Me visitam

julho 06, 2012


Você já viveu uma vida paralela a dos amigos, você consegue perceber como se agitam, que falam sem parar, mas você está tão imersa em seus próprios pensamento que não consegue fazer conexão com o que dizem. Estou flutuando sobre eles, como numa experiência de pós morte sinto como se não estivessemos na mesma dimensão.
A vida é um grande faz de conta, que acaba sem sentido, as historias foram criadas para que não enlouquecêssemos diante dessa realidade coatica, para que acreditássemos que o final é sempre razoável e lógico, mas não é verdade, porque a gente morre, e morrer é a coisa mais ilogica que existe e mais certa até hoje.
Deve ser um momento estranho o da morte, por que a vida é sempre a representação do passado e a idealização do futuro, a morte é a ruptura com essa realidade, a morte banaliza o passado, porque por mais glorioso que este seja, ele só servirá para historia, a morte destroi o futuro por questões óbvias, então torna o presente a única coisa que nos resta, e não resta nem medo, nem duvida, só um desconforto, como se tivéssemos sido enganados por muito tempo, literalmente por um vida inteira. Mas deve passar depois, as pessoas sofrerão por uns dias, mas vão se acostumar, o estranho e pensar nisso agora, enquanto a vida dos outros acontece sem questionamentos, com os problemas comuns do dia a dia, flutuar sobre eles com a impressão de que não entenderiam quando lhes contasse, com uma falta de interesse misturada com o desespero por não conseguirem perceber que você já se foi.


Só há uma liberdade, fazer as contas com a morte. Depois disso, tudo é possível. Não posso forçar-te a crer em Deus. Crer em Deus é aceitar a morte. Quando tiveres aceitado a morte, o problema de Deus ficará resolvido por si - e não o inverso.

Um comentário:

Antônio LaCarne disse...

nossa, que profundo. uma das melhores coisas lidas nessa manhã de sábado. :)