria ser decidido levianamente. Mas é uma decisão mais fácil de se conviver do que outras.”


Porque no fundo ainda resta a maldita da esperança, porque voce já foi e voltou muitas vezes, eu estava lá abrindo mão de tudo pra te receber novamente, tenho de me adaptar novamente com a sua ausência, e crer que ira voltar como sempre fez, mas e se dessa vez for pra sempre?

setembro 10, 2011


No templo há uma poesia chamada “A Perda”, entalhada na pedra. Ela consiste de 3 palavras que foram rasuradas pelo poeta. Não se pode ler “A Perda”. Só senti-la.

setembro 09, 2011

Muitas pessoas morreriam para ver essas coisas. Agora parece que nós vamos.
- Isso parece quebrado.
- É, olha quem está falando.
- Por dentro.
- Então, você gosta de arte?
- Não parece certo.
- Não é questão de parecer certo. Arte tem a ver com sentir que é certo, e você… não tem a mínima idéia do que estou falando.
- Ela faz com que me sinta… estranha.
- Isso é porque esses outros caras… Eles pintaram o que viram. Mas este cara, ele pintou o que é. É para isso que serve a arte: para mostrar quem somos. Este aqui, está dizendo como começamos inteiros, então em algum ponto do caminho, os pedaços começam a escorregar. Ficamos estragados.
- Isso é triste.
- Não, é fraco.

Freqüentemente examino meu rosto com atenção no espelho. Parece liso de juventude, mas eu sei que tem as cicatrizes da experiência: é despido de vaidade e muitas vezes mostra dois vincos fundos na testa, sinais do terror que sinto dia e noite. Meus olhos não têm nada do brilho ou da beleza dos olhos de uma garota. No fundo deles há um coração que se debate. Dos meus lábios machucados foi raspada toda a esperança de sensação; minhas orelhas, fracas por causa da constante vigilância, nem agüentam um par de óculos; meu cabelo, que deveria brilhar de saúde, não tem vida, por causa da preocupação. É esse o rosto de uma garota de dezessete anos? O que são as mulheres, exatamente? Os homens devem ser classificados na mesma espécie que as mulheres? Porque é que eles são tão diferentes? Livros e filmes podem dizer que é melhor ser mulher, mas não consigo acreditar. Nunca achei que isso fosse verdade e jamais vou achar.

setembro 08, 2011



"O maior engano do espírito é acreditarmos nas coisas porque queremos que elas aconteçam, e não porque tenhamos visto que elas existem de facto."

Eu tenho de entender que não te amo, eu te desejo mais que tudo, mas não te amo, quando eu era pequena eu desejava mais do que tudo um par de patins, eu nunca ganhei um, mas desejei forte e sinceramente por muitos anos esses patins, hoje eles não me fazem falta, nem sei por que os queria tanto naquela epoca, sei apenas que não amava os patins, eu os desejava.

Amor é uma coisa muito diferente disso, acho que assusta essa ideia de amor por uma pessoa tão distante e diferente de mim, amor é o que eu sinto por meus irmãos, minha mãe, meus amigos, desenvolvido lentamente o amor é mais pegajoso, é mais persistente, ele resiste a verdades ditas na cara, a decepções, a uma vida sem patins.

Eu desejo voce, e agora pensando bem, assim como o par de patins, voce não faz nenhum sentido na minha vida, na verdade nunca aprendi a andar de patins, nunca aprenderia a lidar contigo tambem, tem muitos perigos que deixei de correr não tendo um patins, tem muitos perigos que não quero correr tendo voce.

Eu te desejo, nunca te amei, voce morre e nasce na minha vida de acordo com minha falta de satisfação, voce sempre voltará, até um dia em que já não acharei tão legal andar de patins por ai, vai ter um dia em que me perguntarei de onde veio esse desejo incoerente de ter uma coisa que eu nunca saberia usar direito, nesse dia voce não existirá mais pra mim, nesse dia trocarei as rodinhas de um brinquedo de criança por Louboutin.


setembro 06, 2011


(…) Quer dizer que as pessoas se entediam e se dedicam a criar hábitos. Nossos concidadãos trabalham muito, mas apenas para enriquecerem. (…) Dirão sem dúvida que nada disso é peculiar à nossa cidade e que, em suma, nada há de mais natural, hoje em dia, do que ver as pessoas trabalharem de manhã à noite e optarem, em seguida, por perder nas cartas, no café e em tagarelices, o tempo que lhes resta para viverem. Mas há cidades e países em que as pessoas, de vez em quando, suspeitam que exista mais alguma coisa. Isso, em geral, não lhes modifica a vida. Simplesmente, houve a suspeita, o que já significa algo. Não é necessário, portanto, definir a maneira como se ama entre nós. Os homens e as mulheres ou se devoram rapidamente, no que se convencionou chamar de ato de amor, ou se entregam a um longo hábito a dois. Por falta de tempo e de reflexão, somos obrigados a amar sem saber.

setembro 03, 2011


LUÍSA – (...) eu chegava à redação depois de dois dias sem te ver, à espera de encontrar em você a mesma saudade, a mesma alegria de me rever... mas você tão altivo, Sérgio! Você me olhava com a expressão de quem sobrevivera magnificamente à minha ausência... e, então, se você me perguntava como tinha sido o meu fim de semana, eu respondia não para te humilhar, mas para mostrar que eu, também, podia me divertir sem você e que, também, podia sobreviver à tua ausência... mas o que eu queria ouvir, nas manhãs de segunda-feira, você nunca disse: eu queria que você dissesse “foi penoso o meu fim de semana, senti muita saudade”... porque o meu fim de semana tinha sido penoso e eu tinha morrido de saudade... você fala das festas... sim, eu ia a muitas festas, mas a vida sem você era apenas um pedaço de angústia... e se eu não podia estar com você, queria pelo menos ter você no meu pensamento o tempo todo... (...) Você jamais disse as frases que eu tinha escrito para você, nada era como eu tinha imaginado...

setembro 02, 2011


"Jerusa dizia que as paixões tem três fases: lírica, trágica e cómica. A lírica define-se pela lucidez e pelo encantamento. - a chamada fase das borboletas, entende? Quando você tem borboletas voando dentro do estômago. (...) A fase trágica, continua Jerusa, é a da concentração obsessiva no ser amado, também conhecida como período do terramoto, quer porque a cidade inteira pode cair sem darmos conta disso, quer porque a mínima decepção é um terramoto; a fase cómica seria a do desmoronamento final. - Como uma pintura cubista. O amado se desfigura diante de nossos olhos, se transforma numa composição dissonante. E aí você não tem nem como chorar. Então o nosso riso é um uivo, enquanto rolam dentro de nós pedras de gelo. Nas paixões brutais essas três fases podem se suceder, num atropelo, em apenas um dia. Jerusa caída à porta de um bar na noite de Lisboa, esgotadas todas as fases.
- Porque é que estou bem mais perto de você do que você de mim?
- Como é que você pode ser tão meu, e não entender isso?

setembro 01, 2011


"Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz. Descobri tantas coisas... Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor."