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abril 26, 2012

A vida continua tão dinâmica, enquanto nós, continuamos a tentar fingir que a rotina deve ser a mesma, a vida faz o que bem entende, enquanto fingimos que controlamos nosso destino. As vezes um dia de chuva é só mais um dia bonito, as vezes é pressagio de tempestade, outras ainda, ele traduz  o nosso interior.
As coisas andam bem por muito tempo, até nos acostumarmos com aquilo, até nós nos  intediarmos com isso, um dia  a roda gira, percebemos então que não era tão ruim quanto parecia, vida comum, problema comum, fácil de resolver, difícil de viver, repetição de tudo que já aconteceu.


Se algo insiste em não estar bom pra você, não insista mais. Pegue seu boné e “on the road”! Sempre haverá outras pessoas, outros lugares, outros trabalhos, outras paixões que parecerão pra vida toda, outros projetos… Melhores, piores ou simplesmente diferentes daqueles aos quais você se acostumou.

abril 25, 2012

Esta alma, ou vida dentro de nós, sem opção concorda com a vida exterior. Se alguém tiver a coragem de perguntá-la o que pensa, ela está sempre dizendo exatamente o oposto do que as outras pessoas dizem.

abril 24, 2012

No fim, o Partido anunciaria que dois e dois são cinco, e todos teriam que acreditar. Era inevitável que o proclamasse mais cedo ou mais tarde: exigia-o a lógica de sua posição. Sua filosofia negava tacitamente não apenas a validez da experiência como a própria existência da realidade externa. O bom senso era a heresia das heresias. E o que mais aterrorizava não era que matassem o cidadão por pensar diferente, mas a possibilidade de terem razão. Por que, afinal de contas, como sabemos que dois e dois são quatro? Ou que existe a lei da gravidade? Ou que o passado é inaterável? Se tanto o passado como o mundo externo só existem na mente, e se a mente em si é controlável… então?

abril 23, 2012

“É raro encontrar homens assim, mas os há e, quando se os encontra, mesmo tocados de um grão de loucura,a gente sente mais simpatia pela nossa espécie, mais orgulho de ser homem e mais esperança na felicidade da raça.”

—     Lima Barreto - Triste Fim de Policarpo Quaresma.



Sinto falta de algo que inspire, que mova minha causa, que faça ter mais fé, sinto falto do brilho nos olhos, da voz rouca tremula querendo passar mensagens que parecem obvias a quem fala. Eu quero um ideal que não favoreça so a mim mesma, que não seja apenas um realização pessoal, que tenha a capacidade mudar quem sou, quero abdicar das minhas crenças, das minhas lutas, por alguem que me mostre o caminho que o mundo precisa, quero o bem maior.

             
(…) Amar também é bom: porque o amor é difícil. O amor de duas criaturas humanas talvez seja a tarefa mais difícil que nos foi imposta, a maior e a última prova, a obra para a qual todas as outras são apenas uma preparação. Por isso, pessoas jovens que ainda são estreantes em tudo não sabem amar: têm que aprendê-lo. Com todo o seu ser, com todas as suas forças concentradas em seu coração solitário, medroso e palpitante, devem aprender a amar. Mas a aprendizagem é sempre uma longa clausura. Assim, para quem ama, o amor, por muito tempo e pela vida afora é solidão, isolamento cada vez mais intenso e profundo. O amor, antes de tudo, não é o que se chama entregar-se, confundir-se, unir-se a outra pessoa. Que sentido teria a união de algo esclarecido, inacabado, dependente? O amor não é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo em si mesmo, tornar-se um mundo para si, por causa de um outro ser; é uma grande e ilimitada exigência que se lhe faz, uma escolha e um chamado para longe. Do amor que lhes é dado, os jovens deveriam servir-se unicamente como de um convite para trabalhar em si mesmos “escutar e martelar dia e noite”. A fusão com o outro, a entrega de si, toda espécie de comunhão não são para eles; … são de aço acabado para o qual, talvez, mal chegue atualmente a vida humana.

abril 19, 2012

 Se ter as coisas realizadas da forma como você quer, for a medida para uma vida de sucesso. Então, alguns diriam que eu sou um fracasso. A coisa mais importante é não se amargar pelas decepções da vida. Aprender a deixar o passado para trás. Eu reconheço, que nem todo dia será ensolarado .Mas quando você se encontrar perdido na escuridão e no desespero , lembre-se : É somente na escuridão da noite, que podemos ver as estrelas. E nenhuma estrela o guiará de volta para casa. Então não tenha medo de cometer erros. Ou de tropeçar e cair. Pois na maioria das vezes, o s melhores prêmios vêm quando se faz àquilo que você mais teme. Talvez você consiga tudo o que deseja. Talvez, você consiga mais do que jamais tenha imaginado. Quem sabe onde a vida te levará? A estrada é longa. E no fim. A jornada é o destino . 

abril 17, 2012

Somos desse jeito, nos apaixonamos por quem não conhecemos, e depois que chegamos lá, ficamos manifestamente irritados com os sapatos do amado. Tudo isso porque, no fim da viagem, percebemos que o outro não era aquilo que nos faltava.
Fizeste que eu confessasse os pavores que tenho. Mas vou te dizer também o que não me apavora. Não tenho medo de estar sozinho, de ser desdenhado por quem quer que seja, nem de deixar seja lá o que for que eu tenha que deixar. E não tenho medo, tampouco, de cometer um erro, um erro que dure toda a vida e talvez tanto quanto a própria eternidade mesma. Não posso jamais, temer o viver.

abril 16, 2012

- Não temos opção - retrucou, com a voz rouca que eu passara a amar tanto. - Você fala como se pudéssemos escolher. Não somos fortes ou malignos o bastante para sermos capazes de escolher. Tudo isso não passa de uma experiência conduzida por alguém, talvez pela cidade, ou por outra parte de nós mesmos. Como saber?

abril 15, 2012

Eu gosto da vida, eu não tenho a que comparar, eu não tenho certeza de que haja alguma coisa além desta,  mas eu gosto desta vida, eu me interesso pelas coisas, pela configurações que elas tem, eu acho que de tanto se repetir  a vida  já segue um roteiro pré definido que as vezes nos surpreende.
Eu amo umas pessoas, as vezes eu me sinto muito atingida por suas atitudes, as vezes eu me sinto muito mal por  estar perto delas, as vezes eu desisto de tentar ser igual, mas tem dias que a vida me puxa a orelha, me mostra que é preciso concentração, é preciso  foco, é preciso dizer a verdade com relação aos meus sentimentos, as vezes me dou conta de quanto é curta a passagem por aqui, e de como o tempo passa rápido quando já estamos chegando ao final.
Eu não quero ir sem dizer adeus, eu não quero ir sem ter sido verdade, mesmo que no decorrer dos dias as relações se tornem superficiais, que a gente vá se perdendo de quem já foi indispensavel, mesmo que não tenha volta pra certas coisas, quero ter certeza que cada um fez eu  exatamente quem eu sou, cada pessoa que possou pela minha vida construiu comigo o personagem que sou hoje, e quero que eles saibam que sinto falta de cada um como se fossem eles uma parte que me foi tirada ao longo do tempo, deixando uma dor do membro fantasma.
Tem muita coisa pra acontecer, tem muita gente pra conhecer, tem toda a estrada pela frente, essa é só mais uma parada para pensar a respeito, pra voltar pro caminho, pra segurar na mão de quem tá ficando pra trás,  pra lembrar que é de amor que a gente é feito, que por amor que gente vive, e se for mesmo pra morrer que seja com a certeza de que nunca deixou de dizer e nem demonstrar todo o interesse em cada um,  que nessa batalha foi o amor quem venceu, que da saudade que sentiremos um do outro que sobreviveremos, que não importa mais nada além do que fez nosso coração bater.



Não me leve agora
Eu não quero ir embora
Tenho tanto o que fazer
Tenho um filho pra ter
Tenho motivos pra crer
Que ainda não é hora

abril 12, 2012

Então ela chorou. Todos compreenderam seu choro, e não perguntaram nada, nem tentaram consolá-la. Os traços de seu rosto pareciam desfazer-se com as lágrimas. Mas os ombros não tremiam, e não havia nenhuma contração em sua boca, nenhum som em sua garganta. Sem revolta, ela aceitava. E chorava pela perdição de aceitar o que não pode ser modificado.

abril 11, 2012









Estamos em Abril ainda, mas já dá para fazer um balanço do que está pra acontecer esse ano, eu sabia de certa forma que seria um ano muito diferente de todos os outros que vivi, tinha a maior esperança de que fosse  menos doloroso do que foi o ano que o precedeu, mas esse ano é um ano de nascer, sair do casulo, mudar.
Perdi muitas pessoas durante esse caminho, não perdi da forma mais trágica que é a morte, perdi para vida, para estrada que cada um segue e que não nos permite mais encontrar com aqueles que já amamos, perdi amigos queridos, pessoas que pensei que compartilharia cada momento, perdi gente que sabia mais de mim do que eu mesma, perdi pelas mais diversas razões, nunca por falta de amor, nem sem dor, quem me dera, fui aprendendo a abrir mão de uns e de outros, o mais difícil é abrir espaço para aqueles que chegam para ocupar lugares que antes tinham dono,  tão difícil quanto, é saber identificar quem quer esse lugar.
Passo por um caminho duro e um pouco só, ainda está escuro deste lado, e não vejo mão nenhuma me apoiando, deve ser meu caminho de crescimento, de aprendizado, é difícil dizer adeus quando não se quer, é difícil dizer adeus quando é você quem fica com as lembranças, com a saudade, com o vazio, quem vai nem sempre se dá conta de que partiu, quem vai, vai por um motivo só, descobre antes que acabou.
Como diria o Caio vai passar eu sei que vai passar, porque tantas outras vezes isso já aconteceu, o que mais estranho éa  frequência que isso se repete na minha vida, o que mais me assusta e pensar o quanto eu sou responsável por isso, o quanto tenho sido relapsa com minhas relações, quão pouco tenho dedicado meu tempo as pessoas da minha vida, para que elas possam julgar-me assim tão descartavel, o que não posso no momento é fingir que não percebo que alguns começam a desistir de mim.
Confesso que tenho medo de não ter pra quem ligar pra contar uma coisa triste, nem com quem festejar quando tudo der muito certo, confesso que não gosto da ideia de que sobrevivo mesmo assim, não sei se vale mesmo tanto a pena, mas sou curiosa, não vai doer tanto.


"No fundo, é isso, a solidão: envolvermo-nos no casulo da nossa alma, fazermo-nos crisálida e aguardarmos a metamorfose, porque ela acaba sempre por chegar."

Nunca aprovo, nem desaprovo, coisa alguma atualmente. É uma absurda atitude para se assumir perante a vida. Não viemos ao mundo para alardear nossos preconceitos morais. Nunca ligo ao que dizem as pessoas vulgares e jamais interfiro nos atos das pessoas simpáticas. Se uma pessoa me fascina, acho deliciosa sua maneira de expressar-se, seja esta qual for.

abril 05, 2012

Porque, para Dostoiévski, o pensamento, a consciência, a sensação de seu “eu” e de seus direitos são os mais altos valores que norteiam o comportamento do homem, e têm de ser afirmados num conflito com a vida que muitas vezes apavora o protagonista. (…) A duplicidade enreda o homem numa teia de contradições de tal ordem que ele, ao ver-se diante de problemas que reclamam solução, não consegue tomar uma decisão firme e unívoca porque, quando vislumbra uma saída, logo barra em tantas saídas “contra” quanto em saídas “a favor”. E isso vai das questões aparentemente mais simples às mais complexas, como a existência ou inexistência de Deus.— Paulo Bezerra, sobre O Duplo

abril 01, 2012

Eu não acredito na musica quando ela diz que mudaram as estações e nada mudou, essa troca de ambiente e clima que acontece principalmente na virada de verão para outono, duas estações tão distintas em sensações e térmicas e sensibilidade, não existe nada parecido na vida, o outono me enche de nostalgia, é como se ele entrasse tão repentinamente e fosse derrubando todas as certezas que o verão plantou, o outono me prova que eu sinto, que eu sinto o tempo todo, que eu percebo a diferente angulação do por do sol, o tom das nuvens, o vento vindo de outros lugares.
É difícil sentir saudade no verão, tem sempre muita gente na rua, muita coisa pra fazer, muito o que suar, é difícil ficar indiferente ao calor, ao tempo passando rápido demais, a vida gritando, quando chega o outono as coisas mudam, você acaba percebendo que as pessoas foram embora, que a vida de alguma forma te levou pra longe, que rua não é mais a mesma, que você esta diferente, que os dias são muito parecidos com um passado vazio de pessoas.
Não é ruim, quem sabe eu possa voltar a te amar, talvez eu pare de correr e mande uma carta só porque é outono, quem sabe eu ouça uma musica no ônibus e perceba a besteira que fiz nesses últimos cinco anos, ainda posso contabilizar minhas perdas, tanta gente boa se foi pra sempre, também  ficou coisa  pra depois, todos esses passos dados na direção oposta, nem sempre nos levaram a diante. As estações mudaram e tudo mudou, de repente já nem sei mais quem eu era antes.



Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.- Não me entristeças.- Não, querido, sou tua árvore-da-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero apenas que te outonizes com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons suaves... Outoniza-te com dignidade, meu velho.»