Por que será que ainda há tanta resistência e parece tão medíocre confessar-se com medo de ficar só, você olha para o lado e vê toda essa liberdade que todos conquistamos com tanto esforço e, na verdade nos perdemos no meio de nossos desejos.
As vezes dou uma olhada para minha vida e vejo que as coisas andam meio sem rumo e tudo que gostaria, era de um final feliz, de uma vida menos solitária, individualista e vazia, mas admitir isso é sinal de desespero, as pessoas da minha idade parecem exatamente bem resolvidas e localizadas, me perco em meio a tudo isso quando pareço ser a única que luta por um
bom dia que não seja do espelho de vez em quando.
Eu por mais estranho que pareça preciso ser vista e já não sou, não vista por todos, mas por alguns, aqueles que vejo, as vezes pelo menos, parece que estou me fatigando gastando meu tempo, beleza e juventude com quem não merece, e frequentemente me pergunto se não está na hora de rever minha solidão, admiti-la e ir em busca da felicidade, eu não acredito em uma mundo de felicidade plena, mas preciso, pra sobreviver a tudo isso, acreditar que algumas pessoas irão se importar se eu não estiver lá, ou me virão pelo menos quando estiver por perto.
Como é que a gente começa a ver o que realmente importa?
Como a gente diz pra quem importa pra gente que está na hora de ir?
Como a gente diz pra gente mesmo que nem todos que amamos vão poder retribuir como precisamos?
A vida e as coisas que mudam nem sempre dão o tempo que precisamos pra nos adaptar, somos surpreendidos as vezes pela pessoa que encaramos no espelho em determinada manha e já não há mais tempo pra devidas apresentações, ela nos toma pela mão e leva consigo todas as nossas convicções, ela prova que podemos ser o que menos gostaríamos, ela ri da nossa cara e da nossa inexperiência.
"Farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo, por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz... Também é bom porque em geral se pode ajudar muito mais as pessoas quando não se está cega de amor."