Me visitam

dezembro 19, 2012

Eu só queria poder dar uma caminhada pela cidade, em paz, sentir o cheiro que está no ar nessa época do ano, eu só queria não ter que encontrar em todas as esquinas algo que me lembre que estamos perto de uma  data que tem muita importância comercial, mas eu não posso, porque é natal e ele sempre me faz ficar muitíssimo triste.
Eu lembro de um natal em que eu devia ter três ou quatro anos, estou sentada no colo do meu pai em frente a arvore, minha mãe tinha ido para o banho e alguém bate na porta, corro pra abrir e uma luva branca me entrega meu presente, é a ultima boa lembrança do natal, não que tenha acontecido coisas horríveis nos outros anos, mas com o passar dos anos essa data foi se carregando com a responsabilidade de ser feliz, com ela ficou carregada de frustração.Não sei como superar o natal, não sei com superar a vida, ela te traumatiza de um jeito que fico imaginando o que sobra de magico e doce em uma pessoa de 80 anos.
De qualquer forma gostaria mesmo de caminhar sozinha por ai, sem medo, sem crise, sem essa dor  que sinto, por sentir pena das pessoas que se aventuram diariamente avidas a gastar seu pouco dinheiro em algo que com certeza não preencherá o seu vazio.
A vida é dura demais pra ser cintilante em uma data especifica, família é complicada demais pra ser unida em uma data especifica, as pessoas são frias demais para você ama-las em uma data especifica, não me obriguem a gostar do natal, não me obriguem a agir como se não fosse difícil demais ser sozinha durante o ano inteiro, não julguem minha atitude amarga, é o que me resta de uma ano cansativo como esse.

"O que torna as pessoas sociáveis é a sua incapacidade de suportar a solidão e, nela, a si mesmos."

dezembro 07, 2012

Hoje fechei os olhos e senti voce me beijar, pensavas em mim eu sei, sinto tua presença diaria na minha vida, sei que so pode ser reciproca a sensação de estar perto, de estar dentro.

novembro 06, 2012

De todas essas coisas que acontecem todos os dias eu tiro apenas uma conclusão, eu gosto muito do que eu sou, eu não queria ser mais bonita, nem mais inteligente, não queria ser mais interessante, nem mais charmosa do que eu sou, eu assumo minhas impossibilidades, todos os limites que tenho em relação a vida e aos padrões que o mundo cria, mas eu queria que houvesse Deus, que existindo Deus, houvesse amor e um destino traçado por ele, eu queria que tivesse alguém feito na medida certa pra mim, ou então não precisava de tudo isso, poderia ser que assumindo meus defeitos, convivendo com eles eu tivesse o direito de ser amada apesar de.


"Tudo que eu precisava era o sol quente da manhã seguinte que não viria, aquecendo minha cabeça confusa. Cobri o rosto com as mãos e comecei a chorar."

novembro 04, 2012

Notavelmente as relações humanas tomam outra configuração, como eu poderia estar amando uma ideia de alguém? E não fora sempre assim? com a única diferença de materialização da pessoas, não que amasse algo imaterial, abstrato, mas por hora intocável devido a distancia que estávamos um do outro,  amava, com todos os sintomas que o amor manifestava em mim na ocasião de sua presença.
Experimentei uma sensação de com disse Caio Fernando Abreu estar sendo amada por aquilo que escrevia, não exatamente uma  carta ou um poema, mas ali a  escrita era a coisa que nos mantinha unidos, sem nunca sequer poder nos tocar. A mágica disso me envolve mais do que gostaria, me sinto tomada pelo desejo de tornar o sonho realidade, mas como e quando?
Isso pode acabar , eu sei, a qualquer momento, como qualquer coisa abstrata que vive apenas no lúdico que invetamos para não nos acostumarmos com a dureza  da vida real, eu invetei o amor pra me salvar da vida, ele teria a forma que eu desse, então era perfeito.

Só se ama o que não se possui completamente.

outubro 31, 2012

Tu ao contrário, evitaste encontrar-me e instruir-me, não o quiseste; e me conduzes aqui, onde a lei ordena citar aqueles que tem necessidade de pena e não de instrução.

outubro 26, 2012

A noite
desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tão pouco os rumores que outrora me perturbavam.


A noite desceu. Nas casas, nas ruas onde se combate,
nos campos desfalecidos, a noite espalhou o medo e a total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda, sem esperança...
Os suspiros acusam a presença negra que paralisa os guerreiros.


E o amor não abre caminho na noite.
A noite é mortal, completa, sem reticências,
a noite dissolve os homens, diz que é inútil sofrer,
a noite dissolve as pátrias, apagou os almirantes cintilantes!
nas suas fardas.


A noite anoiteceu tudo... O mundo não tem remédio...
Os suicidas tinham razão.


Aurora, entretanto eu te diviso,
ainda tímida, inexperiente das luzes que vais ascender
e dos bens que repartirás com todos os homens.


Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações,
adivinho-te que sobes,
vapor róseo, expulsando a treva noturna.


O triste mundo fascista se decompõe ao contato de teus dedos,
teus dedos frios, que ainda se não modelaram mas que avançam
na escuridão
como um sinal verde e peremptório.


Minha fadiga encontrará em ti o seu termo,
minha carne estremece na certeza de tua vinda.


O suor é um óleo suave, as mãos dos sobreviventes
se enlaçam,
os corpos hirtos adquirem uma fluidez, uma inocência, um perdão
simples e macio...


Havemos de amanhecer.
O mundo se tinge com as tintas da antemanhã
e o sangue que escorre é doce, de tão necessário
para colorir tuas pálidas faces, aurora.

outubro 25, 2012

Com franqueza, não me animo a dizer que você não vá.
Eu, que sempre andei no rumo de minhas venetas, e tantas vezes troquei o sossego de uma casa pelo assanhamento triste dos ventos da vagabundagem, eu não direi que fique.
Em minhas andanças, eu quase nunca soube se estava fugindo de alguma coisa ou caçando outra. Você talvez esteja fugindo de si mesma, e a si mesma caçando; nesta brincadeira boba passamos todos, os inquietos, a maior parte da vida — e às vezes reparamos que é ela que se vai, está sempre indo, e nós (às vezes) estamos apenas quietos, vazios, parados, ficando. Assim estou eu. E não é sem melancolia que me preparo para ver você sumir na curva do rio — você que não chegou a entrar na minha vida, que não pisou na minha barranca, mas, por um instante, deu um movimento mais alegre à corrente, mais brilho às espumas e mais doçura ao murmúrio das águas. Foi um belo momento, que resultou triste, mas passou.

outubro 24, 2012

Não há nada a lamentar sobre a morte, assim como não há nada a lamentar sobre o crescimento de uma flor. O que é terrível não é a morte, mas as vidas que as pessoas levam ou não levam até a sua morte. Não reverenciam suas próprias vidas, mijam em suas vidas. As pessoas as cagam. Idiotas fodidos. Concentram-se demais em foder, cinema, dinheiro, família, foder. Suas mentes estão cheias de algodão. Engolem Deus sem pensar, engolem o país sem pensar. Esquecem logo como pensar, deixam que os outros pensem por elas. Seus cérebros estão entupidos de algodão. São feios, falam feio, caminham feio. Toque para elas a maior música de todos os tempos e elas não conseguem ouví-la. A maioria das mortes das pessoas é uma empulhação. Não sobra nada para morrer.

outubro 22, 2012



Primeira segunda feira de horário de verão, primeira tempestade de verão, primeiro bode de verão, não por ser segunda, não por ter chovido, mas por não suportar que alterem minha rotina, nem que seja em uma hora por dia, nem que seja uma coisa possível de prever visto que nasci quando já estava em vigência o horário de verão, não que altere qualquer coisa real na minha vida, meu problema e com as mudanças, elas me assustam mais do que qualquer coisa, enfrentar um dia com a posição do sol diferente do que meu relógio diz desestabiliza tudo a minha volta, me deixa profundamente irritada, sonolenta e desestimulada.
Eu não gosto do verão e não tenho a menor vontade de viver a vida adoidado quando ele chega, eu tenho preferencias  e já tenho idade  pra saber o que realmente vale a pena pra mim, o que eu ainda não aprendi e não reclamar do que não pode ser mudado, eu reclamo do calor como se houvesse um código que proibisse são pedro (ou sei lá eu quem cuida dessas coisas de clima) como se houvesse uma lei  que o estabelece um controle de qualidade de vida, isto e tão banal, mas é a unica coisa que me fez ver que estou viva hoje, porque ando tão apática que qualquer alteração de humor me faz perceber que ainda posso questionar alguma coisa de errado que vem acontecendo, não isso obviamente porque não conheço o tribunal do clima ainda, mas nem sei mais se sinto alguma coisa, de qualquer forma é a chuva, o calor, as pessoas na rua, a a realidade nada romântica, a vida, a vida, ela mexeu comigo hoje.


Se o cotidiano lhe parece pobre, não o acuse: acuse-se a si próprio de não ser muito poeta para extrair as suas riquezas.

outubro 09, 2012

Há no coração dos mais levianos, fibras que não podem ser tocadas sem emoção. Mesmo para os mais pervertidos, para quem a vida e a morte são idênticos brinquedos, há assuntos com os quais não se pode brincar.

outubro 04, 2012

O inferno está lotado ainda, você sempre pensa que você está sozinho. E você nunca pode dizer a ninguém que você está no inferno ou eles vão pensar que você está louco. Mas ser louco é estar no inferno e ser sensato também. Aqueles que escapam do inferno nunca falam sobre isso e nada mais os incomoda depois disso. Quero dizer, coisas como falta de uma refeição, ir para a cadeia, bater seu carro ou mesmo morrer. Quando você perguntar-lhes, ‘como as coisas estão indo?’ eles vão responder: ‘bem, muito bem …’ Uma vez que você foi para o inferno e voltou é o bastante, é a mais silenciosa celebração conhecida. Uma vez que você foi para o inferno e voltou, você não olha para trás quando o chão range. O sol está no alto à meia-noite. E coisas como os olhos de ratos ou um velho pneu em um terreno baldio pode torná-lo feliz. Uma vez que você foi para o inferno e voltou.

outubro 03, 2012

Uma pessoa que, durante toda a sua vida, está acostumada a viver numa certa cidade e é finalmente obrigada a se mudar para outro lugar, sente-se, é claro, entristecida pela perspectiva de ser lançada num ambiente novo – mas o que a deixa triste? Não é a perspectiva de deixar o lugar que durante anos foi o seu lar, mas o medo muito mais sutil de perder sua afeição por esse lugar. O que me deixa triste é a crescente consciência de que, cedo ou tarde – mais cedo do que estou disposto a admitir –, vou me integrar numa nova comunidade, esquecendo o lugar que agora tanto significa para mim e sendo esquecido por ele. Em suma, o que me deixa triste é a consciência de que perderei meu desejo pelo (que agora é) meu lar.

outubro 01, 2012

Outubro já,  chove e faz 21°C, prestes a acontecer alguma coisa, uma mudança radical, uma finalização importante, um adeus, o amor acabou, voltei a enxergar com mais precisão, não sinto dor, sinto-me anestesiada e um pouco iludida, o amor acabou, parece que nunca existiu, nem do tempo que passou eu sinto falta.
Não tenho nem vontande de escrever o que consigo ver em voce agora, a falta de sensibilidade, a falta de tato, o desespero por se afirmar melhor do que realmente é, a crueldade com que tratou esse meu sentimento por todos esses anos, a imaturidade pra assumir que te assustava ser amado por alguém, a falta de curiosidade, todos os defeitos que sempre conheci, mas que não chegava a afetar o que eu sentia, agora não suporto mais a ideia de ter sequer olhado pra voce, e sempre a mesma pergunta, por que?
Tanto faz, que diabos foi essa ideia de ter voce como objeto de desejo por tanto tempo, que levou minha personalidade racional criar um homem ideal em alguem tão vuneravel a vida, que foi essa necessidade  por um amor distante, indiferente e emocionalmente incapaz? Onde é que estava querendo chegar com isso, autodestruição amorosa, só pode.


- Tantos gestos, palavras, silêncios -
Até que um dia sentimos,
Com uma pancada de espanto (ou de remorso?),
Que o nome querido já nos soa como os outros.



setembro 27, 2012

Leite, leitura
letras, literatura,
tudo o que passa,
tudo o que dura
tudo o que duramente passa
tudo o que passageiramente dura
tudo, tudo, tudo
não passa de caricatura
de você, minha amargura
de ver que viver não tem cura.

setembro 25, 2012

Não me digas nada, vejo que me entendes, mas tenho receio dessa compreensão, tenho medo de encontrar alguém semelhante a mim e ao mesmo tempo desejo-o. Sinto-me tão definitivamente só, mas tenho tanto medo que o isolamento seja violado e eu não seja mais o cérebro e a lei do meu universo. Sinto-me no grande terror do meu entendimento, meio por que penetras no meu mundo; e que, sem véus, tenha então que partilhar o meu reino!

setembro 13, 2012


Creio apenas saber que o romance não pode já viver em paz com o espírito do nosso tempo: se quer ainda continuar a descobrir o que não está descoberto, se quer ainda «progredir» enquanto romance, só pode fazê-lo contra o progresso do mundo.
A vanguarda viu as coisas diferentemente: estava possuída pela ambição de estar em harmonia com o futuro. Os artistas de vanguarda criaram obras, corajosas é verdade, difíceis, provocatórias, apupadas, mas criaram-nas com a certeza de que o «espírito do tempo» estava com eles e que, amanhã, lhes daria razão.
Outrora, também eu considerei o futuro como único juiz competente das nossas obras e dos nossos actos. Foi mais tarde que compreendi que o flirt com o futuro é o pior dos conformismos, a cobarde lisonja do mais forte. Porque o futuro é sempre mais forte que o presente. É ele, de facto, que nos julgará. E certamente sem qualquer competência.

setembro 05, 2012

Jesus, por que as pessoas não são mais simples, por que se defendem tanto, por que não riem de si mesmas com mais frequência, estou cansada de gente falando padronizadamente, andando sempre na linha, não deixando ninguém chegar, não se jogando nem sequer em uma conversa de bar.




Vasculhei minha alma e descobri que não havia nada na minha criação, experiência ou até nos meus instintos básicos me dizendo como reagir diante de alguém que, sentado na minha frente, simplesmente, calmamente, rouba uns dos meus biscoitos.




setembro 04, 2012


I’m tired, boss. Tired of being on the road, lonely as a sparrow in the rain. I’m tired of never having me a buddy to be with, to tell me where we’s going to or coming from, or why. Mostly, I’m tired of people being ugly to each other. I’m tired of all the pain I feel and hear in the world every day. There’s too much of it, it’s like pieces of glass in my head, all the time. Can you understand?”

setembro 03, 2012


Não vou mais tentar, nem vou me mover daqui e você pode ficar aí, cansei, porque isso é muito maior do que nós, eu sei que talvez você nunca venha a saber o quanto foi importante pra mim, nem eu sei efetivamente quanto a sua existência no mundo mudou a minha vida, mas com certeza posso dizer que sem a esperança de um dia eu não teria resistido a tantos anos.
É mais bonito do que parece, é mais sincero do que eu gostaria, não depende tanto assim de nós, e nós e algo tão distante. Qualquer sinal me desestabiliza, me renova, me prova que o que mais importa nisso é como eu me sinto diante disso, é meu milagre, minha fé reestabelecida, é crer que não sou eu que está no controle, a culpa não existe mais. E como te dizer essas coisas sem parecer desespero?
Como dizer que não preciso da tua permissão pra te amar, nem da tua presença, eu só preciso de saber que voce sabe que estarei sempre aqui, e voce sabe, voce sempre soube.




"Nesses dias, estava presente como nunca, tão pleno e perto que estava dentro do que chamaria - tivesse palavras, mas não as tinha ou não queria tê-las - vaga e precisamente de: A Grande Falta."

agosto 30, 2012



Eu nem preciso dizer que talvez nada mais além disso aconteça, porque não estou aberta a qualquer coisa que não seja examente o que eu quero, talvez passe anos e anos e ainda esteja na mesma janela, esperando a mesma pessoa que nunca nem sequer pensou e voltar ou mesmo em vir.
Mas sou estou apenas tentando ser fiel aos meus sentimentos, por mais fantasioso que isso seja, por mais que seja necessário seguir em frente, não posso abrir mão de um sentimento tão único que talvez nunca se repita verdadeiramente.


É difícil esperar por algo que talvez nunca aconteça, mas é ainda mais difícil desistir, principalmente quando é tudo que você quer!

agosto 28, 2012





"Você salva o mundo salvando uma pessoa de cada vez, todo o resto é um monte de romantismo exagerado e política."




Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar.

agosto 16, 2012


Tabacaria

Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas.

agosto 11, 2012

O que é um adulto ? Uma criança de idade.


Eu não sei abrir mão de ser quem eu sou, é preciso fazer isso as vezes, mas eu gosto de ser parecida comigo mesmo, eu tento me enquadrar, ser igual todo mundo, forço a barra pra manter certas amizades, forço a barra pra não escandalizar as pessoas com o que eu penso da vida, tento ter o que elas tem, luto pra estar com e elas e não ficar pra tras. Essa coisa de ser você mesmo é super valorizada, ai você justifica todas a canalhices da sua falta de carater por estar sendo você mesmo, mas vamos combinar que, nem sempre a gente é o que é e isso também é ser a gente mesmo e tudo vira um grande bagunça na nossa cabeça.
Eu gosto muito de ficar em casa nos fins de semana, colocar um pijama na sexta e só tirar ele na segunda, isso implica impreterivelmente em que eu não conheça ninguém legal em um lugar qualquer, porque a única coisa que eu quero mesmo fazer, é descobrir como é a reprodução das abelhas, que ta reprisando na tv a um ano, eu gosto mesmo disso, mas se você olhar de longe vai logo achar que eu sou misantropa, esquivando-me de fazer amizades, que eu sou melancólica, que sou triste e solitária, o que não deixa de ser verdade, mas alguém me perguntou se eu quero ser outra coisa, na segunda sou única que pode ostentar o pedantismo de explicar o real papel da abelha rainha na colmeia e me sinto muito bem , seja isso parecido com algo saudável ou não para um estudiosos do comportamento humano.
Tem essas coisas programadas que a vida vai dando um jeito de fazer com que eu burle, porque não ta saindo como foi planejado, o índice de vida cresceu, precisamos de outro mapa da vida humana, as coisas mudaram muito radicalmente e o que tinha sido previsto pra mim quando eu nasci, morreu nos anos noventa mesmo eu acho, não vai ser assim como é para todo mundo, tenho certeza, não vou casar e ter um par de filhinhos doces que levarei para passear com um cão.
Vamos combinar que minha mãe já nasceu em outra época, ela mesma não ficava em casa cuidando da família porque tinha que trabalhar por todo mundo, so que também não tenho ideia de que papel assumir apartir de agora, de mulher independente já é tão demode, afinal sou eu que cuido de mim faz tempo, sou eu que decido o que fazer faz tempo, sou tão independente quanto qualquer mulher da minha geração, não é novidade, claro que tem gente que ainda sonha com uma vida menos complicada de pertencer a alguém, masnão combina com ninguém esse romantismo fabricado pelo cinema americano, minha vida é muito mais almodoviana, sempre foi.

agosto 08, 2012


Eu gosto tanto de chuva e faz tanto sol onde eu vivo, toda a impressão de não pertencer ao lugar de onde se vem esta nisto, eu nasci com tendencia ao drama pra dias frios e nublados, só que num pais tropical. As cidades me encantam, com toda a interferencia humana, com toda a sua geometria e calculos muito bem feitos, fui feita para o anonimato, pra ser mais um no meio a multidão, na igreja e na praça da minha cidade todos me chamam pelo nome, sou toda errada, na verdade quero sempre o que não me pertence.



agosto 02, 2012


Não há diabo nem inferno. Tua alma ainda há de morrer mais depressa que teu corpo. Por ora, nada temas.

julho 31, 2012


O que é pior nesta vida é que a gente fica pensando como que no dia seguinte vai encontrar força suficiente para continuar a fazer o que fizemos na véspera e já há tanto tempo, onde é que encontraremos força para essas providências imbecis, esses mil projetos que não levam a nada, essas tentativas para sair da opressiva necessidade, tentativas que sempre abortam, e todas elas para que a gente se convença uma vez mais que o destino é invencível, que é preciso cair bem embaixo da muralha, toda noite, com a angústia desse dia seguinte, sempre mais precário, mais sórdido. É a idade também que está chegando talvez, a traidora, e nos ameaça com o pior. Já não temos muita música dentro de nós para fazer a vida dançar, é isso. Toda a juventude já foi morrer no fim do mundo e no silêncio de verdade. E aonde ir lá fora, pergunto a vocês, quando não temos mais em nós a soma suficiente de delírio? A verdade é uma agonia que não acaba. A verdade deste mundo é a morte. É preciso escolher, morrer ou mentir.
E eu, meu bem, nunca pude matar.

julho 23, 2012


Precisamos de livros que nos afetem como um desastre, que nos angustiem profundamente, como a morte de alguém que amamos mais do que a nós mesmos, como ser banidos para florestas distantes de todos, como um suicídio. Um livro tem que ser o machado para o mar congelado dentro de nós.

julho 11, 2012



  
“(...) como é triste lembrar do bonito que algo ou alguém foram quando esse bonito começa a se deteriorar irremediavelmente.”



Quando percebi que havia um lugar para suas roupas no meu armário, me dei conta de que aquilo era muito mais do que esperávamos que fosse, uma gaveta para meias e, um tipo especial de comida na geladeira deixam qualquer um se sentindo em casa. Minha primeira pergunta foi se finalmente ele achava que aquela era agora sua casa, me respondeu com aquele ar sempre desconfiado de quem não quer marcar território, sempre pronto a te abandonar,  que a casa dele seria sempre onde eu estivesse, que na verdade eu era a sua casa, só se acomodava em mim, só podia andar  nu em mim, entendi de que nudez falava, era a nudez da alma que eu nunca havia experimentado de verdade com alguém.
Ele nunca disse que me amava, naqueles cinco anos juntos nunca uma palavra fez referencia a qualquer tipo de relacionamento que pudéssemos estar tendo, era uma amizade sincera, as vezes doía com tanta sinceridade que existia naquilo, nunca fez  sequer uma declaração, nem flores no dia do aniversário, não sabia quando fazia anos de nosso encontro, mas eu soube com simples gesto de deixar seus sapatos e livros que não podia ser nada menos que o amor, sem todas as correntes que envolvem esse sentimento, sem qualquer cobrança que ele acarreta, sem qualquer medo que ele produz, era amor, genuinamente amor, estava em casa nele, eu sabia.

julho 09, 2012


O cansaço é tão grande que chego a ter vontade de chorar, pensei em reler um velho livro, busco na prateleira alguma inspiração pra continuar, as pessoas nos magoam, nos abandonam, seguem suas vidas sem nos fazer falta, os livros são os mesmo de cinco anos atras, a leitura hoje talvez mais rapida e menos sentimental tire aquele ar de intimidade que tinha com o autor.
Comecei o mesmo livro que li da primeira vez em que notei a falta de sentido, sei o final, não gosto de como o lirico se torna humano e se perde no cotidiano do meu personagem favorito. Voce acha possivel que autores diferentes escrevam com nomes distintos uma historia diferente para o mesmo personagem?
Pois agora acabo de descobrir que desde sempre na minha imaginação o Vasco da trilogia Clarissa do Erico Verissimo é o mesmo Santiago Nasar de cronica de uma morte anunciada do Gabo e eu sou apaixonada por ele, a angustia da leitura me toma novamente, uma vontade de não ser daqui, a certeza de estar vivendo em 1930, de ter sido roubada de um conto policial latino americano, a certeza de não pertecer ao mundo que eu vivo, vou fugir desse mundo por uns dias.


Frescor agradecido de capim molhado como alguém que chorou e depois sentiu uma grande, uma quase envergonhada alegria, por ter a vida continuando…

julho 06, 2012


Você já viveu uma vida paralela a dos amigos, você consegue perceber como se agitam, que falam sem parar, mas você está tão imersa em seus próprios pensamento que não consegue fazer conexão com o que dizem. Estou flutuando sobre eles, como numa experiência de pós morte sinto como se não estivessemos na mesma dimensão.
A vida é um grande faz de conta, que acaba sem sentido, as historias foram criadas para que não enlouquecêssemos diante dessa realidade coatica, para que acreditássemos que o final é sempre razoável e lógico, mas não é verdade, porque a gente morre, e morrer é a coisa mais ilogica que existe e mais certa até hoje.
Deve ser um momento estranho o da morte, por que a vida é sempre a representação do passado e a idealização do futuro, a morte é a ruptura com essa realidade, a morte banaliza o passado, porque por mais glorioso que este seja, ele só servirá para historia, a morte destroi o futuro por questões óbvias, então torna o presente a única coisa que nos resta, e não resta nem medo, nem duvida, só um desconforto, como se tivéssemos sido enganados por muito tempo, literalmente por um vida inteira. Mas deve passar depois, as pessoas sofrerão por uns dias, mas vão se acostumar, o estranho e pensar nisso agora, enquanto a vida dos outros acontece sem questionamentos, com os problemas comuns do dia a dia, flutuar sobre eles com a impressão de que não entenderiam quando lhes contasse, com uma falta de interesse misturada com o desespero por não conseguirem perceber que você já se foi.


Só há uma liberdade, fazer as contas com a morte. Depois disso, tudo é possível. Não posso forçar-te a crer em Deus. Crer em Deus é aceitar a morte. Quando tiveres aceitado a morte, o problema de Deus ficará resolvido por si - e não o inverso.

julho 04, 2012


Na verdade você sempre foi uma imagem. A imagem que eu criei a partir de um conjunto de desejos, desejos não realizados, falhas pequenas. Então você se juntou a minha insônia.

julho 03, 2012


Não há o que fazer afinal, depois de um tempo voce percebe que fez o que podia, que é tão descartavel quanto qualquer coisa , o que realmente faz quem voce é são as impressões que a vida te deixou.
Se não estivesse com tanto medo talvez pudesse pensar melhor nas coisas que aconteceram ate agora, mas não posso, olho pra trás e só consigo enxergar um monte de coisa que deixei de fazer, não dava tempo, mas também não faria diferente se tivesse oportunidade, segui minha natureza, fiz escolhas que soubesse o resultado não teria feito, mas segui meu coração.
As impressões que a vida deixa não sei para onde vão quando a gente se vai, as pessoas me doem tanto as vezes, tem dias que não quero ver mais nada, me sufoca a dor alheia, não sei lidar com o que é externo, e um dia tudo acaba, me pergunto se isso fica, tem gente que tem tanto amor que é uma pena virar nada no final, mas ate que se prove o contrario é o que acontece com nossa vida, ela um dia simplesmente de uma hora pra outra deixa de ser.
Se eu descobrisse hoje que não teria amanha eu não me arrependeria de tudo que fiz, agi conforme minhas possibilidades, amei mais do que pude, senti a vida a flor da pele, maravilhei-me com cada coisa nova, tentei dar certo em tudo que fiz, mas aprendi que a vida é montanha russa, hora em cima, hora embaixo, quando tem companhia pode ser até bem divertida, o que eu sei é que agora estou de cabeça pra baixo num looping infinito, não reconhecendo nada como meu.



Porque um dia a gente descobre que apesar de vivermos quase um século, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos nem para dizer tudo o que tem que ser dito. O jeito é: ou nos conformamos com a falta de alguma coisa na vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras. Quem não compreende um olhar tampouco entenderá uma longa explicação.

junho 27, 2012

Ei sabe aquele amor que voce dispensou tantas vezes na certeza que chegaria algo melhor, é ele não vem, porque não dá mais tempo.


Era uma daquelas horas que você pensa que nunca terá de enfrentar, quando a vida resolve dar uma reviravolta e te deixa de pernas pro ar, como uma tartaruga velha, sem saber o que fazer, era uma hora em que você desacredita que esta mesmo vivendo a vida de ontem, tranqüila, sóbria e ate mesmo feliz, quem diria você era feliz e nem sabia, que clichê.
Confesso que desperta nesses momentos alguma coisa doida dentro da gente, deve ser aquilo que os outros dizem que morre por ultimo a tal da esperança, porque mesmo vendo que a tempestade esta cada vez mais perto você é tomado de uma esperança descomunal, mesmo com as estatísticas provando que no final das contas tanta luta não leva a lugar nenhum, você quer levantar, sorrir, faz planos grandiosos e tem certeza que nasceu pra ser feliz.
A vida é a coisa mais louca e sem sentido que existe, por mais certeza de que existe um plano nisso tudo, por mais fé no desconhecido, amanha pode ser o ultimo dia, aqueles livros que você não teve tempo de acabar ficaram lá, aquele amigo que você ficou de ver, corre o risco de nunca mais se verem, a graduação quase acabando, o casamento marcado, um filho que depende de você e, o drama que era seu passa a ser de qualquer outra pessoa, provando quão dispensável a gente a todo instante. E essa deve mesmo ser a tal mágica de estarmos vivos, porque afinal é um grande cordão que se repõem todos os dias, que não depende de uma só pessoa, um sistema integrado que depende de todos, mas que não torna ninguém imprescindível, ainda assim gente sempre acha que é eterno.




Tive vontade de chorar, mas nada saiu. Era apenas uma espécie de doença triste, doença da tristeza, quando você não pode se sentir pior."

junho 26, 2012


"Que tipo de sentimento é esse quando você está se afastando das pessoas até que delas, ao longe, na planície, você só consegue distinguir minipartículas se dissolvendo na vastidão do infinito? É o mundo nos engolindo, é a despedida."
“É como se os acontecimentos humanos só pudessem ter sentido quando encenados, comprados, apresentados num vídeo gigantesco em que tudo aparece como notícia, como presença. A pequena e contraditória existência humana só aparece em sua deformação e narrada pela voz assustadora de um grande coletivo. Assalta-nos a sensação de irrealidade, quando nos apresentamos com nossas pequenas vivências que se agregam para garantir o que chamamos de vida humana, e pensamos que tudo deve ser apenas parecer.
O breve traçado de uma vida humana é exposto e resolvido para ser resumido na insignificante história de um indivíduo a serviço da gênese da espécie. O que importará o que esse indivíduo pensa, aspira e realiza em sua esfera particular? Sua complexidade e perplexidade são comprimidas num código genético e decifradas no que nele está certo e errado e corrigidas para melhor servir o avanço da espécie.”
Diferença e Metafísica

junho 25, 2012


Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita algumas moedas ou um elogio em troca de uma história. Nunca esquece a primeira vez em que sente a vaidade no sangue e começa a acreditar que, se conseguir disfarçar sua falta de talento, o sonho da literatura será capaz de garantir um teto sobre sua cabeça, um prato quente no final do dia e aquilo que mais deseja: seu nome impresso num miserável pedaço de papel que certamente viverá mais do que ele. Um escritor está condenado a recordar esse momento porque, a partir daí, ele está perdido e sua alma já tem um preço.

junho 19, 2012


Que existe mais, senão afirmar a multiplicidade do real?
A igual probabilidade dos eventos impossíveis?
A eterna troca de tudo em tudo?
A única realidade absoluta?
Seres se traduzem.
Tudo pode ser metáfora de alguma outra coisa ou de coisa alguma.
Tudo irremediavelmente metamorfose!

junho 15, 2012


É como entender que parte do mistério é mesmo não saber nada além do que os olhos podem alcançar e, mesmo assim, continuar querendo ir mais longe, porque afinal acredita-se que tem algum sentido nisso tudo.
Quando descobri que a energia que movia minha vida por aquele momento não produzia força qualquer pra alcançar o que eu queria, descobri que eu só poderia mover a mim mesma, que o mundo se modificava de acordo com o acaso, o desconhecido, que eu não tinha nenhum poder nas mãos que fizesse além de transformar alguém triste e só em alguém com objetivos maiores e capazes de mudar a sua própria vida, fosse isso dar no lugar que desse.
É preciso ver magia, e preciso ter fé, mas entender que ela assim como aqueles que voce ama também vai te abandonar nos momentos que você mais precisar, entender que você mesma não vai conseguir segurar a sua barra em situações limite, que cobrar isso de outra pessoa é no mínimo um ato egoísta e um meio de encontrar culpado para nossa dor.
Quando acordei e me dei conta da realidade e que ela não mudaria um segundo independente do meu desejo meu chão caiu, porque acostumada a uma fé cega era o primeiro momento em que me tornava a única responsável por tudo que estava sentindo, não gostaria de ter aprendido tão cedo a levantar do pó e andar, mas apesar de tudo por um motivo que nunca saberemos alguns de nós simplesmente continuam, sem ter a menos ideia de onde ir.
Isso não é um tratado sobre fé e superação, é sobre a vida e as coisas que a gente vai suportando sabe lá porque, que não torna a vida mais bonita nem nada dessas coisas, apenas imprime na nossa a mesma marca que que imprimiu em tantas outras , a marca de que foi difícil, sacrificante, longo, as vezes injusto, mas real, dolorosamente real por menor que seja significado dessa palavra, por mais longe que estejamos de descobrir, na realidade é que vive toda a magia.




"Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo. É renovar as esperanças na vida e o mais importante: acreditar em você de novo."

junho 14, 2012


Será que eu era a única pessoa que perdia tempo pensando nesse futuro sem perspectivas?


As vezes você acorda e descobre que a vida não é examente o que voce tinha planejado, como que é que você lida com isso?
Não que ela seja ruim, só que as vezes e como se eu tivesse vivendo a vida de outra pessoa, como posso ter chegado ate aqui sem ao menos ter percebido? Como posso lidar com todos os sonhos frustrados, todos o planos que não deram em nada e, assim sem ter sequer um pessoa pra reclamar as mesmas dores?
Não entendo essa gente linda que faz tudo parecer perfeito, que passa dia, passa mês e faz a vida parecer um roteiro pré programado, não entendo essas pessoas que seguem qualquer destino como se tivesse nascido pra estar ali, sinto-me cada vez menos parte de alguma coisa, cada vez mais longe de ser natural, é tudo como se tivesse acabado de chegar, meu maior desejo e voltar pro lugar de onde eu vim.
Eu sinto saudade de um lugar que eu nem conheço, eu sinto esperança que algo impossível aconteça, que qualquer coisa que eu esteja vendo não seja real, porque pelas coisas que aprendi até agora daqui pra frente não sei quanto vale mesmo a pena.


junho 13, 2012


No íntimo da sua alma, contudo, esperava um acontecimento: como os marinheiros aflitos, percorria com os olhos desesperados a solidão da sua vida, procurando ao longe alguma vela branca nas brumas do horizonte. Não sabia ela qual seria esse acaso, o vento que lho traria para perto, nem para que praia se sentiria levada, se seria chalupa ou navio de três pontes, carregado de angústias ou cheio de felicidades até às escotilhas mas todas as manhãs, ao acordar, esperava que viesse naquele dia e escutava todos os ruídos, levantava-se em sobressalto, surpreendia-se de que não tivesse vindo; depois, quando o sol se punha, cada vez mais triste, desejava estar já no dia seguinte!