Estamos em Abril ainda, mas já dá para fazer um balanço do que está pra acontecer esse ano, eu sabia de certa forma que seria um ano muito diferente de todos os outros que vivi, tinha a maior esperança de que fosse menos doloroso do que foi o ano que o precedeu, mas esse ano é um ano de nascer, sair do casulo, mudar.
Perdi muitas pessoas durante esse caminho, não perdi da forma mais trágica que é a morte, perdi para vida, para estrada que cada um segue e que não nos permite mais encontrar com aqueles que já amamos, perdi amigos queridos, pessoas que pensei que compartilharia cada momento, perdi gente que sabia mais de mim do que eu mesma, perdi pelas mais diversas razões, nunca por falta de amor, nem sem dor, quem me dera, fui aprendendo a abrir mão de uns e de outros, o mais difícil é abrir espaço para aqueles que chegam para ocupar lugares que antes tinham dono, tão difícil quanto, é saber identificar quem quer esse lugar.
Passo por um caminho duro e um pouco só, ainda está escuro deste lado, e não vejo mão nenhuma me apoiando, deve ser meu caminho de crescimento, de aprendizado, é difícil dizer adeus quando não se quer, é difícil dizer adeus quando é você quem fica com as lembranças, com a saudade, com o vazio, quem vai nem sempre se dá conta de que partiu, quem vai, vai por um motivo só, descobre antes que acabou.
Como diria o Caio vai passar eu sei que vai passar, porque tantas outras vezes isso já aconteceu, o que mais estranho éa frequência que isso se repete na minha vida, o que mais me assusta e pensar o quanto eu sou responsável por isso, o quanto tenho sido relapsa com minhas relações, quão pouco tenho dedicado meu tempo as pessoas da minha vida, para que elas possam julgar-me assim tão descartavel, o que não posso no momento é fingir que não percebo que alguns começam a desistir de mim.
Confesso que tenho medo de não ter pra quem ligar pra contar uma coisa triste, nem com quem festejar quando tudo der muito certo, confesso que não gosto da ideia de que sobrevivo mesmo assim, não sei se vale mesmo tanto a pena, mas sou curiosa, não vai doer tanto.
"No fundo, é isso, a solidão: envolvermo-nos no
casulo da nossa alma, fazermo-nos crisálida e aguardarmos a metamorfose,
porque ela acaba sempre por chegar."