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junho 14, 2012


Será que eu era a única pessoa que perdia tempo pensando nesse futuro sem perspectivas?


As vezes você acorda e descobre que a vida não é examente o que voce tinha planejado, como que é que você lida com isso?
Não que ela seja ruim, só que as vezes e como se eu tivesse vivendo a vida de outra pessoa, como posso ter chegado ate aqui sem ao menos ter percebido? Como posso lidar com todos os sonhos frustrados, todos o planos que não deram em nada e, assim sem ter sequer um pessoa pra reclamar as mesmas dores?
Não entendo essa gente linda que faz tudo parecer perfeito, que passa dia, passa mês e faz a vida parecer um roteiro pré programado, não entendo essas pessoas que seguem qualquer destino como se tivesse nascido pra estar ali, sinto-me cada vez menos parte de alguma coisa, cada vez mais longe de ser natural, é tudo como se tivesse acabado de chegar, meu maior desejo e voltar pro lugar de onde eu vim.
Eu sinto saudade de um lugar que eu nem conheço, eu sinto esperança que algo impossível aconteça, que qualquer coisa que eu esteja vendo não seja real, porque pelas coisas que aprendi até agora daqui pra frente não sei quanto vale mesmo a pena.


junho 13, 2012


No íntimo da sua alma, contudo, esperava um acontecimento: como os marinheiros aflitos, percorria com os olhos desesperados a solidão da sua vida, procurando ao longe alguma vela branca nas brumas do horizonte. Não sabia ela qual seria esse acaso, o vento que lho traria para perto, nem para que praia se sentiria levada, se seria chalupa ou navio de três pontes, carregado de angústias ou cheio de felicidades até às escotilhas mas todas as manhãs, ao acordar, esperava que viesse naquele dia e escutava todos os ruídos, levantava-se em sobressalto, surpreendia-se de que não tivesse vindo; depois, quando o sol se punha, cada vez mais triste, desejava estar já no dia seguinte!

junho 12, 2012


Pensei em tudo o que poderia dizer e o repeti mil vezes a mim mesmo quando estava deitado na escuridão. Que lutas íntimas travei! Se soubesses como estava farto daquela vã tagarelice! Eu queria esquecer tudo e recomeçar a vida ponto termo, especialmente, aqueles solilóquios.

junho 11, 2012


Meu pai, logo que soube dos 11 contos, obrigou-me a fazer as malas e me levou a um navio que ia para Lisboa. No primeiro dia pensei em me matar. No segundo, em virar padre. No terceiro, em beber até cair. No quarto, pensei em escrever uma carta para Marcela. No quinto, comecei a pensar na Europa e no sexto comecei a sonhar com as noites em Lisboa. Em seis dias Deus fez o mundo e eu refiz o meu…

junho 06, 2012

VIVER


Quem nunca quis morrer
Não sabe o que é viver
Não sabe que viver é abrir uma janelas
E pássaros pássaros sairão por ela
E hipocampos fosforescentes
Medusas translúcidas
Radiadas
Estrelas-do-mar... Ah,
Viver é sair de repente
Do fundo do mar
E voar...
e voar...
cada vez para mais alto
Como depois de se morrer!

junho 05, 2012


Queria semear a Dúvida até nas entranhas do globo, impregnar com ela toda a matéria, fazê-la reinar onde o espírito jamais penetrou e, antes de alcançar a medula dos seres vivos, sacudir a quietude das pedras, introduzir nelas a insegurança e os defeitos do coração. Arquiteto, teria construído um templo à Ruína; predicador, revelado a farsa da oração; rei, hasteado a bandeira da rebelião. Eu teria estimulado em toda parte a infidelidade a si mesmo, impedindo multidões de corromperem-se no podredouro das certezas.

junho 04, 2012


- retrucou ela, rindo, também.
- Saiba, pois, que sou muito senhora da minha vontade, mas pouco amiga de a exprimir; quero que me adivinhem e obedeçam; sou também um pouco altiva, às vezes caprichosa, e por cima de tudo isso tenho um coração exigente. Veja se é possível encontrar tanto defeito junto!

junho 03, 2012


Deveríamos estar preparados, como disse Emerson certa vez, para recriar o mundo todo como extensão de nós mesmos, mesmo que não existisse ninguém mais. A idéia nos amedronta. Não sabemos como poderíamos fazer isso sem outras pessoas - e no entanto, no fundo o recurso básico ali está: poderíamos ser suficientes sozinhos, se houvesse necessidade, se pudéssemos confiar em nós mesmos como queria Emerson. E se não sentimos emocionalmente essa confiança, ainda assim a maioria de nós iria lutar para sobreviver com todas as nossas forças, não importa quantos à nossa volta morressem. Nosso organismo está pronto para encher o mundo sozinho, ainda que nossa mente se acovarde com a idéia.

junho 01, 2012

Celine:" Eu sempre sinto essa pressão para ser um ícone feminino forte e independente, e não fazer minha vida girar em torno de algum homem.
Mas amar alguém e ser amado significa muito pra mim.
Nós sempre brincamos com essas coisas. Mas tudo que fazemos na vida não é uma tentativa de sermos amados um pouco mais?"

Jesse:" É. Eu não sei. às vezes eu sonho em ser um bom pai e um bom marido. E às vezes isso parece realmente próximo.
Mas outras vezes, parece tão bobo e ingênuo. Como se fosse a decadência da minha vida. E isso não é só um medo me comprometer ou de concluir que sou incapaz de amar. Porque sei que sou capaz.É que se eu for totalmente honesto comigo, acho que eu preferia morrer sabendo que eu fui realmente bom em alguma coisa, que me destaquei em algo, do que saber que apenas tive um bom relacionamento afetivo."

Celine: " Já trabalhei para um senhor, e ele uma vez me disse que empenhou a vida dele toda, na sua carreira e trabalho. Ele tinha 52 anos, quando ficou perplexo ao descobrir que nao havia dado realmente nada de si mesmo. Sua vida não foi pra ninguém, nem pra nada. Ele estava quase chorando quando me disse isso."

maio 23, 2012

Foi necessário viver
E eu vivi
Mas nunca descobri
Se essa vida existe
Ou se essa gente é que insiste
Em dizer que é triste ou que é feliz
Vendo a vida passar

maio 21, 2012

"Ainda há pouco tinha sol. Sem que eu diga uma palavra, a cortina cai e a noite domina. Ainda bem que as pessoas que a gente gosta aparecem em sonhos. Não posso acreditar que algum dia venha a alcançar um ponto onde eu esteja livre de sentir. Porque neste dia, estarei morta. Encontre-me no portão da frente de sua vida. Tem meu nome pendurado. Te desabotôo coração, para que você fique todo exposto. As lágrimas aqui caem dobradas. Porque onde quer que exista o amor, ele brilhará de alguma forma. Então acredito. Não faço idéia da hora que você vai chegar. Pode até ser de madrugada, como da última vez. Vou esperá-lo. Quero ficar acordada para não perder o momento. Eu tenho luz suficiente para manter a chama acesa."

maio 10, 2012

Acontece com a distância o mesmo que acontece com o futuro: um todo imenso, e como que envolvido por uma neblina, estende-se diante da nossa alma; nosso coração ali mergulha e se perde, da mesma forma que nossos olhos, e ardentemente aspiramos a nos abandonar por completo, deixando-nos impregnar de um sentimento único, sublime, delicioso… No entanto, pobres de nós, quando lá chegamos e vemos que nada mudou: encontramo-nos tão pobres, tão limitados como antes, e nossa alma suspira pela felicidade que lhe fugiu.

maio 08, 2012

Ruína

Um monge descabelado me disse no caminho: “Eu queria construir uma ruína. Embora eu saiba que ruína é uma desconstrução. Minha ideia era de fazer alguma coisa ao jeito de tapera. Alguma coisa que servisse para abrigar o abandono, como as taperas abrigam. Porque o abandono pode não ser apenas de um homem debaixo da ponte, mas pode ser também de um gato no beco ou de uma criança presa num cubículo. O abandono pode ser também de uma expressão que tenha entrado para o arcaico ou mesmo de uma palavra. Uma palavra que esteja sem ninguém dentro. (O olho do monge estava perto de ser um canto.) Continuou: digamos a palavra AMOR. A palavra amor está quase vazia. Não tem gente dentro dela. Queria construir uma ruína para a palavra amor. Talvez ela renascesse das ruínas, como o lírio pode nascer de um monturo”. E o monge se calou descabelado.

maio 04, 2012

Eu morri muitas vezes acreditando e esperando, esperando em um quarto olhando para o teto rachado, esperando por um telefonema, uma carta, uma batida na porta, um som. Andando selvagemente por dentro de mim enquanto ela dançava com estranhos em casas noturnas.

maio 03, 2012

 "Fiquei me perguntando se o espaço que uma pessoa ocupa no mundo sobrevive à própria pessoa. Se o palco fica ali armado ainda por um certo tempo, o cenário pronto, a deixa repetida várias vezes, aguardando que a pessoa venha mais uma vez desempenhar-se. E só aos poucos as conexões vão se desfazendo, os fios vão se rompendo, as luzes vão se apagando, a pessoa vai morrendo devagar para o mundo depois de ter morrido para si mesma. Se existem duas mortes, uma íntima e individual, uma outra pública e coletiva, duas mortes que operam em ritmos diferentes."





O corpo tem necessidades que a alma não suporta, a gente faz coisas que não está moralmente preparado, para suprir tais necessidades, quando tento romper com essas barreiras acabo sangrando. Minha alma cheia de certezas se achava desprendida e liberta, mas não suporta um palavra dura, uma verdade crua, minha alma bailarina só acredita na musica, não julgo a vida alheia mas minha alma priva meu corpo da sua natureza.
Tento me enganar, fingir que essa solidão tem a ver com as novas configurações da sociedade, tento me convencer  que me falta tempo, mas é mentira, eu quero uma coisa vinda de outras vidas, ou pelo menos alguém que tenha lido os mesmos livros que eu, quero o frio na barriga, coração acelerado, quero reciprocidade, não dá mais para aturar a realidade vazia.
Não posso negar minha natureza animal, não posso abrir mão de agir por impulso, mas tem coisas que não andam pra mim se não forem  sensoriais, se não fizerem parte da ilusão que criei, se não tiver cores. O tempo vai passar e um dia quem sabe eu descubra a verdade, quem sabe o arrependimento me tome, eu veja de longe que passaram por mim criaturas que me fariam mais feliz do eu pensei que seria dispensando suas companhias, um dia quem sabe a solidão me obrigue a abrir mão dos meus ideais, eu perceba que eles não fariam tanta diferença  quanto eu pensava e ai será tarde demais.
A gente tem obsessões por coisas que rejeita, a gente enlouquece sozinho em casa quando ninguém vê, somos odiados por nossos nãos, somos julgado pelos sim, ninguém conhece nossos segredos, mas o que mais doi em tudo isso e saber que não aceitamos a nos mesmos, que quando olhamos no espelho somos os primeiros nos ferir, é preciso harmonizar o corpo e alma, e dançar conforme a musica