Me visitam

dezembro 29, 2010


“Se não tinha amigos na redondeza, não tinha inimigos, e a única desafeição que merecera fora a do doutor Segadas, um clínico afamado no lugar, que não podia admitir que Quaresma tivesse livros: “Se não era formado, para quê? Pedantismo!”

Estou cansada de segurar essa barra sozinha e não sei como vai ser.


Como é que faz quando você já não chora ou quando você já brigou tanto com Deus que já não pode se quer pedir piedade, quando o problema é o mesmo a anos?
Como é que faz quando você para e olha pra trás e vê a sua vida passando sem fazer muito sentido, quando não tem colo, não tem fé, não tem sonho a ser conquistado?
Briguei com Deus a muito tempo, e o venho combatendo desde então, descobri que não faz nenhum sentido o que foi dito em igrejas e livros sagrados, sou uma cientista não posso vacilar, mas tem horas em que você não sabe o que fazer e espera alguma resposta, algum milagre, que pelo menos sua mãe te proteja, e veja só é você que tem que protege-la.
Uma hora você cresce as coisas ficam serias de verdade, e ai você decide se vai ou não acreditar em milagres, quando você está muito cansado é melhor largar de mão, seguir e deixar acontecer, esperar que algo inexplicável aconteça mas minha fé fica por aqui no inexplicável, porque não me interessa saber e nem me cabe questionar, Deus deve gostar de mim de algum jeito, entre todas as coisas sempre tentei ser a mais honesta possível com ele, todos o questionamento a respeito de sua existência, e todas formas de combate a quem se aproveita de seu nome foram em nome da busca pela minha verdade.
Então hoje depois de tantas negativas e tantas dúvidas a rendição vem racional, vem da vergonha de não saber a resposta pra tudo, de ter problemas insolucionáveis, de ter dor suficiente pra não querer mais seguir, a rendição vem da esperança de que o amanha tragá uma solução.


“Não és bom nem és mau: és triste e humano”

dezembro 27, 2010


"Acontecia-me às vezes pensar que se me desse alguma vez para perder-me completamente, para abater um homem, para castigá-lo com o mais horrível castigo, um castigo que metesse medo e fizesse tremer antecipadamente o criminoso mais valente, não precisava senão de dar ao seu trabalho o catáter de uma inutilidade e total e absoluta carência de sentido."

dezembro 26, 2010


“Onde estão as suas memórias, Ludmillah, e todas as suas culpas e arrependimentos, e tudo quanto lamenta, cada palavra dita ou imaginada ou desejada, e a nostalgia daquilo em que já não acredita, e a incômoda comichão daquilo em que gostaria de acreditar? Compreende o que digo com sua alma de poeta, ao menos?”

dezembro 24, 2010


Estou com muito medo, estou falando de um medo sem fundamento, aquele medo que as vezes bate medo de estar desperdiçando a vida, de estar no caminho errado, quando eu me dou conta que estou sozinha e muito solitária, estou com um medo que doí, medo de não saber bem o que sinto e medo das coisas que tenho deixado de sentir.
Consigo ver meu medo, ele é físico e palpavel, estou com medo de recomeçar, de seguir em frente, de fazer planos, parece que está escuro lá fora, parece que chove todo dia, parece que ninguém consegue me ouvir, ou que falo um lingua indecifravel, parece que o desconhecido me encontrou.


Todos os dias eu acordava e tomava banho, escovava os dentes e fazia todas essas coisas rotineiras, igual a alguém que aos trancos, mecanicamente, continua a viver

dezembro 23, 2010


Bem, estamos sempre pensando que um dia vamos ser felizes. Você sabe, nós vamos buscar o carro, ou aquele emprego ou aquela pessoa na nossa vida que vai resolver tudo. Mas a felicidade é um estado de espírito, e é uma condição, não um destino. É como estar cansado ou com fome. Não é permanente. Ela vai e vem, e que está tudo bem. E eu sinto como se as pessoas pensassem dessa maneira, eles encontrar a felicidade com muito mais freqüência.

dezembro 22, 2010



Amamos o que não conhecemos, o já perdido.
O bairro que já foi arredores
Os antigos que não nos decepcionaram mais
porque são mito e esplendor.
Os seis volumes de Schopenhauer que jamais terminamos de ler.
A saudade, não a leitura, da segunda parte do Quixote.
O oriente que, na verdade, não existe para o afegão, o persa ou o tártaro.
Os mais velhos com quem não conseguiríamos
conversar durante um quarto de hora.
As mutantes formas da memória, que está feita do esquecido.
Os idiomas que mal deciframos.
Um ou outro verso latino ou saxão que não é mais do que um hábito.
Os amigos que não podem faltar porque já morreram.
O ilimitado nome de Shakespeare.
A mulher que está a nosso lado e que é tão diversa.
O xadrez e a álgebra, que não sei.

dezembro 21, 2010


Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento

dezembro 20, 2010


" As coisas mais importantes são as mais difíceis de expressar... As coisas mais importantes estão muito perto de onde seu segredo está enterrado, como pontos de referência para um tesouro que seus inimigos adorariam roubar."

dezembro 19, 2010


"A vida deve te surpreender. Aposto que você tem uma imagem em sua mente de como tudo vai acontecer para você. O que você vai fazer, com que você vai estar. E tenho certeza de que seu pai tinha uma imagem também. Mas existem janelas que não permanecem abertas para sempre. Perdeu oportunidades que nunca voltam a você de novo. E esperar por elas não significa necessariamente que você é forte, ou mesmo certo. Às vezes apenas significa que você tem medo de mudar essa imagem..."

dezembro 18, 2010


"Primeiro as cores Depois os Humanos
Em geral, é assim que vejo as coisas

Ou pelo menos, é o que eu tento..."

dezembro 17, 2010


Lembrou-se de um dia de verão, quando tinha 10 anos. Naquele dia, numa clareira do bosque, sua mais querida companheira de infância lhe disse o que fariam quando crescessem. As palavras foram duras e brilhantes como os raios de sol. Ele ouviu admirado. Quando ela lhe perguntou o que desejaria fazer, ele respondeu de imediato: “O que for certo.” E acrescentou: “E preciso fazer alguma coisa que seja grande... Quero dizer, nós dois juntos.” E ela: “O quê, por exemplo?” Ele respondeu:
“Não sei. É o que nós devemos descobrir. Não o que você disse. Não é trabalho nem um modo de ganhar a vida. Mas algo como ganhar batalhas, salvar pessoas de incêndios ou escalar montanhas.” “Para quê?”, perguntou ela. E ele: “No último domingo, o pastor disse que devemos procurar alcançar o melhor de nós. O que você acha que há de melhor em nós?” “Não sei.” E ele concluiu: “Precisamos descobrir.”

dezembro 16, 2010


E quem disse que poderia ser mais duro do que já está sendo, ninguém, ao menos pra perguntar se haveria outra chance, quem decide essas coisas afinal? Quem decide que é você que vai responder esse tipo de pergunta?
Depois daquilo tudo, depois de ter chego até ali, em meio a tantas ameaças e desafetos, até onde chegaríamos, até onde pagaríamos para ver, o que esperávamos daquilo tudo? Ninguem nunca tinha me perguntado qual era o meu limite, mas tem sempre alguém apostando alto na minha paciência, já fui longe demais e o tempo agora é curto, se eu fugir não diga que fraquejei, estou tomando uma decisão, se eu lutar não diga que fui precipitada, estou apenas tomando uma decisão, creio que o que não possa mais fazer é esperar.






"a velha deveria de estar contente, desta maneira não terá de dividir com os outros as suas galinhas e os seus coelhos, deveria de estar e não está, dos olhos cegos saem-lhe duas lágrimas , pela primeira vez perguntou se tinha alguma razão para viver. Não achou resposta, as respostas não vêm sempre que são precisas, e mesmo sucede muitas vezes que ter de ficar simplismente à espera delas é a única resposta possível"

"O meu entusiasmo magoa-te, leio-te a ofensa na voz enquanto me dizes coisas banais e sensatas, que não crie demasiadas expectativas, que ninguém consegue regressar ao lugar onde foi feliz. (...) Como se alguém pudesse regressar ao lugar onde foi infeliz. Não se é duas vezes infeliz da mesma maneira, e ninguém é feliz de maneira nenhuma. Inventamos aquilo de que nos queremos lembrar, isso sim".


Talvez entre tantos arrependimentos, o de ter deixado que partisse, o de ter gostado mais do que devia, o de ter interpretado o personagem errado, o maior entre eles é sem dúvida o de ter inventado um passado mais bonito do que realmente foi, um passado do qual não quero me desfazer, um passado ao qual desejo mais do que gostaria.

dezembro 15, 2010


" O verdadeiro amor é excepcional, dois ou três em cada século, mais ou menos. No restante do tempo, há a vaidade ou o tédio"

Morrendo de tédio.

dezembro 14, 2010


Queridíssimos nascemos na época errada ou não sabemos bem avaliar de longe a geração que nos antecedeu, falta muito tempo para que possa ser dita qualquer coisa à respeito da realidade a qual pertencemos, fingir que não somos responsaveis por essa falta de ideal e ideologia não expia nossa culpa.

Vida
Sempre a indesencorajada alma do homem
resoluta indo à luta. (Os contingentes anteriores falharam? Pois mandaremos novos contingentes e outros mais novos.) Sempre o cerrado mistério de todas as idades deste mundo antigas ou recentes; sempre os ávidos olhos, hurras, palmas de boas-vindas, o ruidoso aplauso; sempre a alma insatisfeita, curiosa e por fim não convencida, lutando hoje como sempre, batalhando como sempre.

dezembro 12, 2010


Ao ver o corpo de Diadorim – ainda sem a revelação de sua nudez –, Riobaldo recusa aceitar a morte do ser amado. Se a realidade é apenas o que pode ser nomeado pelas palavras, ele emudecerá para sempre: “Não escrevo, não falo – para assim não ser: não foi, não é, não fica sendo! Diadorim.” (...)


Eu estendi as mãos para tocar naquele corpo, e estremeci, retirando as mãos para trás, incendiável; abaixei meus olhos. E a Mulher estendeu a toalha, recobrindo as partes. Mas aqueles olhos eu beijei, e as faces, a boca. Adivinhava os cabelos. Cabelos que cortou com tesoura de prata.... Cabelos que só, no só ser, haviam de dar para baixo da cintura... E eu não sabia por que nome chamar; eu exclamei me doendo:
- “Meu amor!...” "

dezembro 11, 2010

Com o passar do tempo a gente ve que a vida segue, pra todo mundo de algum jeito, para aqueles a gente quer bem, para aqueles que você quer mal, você vai ver que o verão tem essa coisa mágica de renovar tudo, que a divisão do tempo nos dá uma oportunidade de crer que temos outras chances, que apesar de todos os erros que já foram cometidos o que a gente sempre quis foi encontrar uma maneira de acertar. Apesar de toda a certeza de que estão nos enganando de alguma forma e de que não faz nenhum sentido é preciso continuar, achar alguma dignidade nisso tudo, alguma razão e seguir em frente, se comover, se sensibilizar, porque dor mesmo a gente não para de sentir, ela só muda de lugar, os problemas só mudam de tipo, eles sempre veem, com ou sem propósitos esclarecidos ou esclarecedores, eles estão ali porque no fundo não sabemos lidar muito bem com os outros nem com nós mesmo.
E mais uma vez estamos perto de uma chance de fazer tudo diferente, uma chance de se reinventar, mais uma esperança de que desta vez de certo, as vezes acho que essa fé que todo ser humano cultiva é bonita e pueril, é algo que faz com seis bilhões de pessoas ainda resistam a tanta coisa louca que acontece, e não estou falando de política, de governos mal intencionados, de desastres ambientais, estou falando dos desajustes que temos dentro de nós mesmo, das dúvidas freqüentes de quem somos e pra onde vamos, dos nosso relacionamentos que nunca são racionais ou matemáticos, estou falando dessa nossa incapacidade de compreender bem o que ou outro diz, da nossa fragilidade e insegurança diante do outro, nos resistimos apesar de não sermos aceitos, apesar de estarmos na contra-mão, resistimos porque cremos que há uma chance de felicidade mesmo na incerteza.
Seis bilhões de pessoas ainda resistem, algumas delas não tem amor, umas não tem um deus, algumas não tem nem pão, outras ainda não tem niguém, é ai que me pergunto porque resistem? Quanto podemos alimentar nossa fé? esse tipo de fé que precisa ser alimentada, essa, que nos faz continuar apesar de toda verdade que já conhecemos e apesar de todo desconhecido que nos atormenta, não importa porque, nem para que, ainda assim renova-se de alguma forma, no verão, no ano novo, em uma noite de sono, em algum lugar do caminho, nossa fé na vida e resistimos apesar de tudo.



"E talvez não fosse tarde demais, afinal, pois começou desesperadamente outra vez a ter essa coisa sôfrega: a esperança."

dezembro 08, 2010


Estou perdida, mais uma vez começando com essa frase mas desta vez espero sinceramente que alguém me encontre. Estou perdida em meio as referencia do passado que tenho, essa nostalgia do que não vivi, vendo de forma mais bonita o que também foi vazio e duro.
Estou perdida em uma geração que se perdeu faz tempo, onde o que se tem é mais importante do que o que se é, e já nem sei o que somos em meio a tudo que precisamos provar pra chegar a ser parte de algo. Estou perdida em um sábado a noite em casa sozinha, muda e triste, em umas ferias que começam hoje e que já não preciso mais, que me condena a liberdade de ficar só, estou perdida no mar de opções vazias que tenho, no que meu dinheiro pode comprar e que não quero, no quero e meu dinheiro não compra, estou perdendo meu tempo.
Minha geração caminha pra uma padronização, uma seleção natural, um refugio de questionamentos, um não sei que de verdade que é comica a alguns e fodida a outros, minha geração e filha da geração perdida, usa calça colorida, vai a festa pra ter fotos pra postar na internet, não pegamos sol pra evitar o envelhecimento precoce, estou tão perdida quanto todos os outros, não vislumbramos nada, não nos deixaram grandes descobertas a serem feitas ao acaso.
Estou perdida porque não sei como faz, não sei pra quem pedir ajuda porque perdi a fé, entre todas as coisas que tenho perdido, ando meio tonta sem que ninguém veja além do raso que transpareço e se for embora de uma hora pra outra, deixo claro a todos nunca amei ninguém, não da forma da que disseram que seria o amor, de tantas formulas que nunca foram seguidas ou alcançadas, acabo achando que nunca vivi, sinto falta de gente o tempo todo, sinto medo de gente de vez em quando. Me sinto perdida porque não ha um destino decidindo por mim.


"Eu me sinto às vezes tão frágil, queria me debruçar em alguém, em alguma coisa. Alguma segurança. Invento estorinhas para mim mesmo, o tempo todo, me conformo, me dou força. Mas a sensação de estar sozinho não me larga. Algumas paranóias, mas nada de grave. O que incomoda é esta fragilidade, essa aceitação, esse contentar-se com quase nada. Estou todo sensível, as coisas me comovem..."

dezembro 07, 2010


"Por fora, já desistiu. Por dentro, sempre descobre alguma desculpa para recomeçar."

dezembro 06, 2010


"(...) ás vezes me parece que estou perdendo tempo, ás vezes me parece que, pelo contrário, não há modo mais perfeito, embora inquieto, de usar o tempo: o de te esperar."

dezembro 05, 2010


"Sonho com um amor que fará até o tempo se curvar a ele."

dezembro 04, 2010


“Dissimular o que sentimos, conter, diminuir para que ninguém possa penetrar no bunker pessoal: isso não é amor, mas plano estratégico. O curioso é que o meu paciente se lamentava da solidão. Para alguém assim, qualquer relação estável é pouco menos que se trancar num quarto com Hannibal Lecter”.

dezembro 03, 2010


Quanto mais as coisas mudam, mais elas parecem iguais....

Eu não tenho certeza de quem foi a primeira pessoa a falar isso..provavelmente Shakespeare ou talvez Sting.
Mas é a frase que melhor explica um grande defeito: a incapacidade de mudar.
E eu não acho que estou sozinha nisso, quanto mais eu conheço as pessoas, mais eu percebo esse tipo de defeito.
Permanecendo exatamente iguais enquanto for possível, permanecendo perfeitamente imóveis..essas pessoas se sentem bem de alguma forma.
E se estão sofrendo, a dor é pelo menos familiar
Porque se você se agarrar a um salto de fé, saindo da caixa, fazendo algo inesperado quem saberá que outra dor poderá estar te esperando lá fora?
As chances podem ser ainda piores...
Então você mantém seu atual status, escolhendo a estrada conhecida e isso não parece tão ruim, não tanto quanto o defeito pode chegar...afinal você não está matando ninguém, apenas você mesmo algumas vezes, talvez.
Quando finalmente mudamos, não acredito que aconteça como um terremoto ou uma explosão ou subitamente o que somos vira uma pessoa diferente.
Acho que é muito menor que isso...é o tipo de coisa que as pessoas não vão nem perceber ao menos que olhem de perto, extremamente de perto...o qual, elas nunca fazem...
Mas você nota essa diferença, dentro de você essa mudança parece um mundo de diferença e você espera que assim seja para que esta seja a pessoa que você será para sempre...
Para que você nunca mais tenha que mudar novamente...

dezembro 02, 2010


"E quanto a mim? Eu continuo acreditando em paraíso.
Mas pelo menos sei que não é um lugar que possa procurar.
Porque não é para onde vai, é como se sente por um instante na sua vida enquanto é parte de alguma coisa.
E se achar esse momento, ele pode durar para sempre.

dezembro 01, 2010


"Mãe, o que é que é o mar, Mãe?" Mar era longe, muito longe dali, espécie duma lagoa enorme, um mundo d´água sem fim, Mãe mesma nunca tinha avistado o mar, suspirava. "Pois, Mãe, então mar é o que a gente tem saudade?"

novembro 30, 2010




"O bom é que escrever não serve para nada daquilo que a gente quer. Escrever é um limite, uma dor, um defeito a mais. O bom é que depois de escrever a gente se sente péssimo. Nada mudou, tudo continua no seu lugar... (...) O ruim é que ainda deseja um amor inesquecível".





Mas que grande porcaria, esse cara realmente sabe como me sinto, ele sabe onde realmente as coisas acontecem em mim, esse cara não quis acreditar.

novembro 29, 2010


O corpo humano é um sistema altamente pressurizado. A pressão sanguínea mede a força pulsando nas artérias, é importante manter essa pressão regulada. Pressão baixa ou inadequada causa fraqueza ou insuficiência. É quando a pressão fica alta demais que os problemas realmente ocorrem. Se a pressão continuar aumentando é pedido um exame detalhado porque é o melhor indicador de que há algo errado.

Todo sistema pressurizado precisa de válvula de escape, precisa ter uma maneira de reduzir o estresse. A tensão! Antes que se torne demais para suportar. Deve haver uma maneira de encontrar o escape, porque se a pressão não encontrar um meio de sair ela criará um, vai explodir. É a pressão que botamos em nós mesmos que é o mais difícil de suportar. A pressão de sermos melhor do que somos. A pressão de sermos melhores do que achamos poder. Ela nunca diminui o ritmo. Ela continua a aumentar, aumentar e aumentar.

novembro 28, 2010


“Como se não bastasse, Sérgio ligara marcando um encontro. E ela foi segura, imaginando um drink ameno no fim da tarde, preparada para o sarcasmo habitual de Sérgio com o seu sucesso, seu habitual amargor a respeito da vida. De passagem, dariam boas risadas. Sérgio costuma ser engraçado na sua crueldade. - Subitamente lá estávamos nós, nos confessando, nos penitenciando pelo que foi e pelo que poderia ter sido se tivéssemos a humildade ou talvez a coragem na época. (...)
– O que você quer, hoje?

- É tão difuso o que quero.
- Sentimentos intensos, paixão?
- Mas não a angústia antecipada da perda. E, acima de tudo, não quero ser destruída”.






Se houvesse qualquer chance, você daria ela para mim?
Se houver qualquer possibilidade você mente suas mentiras de novo para mim?
Se você ainda quer, você pode me mandar algum sinal?
Porque eu quero mais que tudo, mais do que antes, diferente de antes, nova e a mesma ainda quero você.
P.S. Talvez seja esse o nosso tempo

novembro 27, 2010


Lizzy: Você ainda tem as chaves?
Jeremy: Sim, sempre me lembro que me disse sobre nunca jogá-las fora, sobre nunca fechar as portas para sempre.
Lizzy: Às vezes, mesmo quando se têm as chaves, essas portas não podem ser abertas.
E mesmo que a porta seja aberta, a pessoa que procura talvez não esteja mais lá.

(Um Beijo Roubado)

"E depois de todos os blábláblás, ele falou. Disse a frase que nunca mais me esquecerei. - 'Um livro deve mexer nas feridas, aliás, deve alargá-las. Um livro deve ser um perigo'. Cioran dizia isso. E então eu levantei a mão. O professor me viu. 'Cavalli, o que é? Precisa ir ao banheiro?' - Não. Queria dizer que essa frase, a meu ver, pode ser aplicada também ao amor".

novembro 26, 2010


há um lugar no coração que nunca será preenchido um espaço e mesmo nos melhores momentos e nos melhores tempos nós saberemos nós saberemos mais que nunca há um lugar no coração que nunca será preenchido e nós iremos esperar e esperar nesse lugar.

novembro 25, 2010


"O tempo, o tempo e suas águas inflamáveis. Esse rio largo que não cansa de correr, lento e sinuoso, ai daquele, dizia o pai, que tenta deter com as mãos o seu movimento, será consumido por suas águas. Ai daquele, aprendiz ou feiticeiro, que abre sua camisa para o confronto, há de sucumbir nas suas chamas. O tempo e suas mudanças, presente em cada sítio, em cada palmo, em cada grão, e presente também em cada instante, em cada letra dessa minha história passional, transformando a noite escura do meu retorno numa manhã cheia de luz".



Incrível ver o tempo passar, mesmo dentro do que se é, quando olho pra trás e vejo quem era e o que me tornei sinto saudade e medo, nunca imaginei me deparar com quem sou agora, nunca pensei que seria quem sou, provavelmente o que me espera lá na frente não será exatamente quem penso que encontrarei.
Pra dizer a verdade foi hard chegar até aqui, não e fácil pra ninguém com certeza é as vezes da vontade de gritar pra todo mundo OLHA AQUI CARA, VOCÊ NÃO SABE NADA A MEU RESPEITO, VOCÊ NÃO PODE SAIR POR AI PENSANDO QUE ME VENCEU, PORQUE A DISPUTA SERÁ SEMPRE EU COMIGO MESMA. Mas as vezes sou eu quem perco, as vezes é mais doloroso por não poder botar a culpa em ninguém, por ser só você contra você mesmo e não ter ninguem pra comemorar no final.
O tempo passou rápido demais, não deu pra segurar nada, agora tudo parece tão efemero, tão sem muito propósito, e vai passar também, é como se alguma visão que se possa ter apenas te enfraquecesse diante do que é real à outras pessoas, é como se aquilo que vai sendo depositado em você no decorrer do tempo fosse um veneno que mata teus mais puros ideais, quem eu fui me tornando no meio do caminho se perdeu completamente daquilo que parecia que seria, o tempo dita quem é quem.
O que posso dizer do tempo que passou é que foi duro, foi forte e vazio na maioria das vezes, me levou por caminhos que não queria percorrer, me juntou a pessoas que não precisava conhecer, o tempo me fez mais cetica, mais fria, mais triste. O tempo correu com a menina e enfeitou a mulher, o tempo passou rápido demais, não me ensinou a girar na roda, agora estou tão por fora não sei onde vou dar.

novembro 24, 2010


Os delicados podem ter vocação para o piano. Para o teatro. Para a poesia. para o magistério. Vocação para a máquina, aquele que era um tremendo joalheiro. O primo era outro delicado, um físico raro que estudava a estrutura da bolha de sabão. Mas nenhum com vocação para viver. Minha colega de academia não contava as pílulas dos tubos que ia engolindo, um primo míope tirava os óculos para não ver o sangue enquanto ia cortando os pulsos com gilete azul. Todos os delicadíssimos saindo pela porta da morte que é a mais fácil. Sem olhar pra trás. E os fortes? Na classificação sumária, acho que somos fortes apenas porque estamos vivos. E fazendo tudo para seguir nesse estado, mais do que isso, lutando por essa vida.

novembro 23, 2010


Eu não detesto as pessoas, não as odeio, acho até que são frágeis e inseguras como eu, eu só não consigo lidar muito bem com as coisas que tornam as pessoas um conjunto e tem um padrão. Sei das mesmas coisas que todas as pessoas sabem mas pra mim, as vezes é difícil lidar com isso.
Sinto-me como uma estranha, na verdade represento mal o papel que a sociedade impõe a cada um de nós, não sei lidar com meus conflitos e no fundo só preciso de um pouco de afeto. As pessoas me assustam, me envergonham, me deixam com medo, mas também acima de tudo me comovem, e com muita frequência, não detesto as pessoas só não sei lidar com o fato de estarmos aqui, assim, a esmo, sem rumo todos perdidos e todos fingido que sabemos pra onde vamos.



Mas para nós, que nos esforçamos tanto e sangramos todo dia sem desistir, envia teu Sol mais luminoso.

novembro 22, 2010


"Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de
caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as
coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o
status Quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou
caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los.
Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E,
enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque
as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo,
são as que o mudam."

novembro 18, 2010


Não sei onde mora a felicidade mas estou convencida que a sede
da dor é o plexo solar.Pois quando minha visão mergulhou
no olho pérola da lua, um rombo se abriu naquela região
do meu corpo e me empurrou cinquenta andares para baixo em
questão de segundo,afogando-me em sofrimento.Solucei na rua,
no carro, no cinema(...)
Eu batera no fundo do poço.
O fundo do poço é o momento em que a perda, antes um vulto
esboçado de longe, preenche com nitidez sua dimensão trágica definitiva.
Você está só no mundo, camarada.
À deriva no mar cruel.
Mesmo que tivesse remo, não há terra à vista.
A bússola foi comida pelo oceano.
(...)A história acabou

novembro 16, 2010


O Amor

Um dia, quem sabe,
ela, que também gostava de bichos,
apareça
numa alameda do zôo,
sorridente,
tal como agora está
no retrato sobre a mesa.
Ela é tão bela,
que, por certo, hão de ressuscitá-la.
Vosso Trigésimo Século
ultrapassará o exame
de mil nadas,
que dilaceravam o coração.
Então,
de todo amor não terminado
seremos pagos
em enumeráveis noites de estrelas.

Ressuscita-me,
nem que seja só porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo quotidiano!
Ressuscita-me,
nem que seja só por isso!
Ressuscita-me!
Quero viver até o fim o que me cabe!
Para que o amor não seja mais escravo
de casamentos,
concupiscência,
salários.
Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.
Para que o dia,
que o sofrimento degrada,
não vos seja chorado, mendigado.
E que, ao primeiro apelo:
─ Camaradas!
Atenta se volte a terra inteira.
Para viver
livre dos nichos das casas.
Para que
doravante
a família
seja:
o pai,
pelo menos o Universo;
a mãe,
pelo menos a Terra.

novembro 15, 2010


Ninguém escolhe ser esquisito a maioria nem percebe que é esquisito até ser tarde demais para mudar. Mas não importa o esquisito que você acabe sendo. As chances são de que ainda existe alguém para você. A não ser que tenham seguido em frente. Porque quando se trata de amor nem os esquisitos podem esperar para sempre.

novembro 13, 2010


(...) de não morrer, de não sufocar: de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz.



Meu futuro anda tão preguiçoso, tenho pressa.

novembro 12, 2010


Sou mestre na arte de falar em silêncio. Toda a minha vida falei calando-me e vivi em mim mesmo tragédias inteiras sem pronunciar uma palavra...

novembro 11, 2010


" - Eu sei o que é gostar de um homem! Você conhece Johnnie Cornish? Fui sua noiva durante três anos. Ele era adorável. Gostava terrivelmente dele... gostava tanto que até doía! Pois bem, ele me deu o fora e casou-se com uma viúva gorducha, com um sotaque nortisa, com três queixos e uma renda mensal de trinta mil. Uma coisa dessa espécie cura o romantismo de qualquer um, não acha?"

novembro 09, 2010


Voltei a pensar em você depois de muito tempo, Por que? Não sei, talvez porque não acabou, porque me doí alguma coisa ainda que o tempo não cura, que a vida não leva e que deixa limpa sua imagem na minha memória e no meu coração.
Não sinto sua falta é verdade, o tempo faz passar a dor e continuar o caminho, penso em você antes de dormir, quando estou sozinha, quando não há mais nada a pensar, não porque sofra mas porque não deixei morrer o que havia entre nós.


"Porque só termina para todo sempre o que foi artificialmente construído".

novembro 08, 2010


“... descobri uma lei sublime, a lei da equivalência das janelas, e estabeleci que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência”.

novembro 06, 2010


" (...) o destino tanto pode ferir quanto abençoar uma pessoa. Surpreendo-me a perguntar por quê, em meio a tantas pessoas que existem no mundo, tantas que eu poderia ter amado, tinha de me apaixonar justamente por alguém que eu estava destinado a perder."

novembro 05, 2010


"Sempre tive a sensação de mal-estar no mundo, uma sensação de não caber no meu espaço, um desconforto diante de meus pares – eu me pergunto: tenho pares? Eu sabia que em mim há uma mulher que tento esconder ferozmente. Tenho medo que as pessoas identifiquem meus excessos, essa quantidade absurda de pernas e braços que camuflo sob a roupa que visto. O que diriam se soubessem das muitas que vivem em mim e tentam bravamente, numa luta corporal, projetar-se do meu corpo? Tomariam-me por uma aberração?"


Queria saber se é tão fácil ser o outro, porque ser eu é muito difícil, queria antes de julgar poder saber quem é o outro, como ele se sentem em relação ao meu julgamento, queria ser aquele outro, que está enquadrado na classificação que faço, essa, pequena e que dá rótulo a todos, como se fossem sempre da mesma espécie, queria ser o outro quando é preciso decidir quem se é.
Porque as vezes tento ver de outra forma, talvez sobre pouca coisa, pré-conceitos, encaixando cada um a uma teoria absurda, sem qualquer base, apenas com aquilo que sobra em mim, incerteza.
Quero ser o outro pra que quando for eu não me perca pelo caminho que já foi trilhado, apenas porque era o mais fácil, ser o outro é seguir por onde ninguém foi, é estar diante de todos, quero ser o outro para que ele não precise ser como muitos, pra que não haja regra, ser o outro quando doer nele aquilo que faço, ser o outro quando olhar muito rapidamente para ele e concluir qualquer coisa vazia.

Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros

novembro 03, 2010


Estava buscando alguma coisa que doesse em mim, alguma coisa que fizesse com que eu chorasse por muito tempo, que aliviasse, procurei fora de mim, uma lembrança, uma musica, uma dor passada, eu queria chorar apenas, porque talvez assim alguma coisa ia embora.
Tenho me mantido a distancia, deixando os outros determinarem quem sou, mas não posso mais ser só um conceito de alguns, de um grupo, sou mais que isso, só posso ser, quando me calo deixo formarem qualquer opinião a meu respeito, finjo não me importar, mas importa e geralmente doí.
Não deveria doer, porque já sou madura, confiante e já sei quem realmente sou, mas resolvi calar quando tantos outros disseram o que queriam do que eu era, resolvi que seria talvez essa a minha verdade, que estavam certo e já não me importava mais, não é verdade e continua me ferindo o que eles dizem e continua me agredindo sua rejeição, e fazem não por que são mesmo os donos da verdade, fazem pra se sentirem melhores com suas próprias derrotas, pra se sentirem melhores com suas próprias frustrações, sou apenas um canal que deixei ser por muito tempo pra que muitos despejassem sua próprias inseguranças.
Eu já estou ficando amarga porque deixei que dissessem quem eu sou, me fizeram outra pessoa, porque me deixaram creditar que era menor, vocês não sabem mas é devastador o que podem fazer com algumas pessoas quando elas se acham e me posição de inferioridade a um grupo, seja essa inferioridade financeira, intelectual ou de de força, é devastador quando mesmo não havendo qualquer dessas inferioridades te desmontam psicologicamente te fazendo acreditar que algo inferior em você, para te se submeter a outros.
Não sou quem eles pensam, na verdade nem sei quem sou, me deixei levar esse tempo todo, estou exausta e machucada, mas decido agora tomar as redeas de minha vida, antes que passe tempo demais e nunca chegue a saber quem poderia ter sido.



"Estou com saudade de mim. Ando pouco recolhida, atendendo demais ao telefone, escrevo depressa, vivo depressa. Onde está eu? Preciso fazer um retiro espiritual e encontrar-me enfim -enfim, mas que medo - de mim mesma."

"Nenhum de nós é quem parecemos ser pelo lado de fora.
Mas precisamos manter aparências para sobreviver."

outubro 31, 2010


Porque, de repente, tudo o que eu tinha vivido (e acho também que a minha geração inteira) nesses anos todos de cinemania estava ali contado na vidinha de Cecilia. Que vai obsessivamente ao cinema para viver – viver o que a vida não dá, ou dá apenas em doses homeopáticas, simulacros. Qualquer pessoa viciada em cinema (como Cecilia e eu) sabe desse pequeno segredo, tão profundo quanto inconfessável: vai-se ao cinema para viver o que a vida não dá.